A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou na última quarta-feira, 16, que o governo dos Estados Unidos emitiu seu visto com a menção ao gênero masculino, ignorando sua identidade feminina reconhecida no Brasil. A Embaixada norte-americana afirmou, em resposta, seguir política oficial de reconhecimento de “dois sexos imutáveis desde o nascimento”, referindo-se exclusivamente a masculino e feminino.
Pronomes masculinos
Documentos apresentados pela equipe da parlamentar comprovam que a embaixada registrou seu sexo como masculino durante o processo, mesmo diante da certidão de nascimento retificada e documentos oficiais brasileiros. A congressista Duda Salabert (PDT-MG), também mulher trans, relatou situação idêntica: “É um desrespeito à soberania do Brasil e aos direitos humanos”, declarou.
Aliados políticos manifestaram solidariedade nas redes sociais. Guilherme Boulos (PSOL-SP) escreveu: “Não se rende à transfobia”. Maria do Rosário (PT-RS) classificou o ato como “abusivo”, especialmente contra representantes brasileiros. Jandira Feghali (PCdoB-RJ) vinculou o episódio à postura do ex-presidente Donald Trump contra pessoas transgênero.
A assessoria da deputada Hilton informou que acionará organismos internacionais devido à violação de tratados sobre direitos humanos assinados pelos EUA. O caso expõe divergências diplomáticas sobre reconhecimento de identidade de gênero entre os países.