Dois anos após crianças coreanas serem soterradas, empresa dona da área faz acordo de R$ 3,5 milhões com MPT-BA
Caso aconteceu em Formosa do Rio Preto, em 2022, e valor milionário é referente a dano moral coletivo.
Acidente com cinco crianças ocorreu na Vila dos Coreanos em Formosa do Rio Preto — Foto: TV oeste
Mais de dois anos após cinco crianças coreanas serem encontradas mortas em uma vala dentro de uma fazenda em Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia, o grupo econômico responsável pela propriedade fez um acordo de R$ 3,5 milhões com o Ministério Público do Trabalho (MPT). O valor é referente a dano moral coletivo.
A informação foi divulgada pelo órgão em 29 de novembro. O grupo econômico envolvido no caso é sul-coreano e toca uma agroindústria em Forma do Rio Preto. A empresa controla a Bom Amigo Doalnara Agropecuária Ltda. e outras seis empresas na região. Os funcionários do empreendimento são sul-coreanos e a produção é voltada para o mercado do país oriental.
Em 2022, as crianças foram encontradas soterradas na fazenda que pertencente ao grupo. Na ocasião, o MPT apurava três possibilidades: acidente, trabalho infantil ou negligência.
Durante as investigações, foram encontradas diversas irregularidades no local. Além de regras de segurança descumpridas, havia problemas relacionados a relação do vínculo empregatício dos funcionários.
Formosa do Rio Preto, no oeste da Bahia — Foto: Câmara de Vereadores de Formosa do Rio Preto
Além do valor milionário pago, o grupo econômico vai implementar as seguintes medidas: realização de treinamentos; fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs); análises de riscos e supervisão técnica em obras e atividades de alto risco.
A conciliação com o MPT ainda abordou o sistema cooperativado adotado nas atividades agrícolas. Caso a empresa sul-coreana descumpra as cláusulas, deverá pagar multas que variam de R$50 mil a R$100 mil por item, dependendo da gravidade da infração.