Empresa hospitalar de Goiânia é obrigada a juntar em processo notas fiscais sobre máscaras

A empresa hospitalar DMI Material Médico Hospitalar Ltda deve apresentar ao Ministério Público de Goiás (MP-GO), a Defensoria Pública de Goiás e a Superintendência de Proteção aos Direitos do Consumidor (Procon-GO) à ação movida contra a empresa, as notas fiscais de compra e venda, assim como informações sobre a composição de lucros de todas as marcas e modelos de máscaras descartáveis que negociou, entre janeiro e setembro de 2020, sob pena de multa diária de R$ 100,00. A liminar foi expedida pelo juiz Ricardo Dourado.

A promotora de Justiça, Maria Cristina de Miranda, informa que a ação conjunta tem como objetivo  demonstrar o aumento expressivo do valor de venda de produtos para proteção e defesa contra a Covid-19 pela DMI, sendo considerado até a negativa da empresa em fornecer dados sobre o aumento.

Ela afirma que o procedimento contra a empresa foi instaurado buscando apurar as denúncias de um hospital de Goiânia ao Ministério Público Federal (MPF), que as destinou ao MP-GO, em razão de ser relação consumerista. Essas informações apontam um expressivo aumento no preço das luvas de procedimentos vendidas pela DMI, demonstrando superfaturamento.

Oficiada pelo MP-GO, para mostrar as notas fiscais de compra e venda dos produtos investigados, a empresa declarou que “caminha em conformidade com as leis e regulamentos, sempre tratando com lealdade seus fornecedores e clientes”.

Não cumprimento

Foi solicitado, pela promotora, que o Procon apurasse a existência de aumento abusivo de lucros pela empresa. O órgão fiscalizador expediu o Termo de Notificação 418 para que a DMI apresentasse as notas fiscais, porém ela descumpriu parcialmente a solicitação. O Procon apontou que a empresa não apresentou todas as notas fiscais solicitadas, sendo assim, impossível a emissão de um parecer técnico sobre o aumento do preço.

A promotora solicitou novamente à empresa informações, agora sobre as notas fiscais de compra e venda de máscaras cirúrgicas e sanitárias dos meses de janeiro a outubro de 2020, assim como informações sobre o lucro destes mesmos produtos, no período solicitado. Devido a omissão da DMI, foi proposta a ação.

Após ser comprovado o aumento injustificado de preço, foi pedida a condenação da empresa ao pagamento de indenização por dano moral coletivo, no valor de R$ 500 mil, que será destinado ao Fundo de Direitos Difusos.

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Mauro Cid confirma ao STF que Bolsonaro sabia de trama golpista

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava ciente de um plano para um golpe de Estado. O ex-ajudante de ordens foi ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes na última quinta-feira, 21, para esclarecer contradições entre sua delação premiada e as investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF).

De acordo com informações apuradas pela PF, a investigação revelou a existência de um plano envolvendo integrantes do governo Bolsonaro para atentar contra a vida de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. Contudo, os advogados de Mauro Cid negam que ele tenha confirmado que Bolsonaro estava diretamente envolvido na liderança do suposto plano de execução.

Após prestar depoimento por mais de três horas, o advogado de Cid, Cezar Bittencourt, declarou que seu cliente reiterou informações já apresentadas anteriormente. A advogada Vania Adorno Bittencourt, filha de Cezar, declarou ao Metrópoles que Bolsonaro sabia apenas da tentativa de golpe.

O ministro Alexandre de Moraes validou a colaboração premiada de Mauro Cid, considerando que ele esclareceu omissões e contradições apontadas pela PF. O depoimento foi o segundo do tenente-coronel nesta semana, após a recuperação de arquivos deletados de seus dispositivos eletrônicos pela PF.

Bolsonaro indiciado pela Polícia Federal

No mesmo dia, a Polícia Federal indiciou Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. O relatório foi entregue ao ministro Alexandre de Moraes, responsável pelo caso no STF.

Entre os indiciados estão os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. O grupo é acusado de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa, atuando em seis núcleos distintos.

Bolsonaro, em resposta, criticou a condução do inquérito, acusando Moraes de “ajustar depoimentos” e realizar ações fora do que prevê a lei. As investigações continuam em andamento, com implicações graves para os envolvidos.

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