Enfermeiro suspeito de engravidar detenta da CPP teve relações sexuais com outra presa, diz polícia
Mulher também suspeitou estar grávida, mas não se confirmou, de acordo com a Polícia Penal. Pelo menos quatro servidores foram afastados.
Complexo prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular
O enfermeiro suspeito de engravidar uma detenta da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Aparecida de Goiânia da Região Metropolitana da capital, teve relações sexuais com pelo menos mais uma presa, informou a Polícia Penal. Dois policiais penais e um médico também são investigados. Todos foram afastados de suas funções.
O caso veio a público no dia 2 de fevereiro. Além de afastar os suspeitos, a polícia transferiu a mulher grávida para a Unidade Prisional Regional Feminina de Inhumas.
De acordo com documento da Polícia Penal, uma segunda mulher afirmou ter se envolvido sexualmente com o enfermeiro. Ela chegou a suspeitar que também estava grávida do profissional, o que não se confirmou, informou a PP.
O DE não conseguiu identificar a defesa do enfermeiro. Em nota, O Conselho Regional de Enfermagem de Goiás (Coren-GO) disse que “está tomando as medidas e providências cabíveis quanto à investigação e apuração das possíveis ilegalidades e irregularidades éticas cometidas”.
A mulher disse ainda que eles estiveram juntos por três vezes e que ela não se relacionou com outro homem. Ela afirmou que, sempre que ia até o posto de saúde da prisão, “ocorria troca de carinhos com o referido enfermeiro”, relata o documento.
O enfermeiro tinha contrato com a Prefeitura de Aparecida de Goiânia para prestar serviços no presídio. Em nota, a assessoria da prefeitura informou que ele e o médico investigado tiveram os contratos encerrados.
SOBRE O CASO
A Polícia Penal relatou que recebeu a denúncia sobre o caso no dia 7 de janeiro e que detentas e profissionais de saúde foram ouvidos no mesmo dia.
No dia 8, foi instaurada uma sindicância para investigar o caso. A Polícia Penal informou que foram encontrados “elementos mais robustos” de que os profissionais realmente tenham praticado as infrações.
Penitenciária feminina no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, em Goiás — Foto: Diomício Gomes/O Popular
Diante disso, os policiais penais e profissionais de saúde foram afastados. O DE reforçou que “não coaduna com qualquer tipo de conduta que vá contra a integridade física e moral de qualquer pessoa”.
O Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que, até o momento, “não recebeu qualquer informação oficial sobre o caso. Mas, todas as denúncias relacionadas à conduta ética de médicos recebidas pelo Cremego ou das quais tomam conhecimento são apuradas e tramitam em total sigilo, conforme determina o Código de Processo Ético-Profissional Médico”.
AFASTAMENTOS
Além do encerramento do contrato, o enfermeiro e o médico estão proibidos de entrar em qualquer unidade prisional da Polícia Penal por tempo indeterminado.
Os dois agentes prisionais investigados também foram afastados de suas atividades. Um deles foi afastado por seis meses, além de ter tido a identidade funcional e a arma recolhidas. O outro policial foi afastado por 30 dias. Ambos terão os salários mantidos.
O DE não conseguiu localizar a defesa dos policiais. O presidente do Sindicato dos Servidores do Sistema de Execução Penal no Estado de Goiás (Sinsep) lembrou do princípio da presunção da inocência. “Mas, caso sejam comprovadas as irregularidades, que sejam punidos”, declarou Maxsuell Neves.