Empresário agredido por segurança e abandonado na calçada tinha corte na cabeça e estava desfalecido, diz testemunha que chamou resgate
Deivid Ferreira foi preso na segunda (27) em Arujá, interior de SP. Empresário Paulo Vinicius dos Santos foi socorrido somente após algumas horas e morreu dias depois.
Homem que socorreu empresário agredido em adega fala sobre o socorro à vítima
O empresário que morreu após ser agredido pelo segurança de uma adega e abandonado desacordado na calçada em Guarulhos, na Grande São Paulo, tinha um corte na cabeça e estava desfalecido, segundo relato da testemunha que chamou resgate.
Paulo Vinicius dos Santos, de 35 anos, foi socorrido somente depois de duas horas após levar um soco e ficar caído. O segurança Deivid Ferreira, de 45 anos, que está preso por homicídio doloso (quando há intenção de matar), então, o carregou com a ajuda de outro homem até um estacionamento ao lado, onde o deixou no chão.
Robson Alves, que é cantor de pagode, conta que foi buscar o carro no estacionamento quando viu o empresário caído no chão.
“Fui no estacionamento para pegar um carro nosso que estava lá e me deparei com a vítima caída no chão, com a cabeça cortada. Quando a gente chegou perto, viu que ele estava cortado, bem debilitado, a gente teve a atitude de chamar o Bombeiro para socorrer a vítima.” – Robson Alves, que pediu o resgate para o empresário
Ele relatou que ligou primeiro para o Samu, mas, como não atendia, ligou para Corpo de Bombeiros. Cerca de meia hora depois, duas viaturas da polícia foram até o local e depois chegaram os bombeiros.
O cantor afirmou que foi até a adega para entender o que aconteceu, mas o segurança estava muito exaltado e disse: “Se vocês estão com dó, resgatem vocês mesmos”.
O segurança iria passar por audiência de custódia nesta terça-feira (28). O inquérito também apura se houve omissão de socorro.
A audiência de custódia consiste na apresentação da pessoa que foi presa a um juiz, que verifica a legalidade da prisão, com a presença do Ministério Público e da defesa. O juiz decide, então, se a prisão será mantida ou, no caso de eventual concessão de liberdade, se aplica alguma medida cautelar.
Como foi a agressão
Conforme o Fantástico revelou, imagens de câmera de segurança mostram que, às 2h36 do dia 19 de outubro, um domingo, no momento em que clientes deixaram uma adega, Paulo Vinícius dos Santos aparece discutindo com um homem.
Em seguida, ele levou um soco no rosto e caiu de costas, com parte do corpo entre dois carros estacionados na rua. Paulo foi abandonado na calçada, e permaneceu inconsciente sem receber socorro por quase duas horas.
Ele foi internado depois, mas seu quadro de saúde piorou ao longo da semana, e ele morreu de traumatismo craniano em 24 de outubro.
Pai de dois filhos, de 7 e 14 anos, Paulo Vinicius foi enterrado no domingo (26) no Cemitério Necrópole do Campo Santo, em Guarulhos.
Detalhes do que aconteceu estão sendo investigados pela polícia. A prisão de David foi decretada na segunda e ele foi encontrado em Arujá, região de Mogi das Cruzes.
O advogado Rodrigo César Trigo, que representa David Ferreira, disse que vai aguardar o desenrolar das investigações para saber como atuar no caso.
A defesa da família de Paulo, representada pelos advogados Luis Gabriel Vieira e Gabriel Constantino, disse que “os familiares da vítima lamentam profundamente o ocorrido e repudiam, de forma veemente, o ato covarde e injustificável que culminou nesse trágico desfecho”.
O que diz a defesa da família de Paulo
“Os advogados de PAULO VINÍCIUS DOS SANTOS vêm comunicar, com profundo pesar, que na noite do dia 24 de outubro de 2025 a vítima foi a óbito em decorrência das lesões gravíssimas sofridas após a agressão perpetrada na madrugada da última segunda-feira, dia 20 de outubro de 2025, nas dependências de um bar situado em Guarulhos.
O falecimento de PAULO VINÍCIUS é consequência direta de um ato de extrema violência e covardia, cuja gravidade impõe a mais firme resposta do sistema de justiça. A conduta do agressor não apenas atentou contra a integridade física da vítima, mas culminou na supressão do maior bem jurídico que possuímos: a vida.
Ressalta-se que o Boletim de Ocorrência sobre os fatos foi devidamente registrado no dia 23 de outubro, uma vez que, inicialmente, a família da vítima concentrou todos os seus esforços em sua recuperação e nas transferências hospitalares necessárias para o tratamento das graves lesões sofridas.
Por conta disso, estes defensores foram constituídos no dia 22 de outubro e, a partir de então, iniciaram a reunião de documentos e informações para compreender, de forma detalhada e precisa, o que de fato havia ocorrido, razão pela qual o Boletim de Ocorrência em questão foi registrado no dia seguinte à outorga da procuração.
A banca constituída e os familiares da vítima lamentam profundamente o ocorrido e repudiam, de forma veemente, o ato covarde e injustificável que culminou nesse trágico desfecho.
Reiteram, ainda, que não pouparão esforços para que a apuração dos fatos ocorra de maneira célere, rigorosa e transparente, assegurando a devida responsabilização de todos os envolvidos neste triste e lamentável episódio.
Neste momento de profunda dor, a defesa de Paulo reitera que quaisquer informações sobre o caso deverão ser obtidas exclusivamente por meios oficiais, a fim de resguardar a lisura das investigações e, principalmente, o respeito ao legado e à dignidade da vítima e de sua família, que esta profundamente abalada com o episódio”.




