Enfermeiros vivem expectativa para resposta sobre piso nacional da categoria

Os enfermeiros estão ansiosos para a solução do pagamento do piso nacional da categoria que deve ser anunciada até a próxima sexta-feira, 04. Esse é o prazo final para o Congresso Nacional e o governo federal apresentarem a fonte de custeio no segmento privado, conforme decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em Goiás, os profissionais estão se mobilizando pela internet para pressionar deputados federais a apoiarem uma PEC que sugere o uso de fundos federais para o custeio da folha de pagamento do setor da saúde na rede pública.

A expectativa é grande para garantir salário mínimo de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$3.325 para técnicos e de R$ 2.375 para auxiliares e parteiros previsto em lei aprovada pelo Congresso Nacional. Cerca de  65 mil pessoas compõem a categoria em Goiás, incluindo parteiras. O receio está na possibilidade de criação de tributos para bancar o piso da remuneração paga por estados, municípios e entidades filantrópicas.

“As fontes que temos até agora são apenas para as santas casas, conforme Projeto de Lei Complementar aprovado nesta semana. O presidente do Senado disse que outros projetos estão sendo analisados para serem votados, mas , por enquanto, não temos até agora, nenhuma caravana ou mobilização para Brasília”, afirma a diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicato dos Trabalhadores do Sistema Único de Saúde no Estado de Goiás (Sindsaúde) e secretária Geral do Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg), Sirley Braga.

Em setembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a suspensão da aplicação imediata da lei aprovada na Câmara e no Senado após uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) impetrada pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos de Serviços (CNSaúde). Eles alegaram não ter recursos para pagar os salários reajustados. A média de salário do enfermeiro atualmente é de R$ 2,5 mil, a de técnico por volta de R$ 1,3 mil. 

Os impactos financeiros nas instituições de saúde com a vigência do texto legal são temidas pelos profissionais. Demissões teriam começado a ocorrer mesmo com a lei do piso mínimo ainda não tendo sido aplicada. Um hospital aqui de Goiânia teria despedido 40% do quadro profissional da categoria por esse motivo, de acordo com Sirley.

Alternativas

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco quer reabrir o prazo de adesão ao programa de repatriação de recursos não declarados. Entre 2016 e 2017, o projeto trouxe de volta ao Brasil aproximadamente R$ 175 bilhões. A reportagem do Diário do Estado tentou contato com as assessorias de imprensa do Senado e do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco, mas não obteve retorno até a publicação desta edição.

A prestação de serviços não essenciais em saúde na rede pública, privada e filantrópica chegou a ser interrompida durante paralisação de enfermeiros, técnicos em enfermagem e auxiliares de enfermagem durante 24 horas no dia 21 de setembro. 

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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