Representantes de Israel expressaram sua forte insatisfação com a resposta da Organização das Nações Unidas (ONU) ao recente ultimato emitido pelo país para evacuar mais de um milhão de pessoas da região norte de Gaza. Gilad Erdan, o embaixador de Israel na ONU, qualificou a reação do organismo internacional como “vergonhosa” em uma coletiva de imprensa realizada ontem, 22.
O ultimato israelense visa alertar antecipadamente os residentes de Gaza sobre a iminente operação militar contra o grupo Hamas, buscando, assim, minimizar os danos aos civis não envolvidos no conflito. Em suas palavras, Erdan reclamou que o órgão internacional não apoia seu país:
“Durante muitos anos, a ONU fez vista grossa ao armamento do Hamas e à utilização da população civil e da infraestrutura civil na Faixa de Gaza como esconderijo para suas armas e assassinatos. Agora, em vez de apoiar Israel, cujos cidadãos foram massacrados pelos terroristas do Hamas, a ONU vai contra Israel. É melhor que a ONU se concentre agora na devolução dos reféns, na condenação do Hamas e no apoio ao direito de Israel de se defender.”
Em resposta ao ultimato israelense, a ONU emitiu um comunicado pedindo veementemente que a ordem de evacuação fosse revogada, a fim de evitar uma possível calamidade na região. A organização destacou que tanto a população de Gaza quanto os trabalhadores da ONU seriam afetados por essa ordem, incluindo as 440 mil pessoas deslocadas que buscam refúgio em escolas e outras instalações administradas pela ONU na área.
Diante da gravidade da situação, o Conselho de Segurança da ONU realizará uma reunião de emergência ainda hoje, em um formato de consulta fechada. Membros permanentes do Conselho, como Estados Unidos, Reino Unido, China, Rússia e França, também estarão presentes para discutir e buscar uma solução para a crise em andamento.