Enem PPL será aplicado para 2.120 detentos de todo o Estado

Enem PPL será aplicado para 2.120 detentos de todo o Estado

O Exame Nacional do Ensino Médio para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL 2023) será aplicado para 2.120 custodiados que cumprem pena nas unidades prisionais goianas. O exame, que possibilita o acesso ao estudo de nível superior, será aplicado nesta terça e quarta-feira (10 e 11 de janeiro). O número de presos inscritos é recorde este ano – crescimento de 246% em relação a 2021 (611).

Durante a aplicação da prova, o apenado deverá responder as 180 questões objetivas e a redação, dentro da unidade prisional. Vale ressaltar que os detentos também podem solicitar a participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu) e em outros programas de acesso à educação superior. Em Goiás, até dezembro de 2022, havia 10 custodiados (9 mulheres e 1 homem) cursando ensino superior de dentro da prisão.

As provas serão realizadas simultaneamente, com início às 13h30 e termino às 18h30, em todo o país. O exame será aplicado por instituição contratada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP).

“Além de possibilitar ampliar os níveis de educação, o Enem PPL aumenta as chances de reinserção do custodiado no mercado de trabalho após cumprir sua pena, o aperfeiçoamento de seu currículo e acesso a programas governamentais de financiamento ou apoio”, afirma o diretor-geral de Administração Penitenciária, Josimar Pires.

Ano   Inscritos   Crescimento
2019      470
2020     491               4,4%
2021      611              24,4%
2022     2.120           246%

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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