Investigado por instalar uma câmera escondida no banheiro de uma casa que alugava em Anápolis, a 55 km de Goiânia, Francismar Fernandes da Silva também é suspeito de estupro contra uma mulher quando ela tinha apenas 10 anos de idade. A informação foi divulgada pela Polícia Civil de Goiás, nesta terça-feira, 30.
A delegada Aline Lopes contou que a vítima denunciou o caso após a prisão do empresário e relatou que o crime aconteceu, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. “Com a divulgação da prisão dele pelo caso da câmera escondida, ela e a família se encorajaram, e denunciaram o caso à polícia”, explicou a delegada.
Segundo a vítima, o suspeito se aproveitava da facilidade de estar com ela para estuprá-la. Além disso, a vítima ainda relatou que Francismar a forçava a assistir vídeos pornográficos enquanto era abusada.
Um novo inquérito foi aberto para investigar o caso, cujos dealhes não foram revelados para evitar exposição da vítima e não atrapalhar as investigações. Mas segundo a polícia, o relato da vítima é consistente e já há outros indícios que confirmam a versão. Ao G1, o advogado de defesa disse que não irá se posicionar por não ter tido acesso aos autos da nova investigação.
O caso
O responsável pelo aluguel, Francismar Fernandes da Silva, de 36 anos, foi preso na sexta-feira, 19, sob suspeita de instalar a câmera. A família locatária ficou apavorada ao descobrir uma câmera escondida no banheiro da casa. A situação levou-os a abandonar o imóvel às pressas, após apenas duas semanas de moradia, ao perceberem que suas rotinas diárias estavam sendo gravadas pelo dispositivo.
De acordo com a Polícia Civil de Goiás, a câmera transmitia ao vivo e armazenava as imagens captadas no banheiro, incluindo momentos de higiene pessoal dos moradores, incluindo crianças e adolescentes, por cerca de 15 dias.
A descoberta da câmera ocorreu quando a filha adolescente da moradora, sozinha em casa por não se sentir bem para ir à escola, viu o locador dentro do banheiro. Após ouvir latidos vindos do banheiro, a jovem foi verificar e encontrou Francismar, que fugiu rapidamente da residência. Desconfiada, ela então descobriu a câmera disfarçada na tomada.
A mãe da garota, que não teve sua identidade divulgada, relatou à polícia que o locador parecia estar familiarizado com suas atividades diárias, o que a deixou ainda mais assustada. “Ele acompanhava nossa rotina. Na garagem de fora tinha uma câmera e na frente da casa um mercadinho da mulher dele, de quem eu aluguei”, relatou.
Rotina
As investigações apontam que o empresário teria aproveitado um momento em que visitou a casa, sob pretexto de buscar um objeto, para instalar o dispositivo. “Ele conhecia a rotina da família. Foi nesse horário porque acreditava que não teria ninguém”, declarou a investigadora.
Além da prisão de Francismar, foi realizado um mandado de busca e apreensão em sua residência, resultando na apreensão de diversos dispositivos eletrônicos que serão investigados. A delegada Aline Lopes explicou que o empresário pode enfrentar acusações relacionadas à gravação de imagens de nudez de crianças e adolescentes, além do crime de invasão de domicílio.
A polícia alerta que Francismar, como proprietário de uma empresa de energia solar, pode ter acesso a várias residências, levantando a possibilidade de existirem mais vítimas. Com o objetivo de ampliar as investigações, a polícia divulgou a imagem do suspeito a fim de identificar outras potenciais ocorrências similares.