Empresário pediu que esposa delegada entregasse arma diferente após matar gari
em BH: ‘entrega a nove milímetros’
Pedido foi feito em trocas de mensagens entre o casal. Renê tentou apagar a
conversa, porém a polícia conseguiu recuperar.
Em uma troca de mensagens recuperadas pela polícia, o empresário Renê da Silva
Nogueira Júnior, de 47 anos, pediu à esposa, a delegada da Polícia Civil Ana
Paula Lamêgo Balbino, que entregasse uma arma diferente da usada no assassinato
do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos. O crime aconteceu após Renê se
irritar no trânsito e atirar contra o trabalhador.
Segundo a Polícia Civil, Renê Júnior foi preso em uma academia de luxo e, antes
de ser levado à delegacia, enviou um áudio para Ana Paula dizendo que estava no
estacionamento e havia sido abordado por policiais. Já na delegacia, ele mandou
nova mensagem pedindo que ela entregasse uma pistola 9 milímetros, e não a arma
usada no crime, uma pistola calibre 380.
“Dias depois, ele confessou o assassinato. Mas, antes de admitir, Renê ainda
tentou negar o envolvimento”, afirmou a Polícia Civil.
De acordo com o inquérito, Ana Paula não respondeu às mensagens nem concordou
com o pedido do marido.
Renê foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e uso de recurso
que dificultou a defesa da vítima. Esses agravantes podem pesar contra ele no
julgamento. Se condenado, a pena pode chegar a 35 anos de prisão.
Por ser servidora pública, Ana Paula pode ter a pena aumentada em até 50%, além
da punição prevista para o crime, que varia de dois a quatro anos de prisão. A
decisão será tomada pelo Poder Judiciário.