Embraer quer disputar mercado bilionário na defesa aérea com cargueiro C-390
Desde 2019, ano em que a primeira unidade foi entregue ao Brasil, mais de dez
países já selecionaram o cargueiro. A Embraer projeta ampliar ainda mais o
mercado do C-390 nos próximos 20 anos.
Embraer busca ampliar mercado do cargueiro C-390
Embraer busca ampliar mercado do cargueiro C-390
O mercado de defesa aérea deve movimentar 60 bilhões de dólares nos próximos 20
anos. A Embraer, fabricante brasileira de aviões com sede em São José dos Campos (SP), aposta no avião cargueiro C-390 para disputar forte nesse segmento.
Nesta semana, a Embraer divulgou um acordo para venda de quatro cargueiros C-390
para a Suécia. O contrato também inclui sete opções de compra adicionais.
Com quase 12 metros de altura, 35 de comprimento e envergadura, o C-390 é
considerado um avião de defesa multimissão com capacidade de transportar até 26
toneladas. O modelo pode ser usado para buscas e salvamento, evacuação médica, entre outras operações especiais. No Brasil, o cargueiro já foi usado para combater incêndios no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, e levou ajuda humanitária para Ucrânia e Líbano.
O avião é um projeto da Força Aérea Brasileira desenvolvido pela Embraer e vem
ganhando mercado. Desde 2019, ano em que a primeira unidade foi entregue ao
Brasil, outros 10 países já selecionaram o cargueiro.
Cargueiro C-390, da Embraer. Brasil, Portugal e Hungria já voam com ele. Holanda, Áustria, Coreia do Sul, República Tcheca, um cliente não revelado e agora a Suécia, fizeram encomendas. Até o momento, Lituânia e Eslováquia negociam a aquisição.
> “É um avião que você pode fazer operações de transporte pela manhã e
> reabastecimento aéreo de caças no período da tarde, simplesmente transformando
> as missões em poucas horas. Essa versatilidade e flexibilidade do produto têm
> chamado muito a atenção dos países da OTAN e de outros países ao redor do
> mundo”, disse Bosco da Costa Jr., CEO de Defesa e Segurança da Embraer.
Puxados pelo desempenho do cargueiro, os resultados do segmento de defesa da
Embraer também têm sido expressivos. O valor da carteira de pedidos mais que
dobrou no último ano, saltou de 2,1 bilhões de dólares no 2° trimestre de 2024
para 4,3 bilhões de dólares este ano. A Embraer projeta ampliar ainda mais o mercado do C-390 nos próximos 20 anos.Isso porque a companhia estima uma demanda de 500 aviões cargueiros em todo o mundo no período, com a substituição de unidades antigas do C-130, um avião americano que é o principal competidor do modelo brasileiro.
Além de conquistar mercado na Europa, a Embraer disputa a venda de até 80
cargueiros para Índia e nos Estados Unidos, onde já anunciou que pretende
investir até 500 milhões de dólares na produção local caso a compra seja
confirmada.
“Muitas vezes ou quase sempre, as aquisições na área de defesa são vinculadas a
aspectos geopolíticos, então você ter uma conquista no momento atual, diante de
concorrentes tão fortes e tradicionais, significa muito”, disse Júlio Shidara,
presidente da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil.