Morte de influenciadora: dona de clínica vai a júri popular após cliente fazer
procedimento para aumentar o bumbum e morrer
Empresária responde por três crimes que serão julgados em júri popular, segundo
a Justiça. A defesa da empresária informou que vai recorrer da decisão.
1 de 2 Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, e a modelo
Aline Maria Ferreira, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Grazielly da Silva Barbosa, dona da clínica estética Ame-se, e a modelo Aline
Maria Ferreira, em Goiás — Foto: Reprodução/Redes Sociais
Grazielly da Silva Barbosa
[https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2024/07/04/saiba-quem-e-a-empresaria-presa-apos-influenciadora-fazer-procedimento-para-aumentar-o-bumbum-e-morrer.ghtml]
vai a júri popular, decidiu o juiz Jesseir Coelho de Alcantara. A empresária
virou ré por provocar a morte da influenciadora Aline Maria Ferreira, de 33
anos, em Goiânia [https://g1.globo.com/go/goias/cidade/goiania/], após a
realização de um procedimento para aumentar o bumbum
[https://g1.globo.com/go/goias/noticia/2025/02/28/empresaria-vira-re-por-provocar-a-morte-de-influenciadora-que-fez-procedimento-para-aumentar-o-bumbum.ghtml].
Grazielly está em liberdade e responde por três crimes, sendo um deles homicídio
qualificado.
Em nota, o advogado Welder Miranda disse que não concorda com a decisão de
pronúncia e que irá interpor recurso, que em momento nenhum a acusada quis o
resultado morte e que provas demonstram o contrário do que foi apresentado na
pronúncia. Segundo a nota, a defesa acredita que a Justiça prevalecerá com a
absolvição de Grazielly (leia a nota na íntegra ao fim do texto).
Segundo o documento, Grazielly deverá ser submetida a julgamento pelo júri
popular pelos crimes de homicídio qualificado, exercício ilegal da profissão e
execução de serviço de alto grau de periculosidade, contrariando determinação de
autoridade competente. A defesa solicitou a impronúncia da ré, mas o pedido foi
negado.
Em relação a qualificadora de motivo torpe para o crime de homicídio, o juiz
entendeu que há indícios suficientes para que seja submetido à apreciação do
Conselho de Sentença.
“Aline Maria Ferreira da Silva morreu em 2 de julho, em Brasília. O procedimento
teria sido realizado no dia 23 de julho de 2024, quando Grazielly aplicou PMMA
nos glúteos da influenciadora.
PROCEDIMENTO
Dona de clínica é presa após influenciadora fazer procedimento estético e morrer
De acordo com testemunhas citadas na pronúncia, aplicou anestesia nas duas
nádegas de Aline e injetou a quantidade 30ml do produto “BIOSSIMETRIC 30%” em
cada glúteo. Na sequência, a empresária teria massageado sem luvas a região da
aplicação para espalhar o produto e aplicou curativos alguns curativos(veja o
vídeo acima).
A aplicação durou menos de 20 minutos, informou o MP. Ao sentir dor e febre,
Aline ligou para a empresária no dia seguinte, relatou o MP. Grazielly orientou
que a influenciadora tomasse alguns medicamentos e “a persuadiu a não procurar
atendimento médico”, diz ainda o documento.
No dia 27, quatro dias após o procedimento, Aline procurou um hospital em
Brasília, onde morava, e foi internada, informou o MP. A denúncia afirma ainda
que Grazielle chegou a ir ao hospital e a aplicar um anticoagulante na
influenciadora, “dizendo que era para evitar trombose”.
No dia 26, Aline foi transferida para uma Unidade de Tratamento Intensivo em um
hospital de Brasília, onde morreu dias depois.
DENÚNCIA
O Ministério Público de Goiás denunciou Grazyelle considerando que o PMMA foi
aplicado “em ambiente e condições impróprias, sem a qualificação técnica
necessária e sem observar minimamente os deveres legais de cuidados inerentes ao
procedimento”.
A denúncia afirma que a morte da influenciadora aconteceu por complicações de
saúde derivadas diretamente da aplicação da substância, conforme o Laudo de
Perícia Necropapiloscópica.
2 de 2 Clínica Ame-se, localizada em Goiânia, Goiás — Foto: Divulgação/Polícia
Civil
PMMA é a sigla para polimetilmetacrilato, uma substância plástica com diversas
utilizações na área de saúde e em outros setores produtivos. A Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) considera o PMMA de risco máximo e, por isso,
só deve ser administrado por profissionais médicos treinados.
A empresária se apresentava como biomédica, mas não tinha formação na área,
relatou o MP-GO. A clínica em que o procedimento foi realizado não tinha
responsável técnico e nem mesmo alvará sanitário para funcionar, de acordo com a
denúncia. A clínica foi fechada um dia após a morte da influenciadora.
NOTA DA DEFESA DE GRAZIELLY DA SILVA BARBOSA
O advogado Welder de Assis Miranda, da acusada Grazielly Barbosa, não concorda
com respeitável decisão de pronúncia, irá interpor recurso. Em momento algum,
Grazielly quis o resultado morte, provas demonstram o contrário da decisão de
pronúncia. Justiça vai prevalecer, com absolvição de Grazielly, no momento
adequado.