Empresário e mulher são presos por golpe com Bolsa Uniforme em colégios militares de Goiás

Um empresário e uma mulher foram presos em Goiânia, acusados de aliciar alunos de colégios militares para desviar dinheiro do programa Bolsa Uniforme, benefício do Governo de Goiás destinado à compra de fardamento escolar. A investigação revelou que mais de 60 cartões do programa foram apreendidos com os suspeitos, que registravam compras fictícias e desviavam parte do valor.

Segundo a polícia, a mulher abordava estudantes nas imediações das escolas e recolhia os cartões. Em seguida, ela os levava até o empresário, dono de uma loja conveniada com o governo, que registrava a compra como se fossem uniformes. O empresário ficava com 25% a 30% do valor de cada cartão, enquanto a aliciadora recebia R$ 50 por operação. Aos estudantes, eram repassados entre R$ 500 e R$ 600 via Pix.

O programa Bolsa Uniforme, lançado em agosto deste ano, oferece R$ 970 por aluno para a compra de fardamento escolar nas 144 lojas credenciadas. No entanto, a fraude fez com que vários alunos continuassem sem uniformes, o que chamou a atenção das autoridades. O comandante-geral da PM informou que muitos alunos estavam faltando às aulas por não terem as peças necessárias. Isso levou à intensificação do patrulhamento nas proximidades das escolas, resultando na prisão da aliciadora e, posteriormente, do empresário em sua loja.

Os dois suspeitos foram autuados por peculato, associação criminosa e corrupção de menores. O governo anunciou que a loja envolvida será descredenciada e que uma inspeção será realizada em todas as escolas para garantir que os alunos estejam devidamente uniformizados.

O Comando de Ensino da Polícia Militar (CEPM) informou que os estudantes envolvidos no esquema passarão por um conselho disciplinar e serão expulsos da rede militar, mas terão garantida a transferência para outras escolas públicas. O governo ainda investiga se outras unidades podem estar envolvidas e reforçou que o programa, com investimento total de R$ 76 milhões, busca garantir que os 78 mil alunos dos 82 colégios militares do estado tenham acesso aos uniformes necessários para a frequência escolar regular.

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