Empresas de internet ligadas ao crime organizado no RJ: Anatel intensifica combate

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Um levantamento conjunto da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro e da Anatel revelou um dado alarmante: 80% das empresas de internet que operam em comunidades cariocas estão associadas ao crime organizado, sendo controladas pelo tráfico de drogas ou pelas milícias locais. Com um total de 1.734 empresas de internet em todo o estado, 912 delas operam sem a devida autorização da Anatel, o que representa uma grave situação de irregularidade no setor.

Uma norma anterior dispensava a necessidade de outorga para pequenos provedores com até 5 mil acessos, contudo, a Anatel determinou que todas as empresas desse porte realizem o cadastro de regularização até o dia 25 de outubro. Caso contrário, todos os provedores que estiverem operando sem autorização terão suas atividades suspensas imediatamente. Essa medida visa combater o uso indevido da norma por organizações criminosas que utilizam as empresas de internet como fachadas para atividades ilícitas.

O mapeamento realizado a partir de denúncias recebidas pelo Disque-Denúncia e pela Ouvidoria da SESP revelou a presença do crime organizado controlando o serviço de internet em grande parte das comunidades do Rio de Janeiro. Para o secretário de Segurança, Victor dos Santos, a mudança nas regras da Anatel é um golpe importante nas finanças das organizações criminosas, atingindo um ponto sensível de suas operações.

Dados da Anatel apontam que 40% das empresas autorizadas a funcionar não prestaram informações sobre os acessos em 2024, o que evidencia a falta de transparência e segurança no setor. O presidente da Agência, Carlos Baigorri, ressaltou que a informalidade prejudica os negócios legais, inibindo investimentos e prejudicando, no final das contas, o consumidor. Além disso, moradores de bairros como Brás de Pina e Realengo denunciaram a ação do tráfico de drogas no corte de sinal de internet, demonstrando a grave interferência das organizações criminosas no serviço.

Diante desse cenário preocupante, a ação conjunta da polícia e do Ministério Público do Rio de Janeiro resultou em uma operação contra uma milícia que teria lucrado cerca de R$ 10 milhões com serviços de internet em Nova Iguaçu. Essa medida reforça a importância de combater a relação entre o crime organizado e as empresas de internet, garantindo a segurança e regularidade do serviço para toda a população. A atuação firme e eficaz das autoridades é essencial para coibir práticas ilícitas e preservar a integridade do setor de comunicação no estado do Rio de Janeiro.

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