Empresa fomentada pela Fapeg lança primeiro software do país para enfrentamento da epidemia de dengue

André de Paula Ramos, CEO da empresa fomentada pelo Governo de Goiás: “Sem fomentos como os disponibilizados pela Fapeg seria impossível atingirmos o nível de inovação que temos hoje

Um robô batizado de Mindy é o novo reforço na luta contra a dengue em Goiás. Pioneiro no país, o software foi desenvolvido pela empresa Mindify, especializada na automação de processos, especialmente na área da saúde, com apoio do Tecnova II, programa subsidiado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), em parceria com o Governo de Goiás, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapeg). O Mindy permite que linhas de cuidado complexas (saiba mais abaixo) sejam automatizadas com uma fração do custo e do tempo requeridos por outras soluções.

A solução criada pela Mindify ganhou impulso durante a pandemia de covid-19. A empresa tinha um protótipo na mão e, partir do edital do Tecnova II, conseguiu colocar seu software no mercado. Agora, o Governo de Goiás contratou a tecnologia da Mindify para auxiliar no enfrentamento da dengue.

Presidente da Fapeg, Marcos Arriel pontua que o desenvolvimento desse software pela empresa fomentada pela Fapeg é um marco não apenas para Goiás, mas para todo o país. “Estamos vendo o poder da inovação e da tecnologia sendo aplicado de forma significativa no enfrentamento de doenças como a dengue. É uma conquista importante e demonstra o potencial das parcerias entre instituições públicas e privadas na promoção da saúde e bem-estar da população”, diz.

Segundo o CEO da Mindify, André de Paula Ramos, “a linha de cuidado está sendo construída com apoio das funcionalidades criadas durante o projeto do Tecnova II e a versão piloto do software tem previsão de lançamento para maio de 2024”. Ramos explica que o software já está no mercado, mas trata-se de uma solução para empresas ou para governos. “Logo quem tem acesso são as pessoas atendidas pelas instituições contratantes. Em breve lançaremos um piloto com o Governo de Goiás a partir do qual a população poderá usar para endereçar situações relativas à dengue”, comemora.

As linhas de cuidado são um passo a passo que as equipes médicas e os próprios pacientes devem executar para o correto diagnóstico e tratamento de doenças ou estímulo de hábitos saudáveis. “As linhas de cuidado são complexas, mas a Mindify as simplifica mostrando tanto para as equipes médicas quanto para a população quais são as tarefas a serem executas, como e quanto devem ser executadas. Com tudo isso, a qualidade assistencial aumenta e os custos operacionais caem em até 80%”, detalha Ramos.

Tecnova

A seleção das empresas que vão ser beneficiárias do Programa Tecnova é feita por meio de editais. Os aprovados recebem fomento da Fapeg e da Finep por meio da modalidade subvenção econômica (não reembolsável) com o objetivo de compartilhar com as empresas os custos e riscos com projetos de inovação que envolvam significativo risco tecnológico associado a oportunidades de mercado.

André Ramos explica que a criação de inovações envolve grandes riscos técnicos e financeiros. “Sem fomentos como os disponibilizados pela Fapeg seria impossível atingirmos o nível de inovação que temos hoje. Quando um negócio inovador dá certo ele gera um incrível valor para a sociedade. No caso do nosso projeto é a chance de combater de forma efetiva um vírus mortal. Sem fomentos, 100% dos riscos ficariam conosco e simplesmente não teríamos capacidade de fazer o projeto”, comenta o empresário.

 

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Agrodefesa apreende 10 mil embalagens de agrotóxicos armazenadas de forma irregular

A Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em parceria com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR), deflagrou, na última terça-feira, 17, em Trindade e Paraúna (GO), a Operação Terra Limpa.

A ação resultou na apreensão de mais de 10 mil embalagens vazias de agrotóxicos que estavam armazenadas de forma irregular, em desacordo com legislações ambiental e de defesa agropecuária vigentes.

As embalagens foram encontradas em diferentes estados de processamento — algumas prensadas, outras trituradas —, e estavam em condições inadequadas de armazenamento. Também foi descoberto um caminhão carregado com embalagens vazias.

Os profissionais envolvidos na operação identificaram que os materiais eram triturados para reciclagem, porém a destinação final das embalagens não cumpria as normas legais de devolução de embalagens vazias de agrotóxicos.

Os materiais apreendidos – que totalizaram seis caminhões com produtos – foram enviados para a Associação Goiana de Empresários Revendedores de Produtos Agropecuários (Agerpa), localizada em Goiânia, e para a Associação dos Distribuidores de Produtos Agrícolas de Rio Verde (Adirv) para pesagem e destinação final.

Essas associações são unidades que representam os estabelecimentos comerciais de insumos agrícolas, autorizadas a recepcionar e dar a correta destinação final das embalagens vazias – que passam por tríplice lavagem pelos produtores -, ou ainda daquelas que podem conter resíduos de agrotóxicos.

Segundo a gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Daniela Rézio, os fiscais estaduais agropecuários e os agentes da Polícia Civil apuraram ainda que a intenção do proprietário do estabelecimento era desviar as embalagens para recicladoras clandestinas.

“É importante destacar que o processo legal de reciclagem de embalagens vazias de agrotóxicos é de competência do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (inpEV). A instituição é responsável pela gestão da política reversa das embalagens vazias de agrotóxicos e nós, da Agrodefesa, estamos inseridos nesse processo como responsáveis por orientar os produtores e fiscalizar o cumprimento da obrigatoriedade legal do correto armazenamento e devolução das embalagens vazias”, informa.

Penalidade

Além da apreensão do material, o responsável pelo estabelecimento foi detido pela Polícia Civil e autuado pelos fiscais da Agrodefesa. De acordo a com legislação federal e estadual de agrotóxicos, a previsão é que esse tipo de infração tenha penalidades administrativa e criminal, com multas que podem chegar a R$ 50 mil, além de pena de reclusão, de dois a quatro anos.

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, reforça que esse tipo de prática de descarte e armazenamento irregular de embalagens de agrotóxicos vazias, além de ser crime, coloca em risco o meio ambiente, a saúde pública e a economia no Estado.

“Pode trazer sérios danos para a população e afetar toda uma cadeia produtiva. Por isso, casos como esses devem ser denunciados aos órgãos competentes para que as medidas de prevenção e repressão sejam tomadas o mais rápido possível”.

Denúncia

A operação foi realizada a partir do trabalho inicial de apuração feito em Paraúna (GO) por fiscais estaduais agropecuários da Unidade Regional Rio Verdão da Agrodefesa. No município, os profissionais identificaram desvios, processamento e envio de embalagens de agrotóxicos para Trindade.

O coordenador da UR Rio Verdão, Giovani Miranda, destaca que a partir disso foi possível a identificação dos receptadores e a localização do galpão em que o processamento clandestino das embalagens acontecia.

“Essas medidas possibilitaram à Delegacia de Crimes Rurais a apreensão de outras quatro cargas nesse mesmo depósito”, informa.

Participaram da ação fiscais estaduais agropecuários das Unidades Rio dos Bois e Rio Verdão, e da Gerência de Fiscalização Agropecuária, sob coordenação da Gerência de Sanidade Vegetal, além de agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Rurais (DERCR).

Destinação correta de embalagens de agrotóxicos

Em Goiás, são 13 associações credenciadas pelo inpEV, que juntas são responsáveis pela gestão em 27 Unidades de Recolhimento de Embalagens Vazias (UREV), devidamente cadastradas na Agrodefesa, sendo 17 Postos e 10 Centrais, localizadas nos seguintes municípios:

Acreúna, Anápolis, Bom Jesus, Catalão, Ceres, Cristalina, Formosa, Goianésia, Goiânia, Iporá, Itaberaí, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Mineiros, Morrinhos, Paraúna, Piracanjuba, Porangatu, Quirinópolis, Rio Verde, Santa Helena de Goiás, Vianópolis e Vicentinópolis.

Os empresários que utilizam agrotóxicos, ao concluírem a aplicação, devem realizar a tríplice lavagem, armazenamento adequado e a devolução das embalagens vazias, suas tampas e eventuais resíduos pós-consumo dos produtos aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, de acordo com as instruções previstas nas respectivas bulas, no prazo de até um ano, contado da data de compra, ou da data de vencimento.

A devolução pode ainda ser intermediada por postos ou centrais de recebimento, bem como por ações de recebimento itinerantes, desde que autorizados e fiscalizados pelo órgão competente, nesse caso em Goiás, pela Agrodefesa, com a gestão sob responsabilidade do inpEV junto às suas associações de revendas credenciadas.

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