Empresário que matou mulher ao dirigir bêbado vai a júri: ‘Seis anos e ele nunca admitiu a culpa’, diz família da vítima
Noivo de Katiuscia Bianca, Igor de Moraes Alves é uma das testemunhas de acusação. Ele dirigia o carro no momento do acidente e chegou a ser ameaçado por Fabrício de Luna Vieira.
Fabrício de Luna Vieira chegou a ser preso por suspeita de embriaguez ao volante em Brodowski, SP — Foto: Reprodução/EPTV
Fabrício de Luna Vieira chegou a ser preso por suspeita de embriaguez ao volante em Brodowski, SP — Foto: Reprodução/EPTV
A noite de 13 de janeiro de 2019 ainda está viva nas lembranças do mecânico Igor Moraes Alves, de 29 anos. Foi quando ele se envolveu em um acidente que terminou com a morte da noiva Katiuscia Bianca, à época com 31.
A filha do casal, de 1 ano, também estava no carro no momento da batida. Ela e Igor sofreram ferimentos leves, mas foram liberados na madrugada do dia 14.
“Ela está viva mesmo graças à Katiuscia que, abraçou a cadeirinha [de bebê]. Eu agradeço demais a vida da minha filha. Ela teve um arranhãozinho na orelha e eu tive um corte na cabeça, levei ponto na perna e tudo mais, fui liberado já na madrugada”.
O acidente aconteceu na altura do km 337 da Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Brodowski (SP). Era por volta das 22h40 quando o empresário Fabrício de Luna Vieira, de 41 anos, bateu o carro que dirigia na traseira do carro da família. Os dois veículos seguiam a pista no mesmo sentido, em direção a Ribeirão Preto (SP).
Fabrício vai a júri popular nesta quinta-feira (17), seis anos após o crime. À época, ele chegou a ser preso por suspeita de embriaguez ao volante, mas acabou solto e responde ao processo em liberdade.
“São seis anos lutando por justiça e ele, o tempo todo, tentando provar que não está errado, nunca ter admitido a culpa. Eu espero que a justiça seja feita”.
Carro ficou destruído após ser atingido na traseira por outro veículo na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Brodowski, SP — Foto: Reprodução/EPTV
Carro ficou destruído após ser atingido na traseira por outro veículo na Rodovia Cândido Portinari (SP-334), em Brodowski, SP — Foto: Reprodução/EPTV
Uma gravação feita pela Polícia Militar na noite do acidente mostra o empresário admitindo ter ingerido bebida alcoólica antes de dirigir, mas se recusando a fazer o teste do bafômetro. O DE entrou em contato com a defesa dele e aguarda um posicionamento.
Fabrício vai responder pelos crimes de homicídio doloso, lesão corporal e embriaguez ao volante. Caso seja condenado, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.
Igor, a noiva e a filha do casal voltavam de Franca (SP), após passar o domingo visitando parentes, quando o carro foi atingido na traseira. Segundo o mecânico, Fabrício ainda o ameaçou, dizendo que ele era o culpado pelo acidente.
“A primeira coisa que ele fez, em descer do carro, foi vir pra cima de mim, eu com a minha filha no colo, sem entender o que tinha acontecido, e ele vindo para cima de mim. Que não era para eu chamar polícia, que eu que estava errado. O tempo todo tentando jogar a culpa em cima de mim”.
Com o impacto, Katiuscia morreu na hora. Igor e a filha foram socorridos, encaminhados para atendimento médico e liberados na sequência.
“Eu sabia que ela [Katiuscia] estava muito ruim, eu lembro de ter visto a imagem dela de dentro do carro ainda, mas não sabia que ela tinha falecido. Doeu muito. Acho que uma das dores mais profundas da minha vida foi esse dia, essa notícia”.