Empresa com um só funcionário em Aparecida fecha contrato de R$ 285 mi

Empresa com um só funcionário em Aparecida de Goiânia fecha contrato com órgão público no valor de R$ 285 mi

Uma empresa em Aparecida de Goiânia com apenas um funcionário registrado até o último mês de março, Auramedi, fechou com contrato sem licitação com o Ministério da Saúde no valor de R$ 285 milhões. O termo de contrato foi assinado em abril passado com objetivo da pasta adquirir ampolas de imunoglobulina humana 5 C injetável.

O medicamento é uma substância produzida a partir do sangue humano, usado para melhorar a imunidade de pacientes com doenças como síndrome de Guillain-Barré. O inusitado no termo de contrato é o tamanho do recurso pago pelo contrato em relação ao tamanho da empresa que, atualmente, tem três funcionários vinculados ao seu perfil no LinkedIn.

De acordo com o Portal Metrópoles, a atenção ao contrato também é causada pelo fato da empresa não ser muito conhecida no meio farmacêutico, nem mesmo a empresa que ela representa no Brasil: a Nanjing Pharmacare que também tem outra representante nacional, a Panamerican Medical Supply.

Esta última tem entre seus sócios Marcelo Pupkin Pitta que já foi preso, coincidentemente, por fraude em licitações do Ministério da Saúde em compras de medicamentos hemoderivados, entre eles imunoglobulina.

O próprio e único funcionário da empresa Auramedi, Fábio Granieri de Oliveira, é réu por improbidade administrativa em uma ação popular no Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA) em razão de um contrato com dispensa de licitação durante a pandemia pela COVID-19 em Parauapebas, município paraense.

Ainda segundo o Metrópoles, a Auramedi foi fundada em 2013 e tinha um capital social de R$ 50 mil, mas passou a ter capital de R$ 1,3 milhão depois que Fábio Granieri de Oliveira passou a ser sócio em 2020. O Portal da Transparência do Ministério da Saúde revela que a Auramedi passou a participar de pregões públicos em outubro de 2022 e tem recebido quantias pequenas por medicamentos de até R$ 6,2 mil.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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