Empresário suspeito de integrar esquema de facção também foi investigado em escândalo da merenda na Baixada
Luiz Paulo Matos de Aquino teve empresa que vendeu kits de alimentação com bichos para Prefeitura de Japeri, em 2021. Segundo a Polícia Civil, Paulinho Aquino, como é conhecido, tem ligações com o Comando Vermelho.
Vereador de Meriti preso durante operação é solto após pagar fiança
Alvo de investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro por suspeita de envolvimento com a facção Comando Vermelho, o empresário Luiz Paulo Matos de Aquino, de 38 anos, o Paulinho Aquino, como é conhecido, já esteve na mira de outras investigações nos últimos anos.
O empresário era dono da empresa Nutri Foods Refeições com sede em Nilópolis, na Baixada Fluminense, quando a empresa venceu a concorrência para fornecer kits de alimentação para a Prefeitura de Japeri.
Nesta manhã de sexta-feira (14), policiais civis e militares realizaram mais uma etapa da Operação Contenção, contra a expansão do Comando Vermelho por territórios do RJ. Desta vez, equipes foram cumprir 16 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão em comunidades de São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Um dos alvos das equipes era o empresário Luiz Paulo Matos de Aquino, contra quem havia mandado de busca. Luiz Paulo não foi encontrado em casa.
O empresário Luiz Paulo Matos de Aquino, alvo de buscas pela Polícia Civil, foi o centro das atenções durante a operação realizada pelas autoridades.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso ligado ao Comando Vermelho (CV) que atua em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, movimentou cerca de R$ 30 milhões em 11 meses.
O irmão do empresário, o vereador Marcos Aquino, foi preso. Ele não era alvo inicial da operação, mas foi encontrado com uma arma registrada em nome de outra pessoa e medicamentos de uso controlado. Aquino foi o vereador mais votado em 2024 no município. À tarde, o vereador foi solto após pagar R$ 20 mil de fiança.
O advogado Rafael Faria, que defende o empresário, nega as suspeitas e encaminhou nota afirmando que “medidas jurídicas atualmente movidas contra ele (Luiz Paulo Matos Aquino) têm caráter político e buscam desestabilizar sua imagem perante a sociedade civil”.
Depois de atraso, Prefeitura de Japeri entrega kits de alimentação para estudantes, mas famílias reclamam da qualidade da comida
Os kits demoraram 5 meses para chegar às escolas e quando chegaram, em setembro de 2021, os pais das crianças filmaram bichos entre os alimentos. A companhia já tinha sido contratada em maio daquele pela administração de Japeri também sem concorrência pública, para fornecer alimentos para uma Policlínica da cidade. Os dois contratos juntos somam R$ 17, 2 milhões.
Até fevereiro daquele ano de 2021, um dos sócios da Nutri Foods era Luiz Paulo Matos de Aquino. Pouco antes do primeiro contrato com a Prefeitura de Japeri, a Nutri Foods foi vendida para Vítor Scarparo Fernandes por R$ 4 milhões.
Na ocasião, a reportagem do RJ1 esteve na casa de Vítor e conversou com a mãe do rapaz que confirmou que ele trabalhava na Nutri Foods, mas que nunca soube de nenhuma compra. Prosseguindo com as investigações, observamos que surgiram mais questionamentos a respeito do envolvimento do empresário nas polêmicas.
Secretário de Educação de Belford Roxo é preso em operação da PF e do MPF por desviar R$ 6 milhões do dinheiro da merenda
Em 2024, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal realizam buscas na empresa Salute Serviços Terceirizados por suspeita de irregularidades em contratos com a Prefeitura de Belford Roxo. A empresa teria recebido R$ 15 milhões da gestão municipal para o fornecimento de merendas mesmo com as unidades fechadas.
A defesa do empresário divulgou nota sobre a ação policial, afirmando que as medidas tomadas possuem fundamentos políticos e visam desestabilizar a sua imagem diante da sociedade. O empresário, tradicionalmente engajado no trabalho social em São João de Meriti, tem sua conduta ética e transparente contestada no âmbito jurídico.
A reportagem continua aguardando um posicionamento da defesa do empresário para esclarecimentos sobre os contratos firmados com as prefeituras da Baixada Fluminense. A situação se torna cada vez mais delicada diante das repercussões decorrentes das investigações em curso.




