Empresário agredido com copo de vidro cobra justiça; agressor enfrenta denúncia do MP com possibilidade de até 8 anos de prisão

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Ministério Público denuncia agressor que quebrou copo de vidro no rosto de
empresário; vítima levou 62 pontos

O empresário agredido, Bruno Paranaiba Ruguê, cobra justiça pelo caso, e disse
que está impossibilitado de trabalhar há três semanas.

Empresário usa copo de vidro e corta rosto de homem em Fortaleza
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Empresário usa copo de vidro e corta rosto de homem em Fortaleza

O Ministério Público do Ceará (MPCE) denunciou Ticiano Alves de Carvalho, de 50
anos, pelo crime de lesão corporal gravíssima por quebrar um copo de vidro no
rosto do empresário Bruno Paranaiba Rugue, que sofreu um corte e precisou levar 62 pontos no rosto. Se condenado, Ticiano pode pegar de 2 a 8 anos de prisão. O órgão também pediu
que ele pague indenização à vítima.

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O ataque aconteceu no dia 7 de junho de 2025, enquanto Bruno trabalhava em um
evento privado no salão de festas de um prédio no bairro Parque Iracema. Ele atua há mais de dez anos com drinks e coquetéis em eventos.

Bruno informou que Ticiano tinha conversado com ele, minutos antes, pois a
cerveja do evento estava acabando. No entanto, Bruno explicou que a reposição de
cerveja não estava sob responsabilidade dele. Pouco depois, foi atacado.

O empresário contou que não houve briga ou discussão com Ticiano, e que,
portanto, foi pego de surpresa quando o agressor se aproximou e o atingiu com o
copo de vidro. “Eu só queria sobreviver. Eu só pensava no meu filho naquela
hora”, disse Bruno.

Além da condenação por lesão corporal gravíssima, o Ministério Público também
pediu que Ticiano pague indenização por danos morais, patrimoniais e estéticos
sofridos por Bruno, incluindo prejuízos psicológicos e financeiros.

A defesa de Ticiano afirma que lamenta o caso e diz que o agressor teve um surto
psicótico e que trabalha para apresentar o laudo da doença. Segundo o MP, não foi oferecida a Ticiano a proposta de Acordo de Não Persecução Penal – quando o MP e o acusado firmam um acordo para evitar o processo penal e estabelecem medidas diversas, como pagamento de indenização. O órgão argumentou que “a violência empregada no crime foi desmedida e incompatível com tal medida”.

‘FOI UMA TENTATIVA DE HOMICÍDIO’

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[VIDEO]

Em entrevista à TV Verdes Mares, o empresário Bruno Ruguê contou que Ticiano não deu indícios do ataque. A agressão foi filmada por câmeras de segurança. “Eu não provoquei e também não percebi nenhum xingamento para que ele pudesse fazer isso. Eu só percebi um pequeno empurrão dele. Ele só colocou o braço para trás. Quando estava muito escuro e eu querendo sair dali, ele pegou o copo e me agrediu daquela forma”, comentou a vítima. “Com a proporção da violência que eu sofri, a primeira coisa que eu me preocupei foi sobreviver. Porque ali foi uma tentativa de homicídio. O cara pegar uma arma branca e me atingir daquele jeito”, disse o empresário.

“Tanto que eu nem reagi depois. Eu coloquei a mão no meu rosto e fiquei super preocupado. A minha pressão começou a baixar. É um dia que eu nunca mais vou esquecer na minha vida”, reforçou o empresário.

Bruno disse que, após o ataque, ficou sem reação. Ele foi socorrido por uma
convidada da festa, que o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de
Messejana. Devido à gravidade do ferimento, no entanto, ele foi encaminhado ao
Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF).

AGRESSOR NÃO SE RESPONSABILIZOU

Após a agressão, Bruno foi procurado pelo pai da contratante do evento, que
mandou mensagem desejando boa recuperação e repassou uma quantia em dinheiro
para ajudar com os custos dos medicamentos. No entanto, Bruno afirmou que nem Ticiano nem a família dele o procuraram. “O agressor mesmo, ele não entrou em contato comigo, se retratando de nada, não pediu desculpa, não demonstrou estar arrependido, não veio me visitar”, disse o empresário. “Como um ser humano, eu esperava uma retratação dele. Ele pedir desculpa, dizer que podia arcar com as consequências financeiramente ou algum tipo de apoio emocional. Mas, pelo visto, eu não vi nada disso. Então, o que eu espero agora é que a justiça seja feita, que essa pessoa seja presa”, declarou a vítima.

ROTINA INTERROMPIDA

Bruno trabalha com drinks em eventos, mas não está conseguindo exercer a função
desde a agressão. O ataque afetou, além do rosto, a rotina dele. Bruno é casado
e possui um filho de quatro anos, que tem deficiência física. Contudo, precisou sair de casa para ficar recebendo constantemente ajuda e cuidado dos pais. “Eu estou na casa dos meus pais. A minha mãe está cuidando de mim aqui. O meu pai também está me levando ao hospital, está me levando nas consultas médicas”, explicou Bruno. “A minha esposa está cuidando sozinha do nosso filho. A gente tem um filho de quatro anos, que é cadeirante. Ele faz muitas terapias. Ele depende de nós, dos pais. Eu não estou podendo cuidar do meu filho”, explicou Bruno. “Ela está cuidando dele sozinha, ela está muito sobrecarregada. A gente está passando por um momento muito difícil. E esse agressor está aí, solto, em liberdade, deve estar trabalhando. Eu estou aqui parado, as minhas contas estão vindo, não estou conseguindo pagar”, complementou.

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