Enfermeira emprestou senha para excluir vacinação de Bolsonaro

Enfermeira emprestou senha para excluir vacinação de Bolsonaro

Uma enfermeira da prefeitura de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, confirmou à Polícia Federal que emprestou a senha do sistema para apagar os registros de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, chefe da central de vacinação do município, informou que a senha foi concedida ao secretário do Governo do município, João Carlos de Sousa Brecha. Segundo ela, não foi informado sobre a identidade das pessoas que teriam o registro apagado, sob argumento de não ”envolvê-la em problemas, uma vez que se tratavam de pessoas relevantes e conhecidas”. 

Apesar disso, ela não teria visto qualquer indício de ”má-fé” no pedido, e que teria ajudado Brecha a pedido da Secretária de Saúde Célia Serrano. 

Operação 

Cláudia Helena é alvo da Operação Venire, deflagrada pela PF em 3 de maio e que investiga associação criminosa acusada de inserir dados falsos de vacinação contra Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. Na ação, os investigadores federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e prenderam alguns dos ex-funcionários, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.

A investigação começou após o conhecimento da PF de que, em 21 de dezembro do ano passado, João Brecha incluiu informações falsas no sistema do Ministério da Saúde de que Bolsonaro teria sido, em agosto e outubro, vacinado com duas doses do imunizado contra  Covid-19 em Duque de Caxias. 

Seis dias depois, os registros foram apagados no sistema, em nome de Cláudia Rodrigues. A justificativa para deletar era de que havia ocorrido um suposto ”erro”. Nesse período, o ex-presidente teria emitido o certificado de vacinação no sistema ConecteSUS. 

Bolsonaro viajou para os Estados Unidos em 30 de dezembro, enquanto ainda era presidente. O depoimento dele à PF está previsto para acontecer na próxima terça-feira, 16.

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Israel ataca aeroporto no Iêmen com diretor da OMS presente no local

Israel realizou ataques aéreos nesta quinta-feira, 26, contra o aeroporto internacional de Sanaa, capital do Iêmen, e outros alvos controlados pelos rebeldes huthis. As operações, que deixaram pelo menos seis mortos, ocorreram após os disparos de mísseis e drones pelos huthis contra Israel. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o objetivo dos ataques é enfraquecer o que chamou de “eixo do mal iraniano”.

Os bombardeios atingiram o aeroporto de Sanaa e a base aérea de Al Dailami, além de instalações militares e uma usina de energia em Hodeida, no oeste do país. Testemunhas relataram ao menos seis ataques no aeroporto, enquanto outros alvos incluíram portos nas cidades de Salif e Ras Kanatib. Segundo o Exército israelense, as estruturas destruídas eram usadas pelos huthis para introduzir armas e autoridades iranianas na região.

Durante o ataque ao aeroporto de Sanaa, o diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, estava presente. Apesar dos danos e vítimas relatados, Tedros afirmou estar “são e salvo”. No entanto, um membro da tripulação de seu avião ficou ferido. A comitiva da OMS e da ONU que o acompanhava não sofreu ferimentos graves.

O Irã, aliado dos huthis, condenou os ataques israelenses, classificando-os como um “crime” e uma violação da paz internacional. Os rebeldes huthis também denunciaram os bombardeios, chamando-os de uma “agressão contra todo o povo iemenita”.

Desde 2014, os huthis controlam grande parte do Iêmen, incluindo Sanaa, após a derrubada do governo reconhecido internacionalmente. A guerra, que se intensificou com a intervenção de uma coalizão liderada pela Arábia Saudita, transformou o conflito em uma das maiores crises humanitárias do mundo.

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