Empresa é multada em mais de 53 mil por veicular propaganda eleitoral irregular

A advogada eleitoral, Júlia Matos, explica que foi constatado uma série de irregularidades na pesquisa eleitoral GO-02845/2024 , como a omissão do número de eleitores e a inclusão de dados genéricos, que resultaram na impugnação da pesquisa e na aplicação da multa para a empresa Destake Consultoria e Comunicação

A 20ª Zona Eleitoral de Palmeiras de Goiás, por meio da juíza Zulaide Viana Oliveira, determinou a suspensão imediata da pesquisa eleitoral, nª GO-02845/2024, realizada pela empresa Destake Consultoria e Comunicação LTDA, que analisava as intenções de voto para a Prefeitura Municipal de Palmeiras de Goiás. Além da suspensão, a empresa também terá que arcar com uma multa, no valor de R$53.205,00

A decisão se baseia no artigo 2ª da Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 23.600/2019, em que determina que todas as pesquisas eleitorais realizadas a partir do dia 01 de janeiro, em ano eleitoral, só serão registradas, caso estejam munidas das seguintes informações no Sistema de Registro de Pesquisa Eleitorais:gênero, idade, grau de instrução e nível econômico dos entrevistados.

No entanto, a pesquisa eleitoral efetuada pela Destake Consultoria e Comunicação não registrou essas informações no Sistema de Registro de Pesquisa Eleitorais (PesqEle), realizando a coleta de dados gerais do município de Palmeiras de Goiás para a realização da pesquisa.

O artigo 2o, §7o, IV, da Resolução TSE no 23.600/2019 também determina que os dados, como idade, gênero, grau de instrução e situação econômica dos entrevistados sejam incluídos na pesquisa, um dia após a sua divulgação, o que não foi efetivado na pesquisa da Destake propaganda.

A advogada eleitoral, Júlia Matos, explica que foi constatado uma série de irregularidades na pesquisa eleitoral GO-02845/2024 , como a omissão do número de eleitores e a inclusão de dados genéricos, que resultaram na impugnação da pesquisa e na aplicação da multa para a empresa Destake Consultoria e Comunicação. “A empresa foi multada no valor R$53.205,00 por não oferecer informações essenciais sobre a amostra de pesquisa, como composição de gênero, idade e nível econômico dos entrevistados, no Registro de Pesquisa Eleitorais (PesqEle) e ainda utilizar dados do TSE e do IBGE que são completamente genéricos e que não demonstram a estratificação de como essa pesquisa foi realizada. Por este motivo, baseando na Resolução TSE 23.600/2019, a pesquisa foi impugnada e a empresa ainda terá que pagar uma multa”, finaliza

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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