Propaganda enganosa, censura e mais de 120 mil reclamações: entenda processo
envolvendo WePink, empresa de Virginia
Empresa de cosméticos é alvo de ação do Ministério Público e do Procon de Goiás
por supostas práticas abusivas contra os consumidores. Empresa se defende
dizendo que não há mais atrasos frequentes
Ministério Público e Procon de Goiás acionaram judicialmente a WePink, empresa de influência de Virginia Fonseca, devido a suspeitas de práticas prejudiciais aos consumidores. Entre as principais alegações estão a propaganda enganosa, problemas de entrega resultando em centenas de reclamações no estado e milhares em todo o Brasil, além de casos de censura.
Com um faturamento anual de R$ 750 milhões e quase 5 milhões de seguidores no Instagram, a WePink enfrenta acusações do MP e do Procon Goiás. Os problemas incluem atrasos e falhas na entrega de produtos, assim como a recusa em reembolsar consumidores que solicitam cancelamento das compras. Diante dessas práticas, o Ministério Público busca uma indenização coletiva de R$ 5 milhões e uma individual, cujo valor será determinado durante o trâmite do processo.
O promotor de Justiça de Goiás, Élvio Vicente da Silva, destaca a propaganda enganosa como um dos principais problemas da empresa. Além disso, a estratégia de “flash sales” adotada pela WePink nas redes sociais é criticada por criar um senso artificial de urgência, levando a compras impulsivas. A utilização da imagem da influenciadora Virginia Fonseca amplifica o impacto das práticas da empresa, uma vez que seus milhares de seguidores confiam em suas recomendações.
Durante o ano de 2025, foram registradas 30 mil reclamações contra a WePink no site ReclameAqui até a data da ação, totalizando 90 mil queixas no ano anterior. O número total de reclamações pode chegar a 300 mil, considerando os consumidores que não formalizaram queixas. A empresa alega ter resolvido os problemas de atraso e possui uma nota de 8.1 no ReclameAqui, com 93% de resolução das reclamações, conforme divulgado em nota.
Uma prática recorrente apontada pelo promotor é a censura imposta pela WePink, com a exclusão de comentários negativos nas redes sociais. Além disso, a dificuldade de acesso à central de atendimento da empresa, devido ao sistema automatizado, motivou a decisão da Justiça que obriga a WePink a oferecer atendimento humano aos clientes de forma não automatizada e em múltiplos canais, incluindo telefone.
O processo contra a WePink está em tramitação na 14ª Vara Cível e Ambiental do Tribunal de Justiça de Goiás. A liminar concedida pelo juiz proíbe a empresa de realizar lives até que prove a capacidade de atender os pedidos. A demora na decisão poderia causar mais prejuízos aos consumidores, conforme argumentado pelo MP. A ação ainda será julgada integralmente, e a empresa tem a oportunidade de contestar as acusações apresentadas.
A WePink ainda não se pronunciou em relação às acusações, e o advogado da empresa não retornou os contatos até o momento. A situação evidencia a importância da transparência e do respeito ao consumidor nas práticas comerciais, especialmente em empresas influentes como a WePink. Acompanhe as notícias sobre o desenrolar desse processo e suas possíveis repercussões no cenário empresarial.