Enfermeira aguarda medida protetiva após denunciar diarista por racismo

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Enfermeira que denunciou diarista por racismo diz que está com medo e aguarda
por medida protetiva

Diarista ainda realiza faxinas no condomínio em que a enfermeira mora, disse.
Mulher foi indiciada após enviar mensagens com xingamentos e ofensas após ser
cobrada por serviço.

Enfermeira denuncia que sofreu racismo de diarista após reclamar de faxina, em
Goiás; veja

A enfermeira Luciana Ponciano, que denunciou ter sofrido racismo da diarista
Sthefany Sibele França Rayzer após reclamar de faxina, contou ao DE que espera por uma medida protetiva contra a
mulher. Segundo ela, Sthefany ainda tem acesso ao seu condomínio, onde realiza
trabalhos em outros imóveis.

“Se eu não conseguir essa medida, fico com medo. Porque ela ainda tem acesso
ao meu condomínio. Ela ainda faz faxina para algumas pessoas”, afirmou.

Ao DE, a diarista disse que não irá comentar o
caso. Tudo aconteceu no dia 9 de agosto, em Aparecida de Goiânia, na Região
Metropolitana da Capital. Sthefany foi indiciada por injúria racial, afirmou o
delegado do caso, Joaquim Adorno.

De acordo com Luciana, o delegado responsável pelo caso mencionou que colocaria
uma medida protetiva contra Sthefany. O DE tentou entrar em contato com o delegado Joaquim para saber se o pedido de medida
protetiva foi protocolado, mas não obteve retorno até a última atualização desta
reportagem.

Luciana contou que também tentou falar com o síndico do condomínio onde vive
sobre a entrada da suspeita. O condomínio afirmou que aguarda documento oficial
para tomar alguma medida, disse a enfermeira.

O DE entrou em contato com o Ministério Público
de Goiás (MP-GO) na noite de segunda-feira (25) para saber se o órgão acatou o
inquérito e ofereceu a denúncia, mas não obteve retorno até a última atualização
desta reportagem.

Luciana Ponciano denuncia que sofreu racismo da diarista ao reclamar da faxina. Em prints divulgados pela TV Anhanguera, a diarista chama a moradora de chata
por ser negra e admite que tem preconceito. Nas mensagens, ela ainda se referiu
à enfermeira como “cabelo de Bombril” e declarou: “Branco nunca me ‘encheu tanto
o saco’”.

“Você é chata porque é de cor”, disse em uma das mensagens, ao que Luciana
questionou: “Você tem preconceito com pretos?”. A diarista respondeu: “Demais,
do seu jeito, sim, que reclama, que fica exigindo. A sua raça é isso aí, não se
espera mais nada”, afirmou.

Após a denúncia, a enfermeira Luciana Ponciano disse que a diarista zombou dela
após revelar áudios do crime
de racismo. Em mensagens enviadas para ela, Sthefany chama Luciana de “cabelo de
Bombril” e diz que as pessoas estão rindo da cara dela.

“Foi lá passar essa vergonha. Um monte de gente rindo dessa sua cara”,
escreveu Sthefany Sibele em mensagens para a enfermeira.

Em prints de uma conversa do dia 13 de agosto, a diarista volta a ofender a
Luciana e a chama de “bicha feia sebosa” e diz: “Ficou feio pra tu mesmo, pra
mim não!”.

Segundo Luciana, ela não atendeu as ligações e nem respondeu a nenhuma das novas
mensagens da diarista.

Segundo o Michael Félix, presidente do Conselho de Direitos Humanos e Igualdade
Racial em Goiás, o racismo é crime desde 1989, mas que não é fácil a
implementação da lei que tipificou como crime.

“Essa implementação não ocorre de maneira fácil, principalmente por um
entendimento superficial do que é o racismo, o que é racismo de fato, o que é
injúria racial, o que é só bullying e o que uma brincadeira”, explicou à TV
Anhanguera.

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