Engenheira suspeita de fraude defendia recursos naturais, mas liberava construções ilegais em área protegida no Paraná – Descubra mais!

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Engenheira suspeita de fraude para construções em áreas de proteção ambiental no Paraná defendia recursos naturais nas redes

Investigações apontam que Elisa Caroline Soares usava documentos falsos para liberar construções em áreas preservadas. A defesa disse que acredita na inocência de Elisa ‘em razão de todo o histórico que ela tem na carreira’.

Elisa Caroline Soares, engenheira ambiental presa no Paraná nesta quarta-feira (1º) por suspeita de fraudar mais de 230 licenciamentos ambientais, postava nas redes sociais conteúdos em defesa do desenvolvimento sustentável e do cumprimento das normas ambientais.

Em uma das postagens, Elisa afirmou que a realização de vistorias técnicas em terrenos rurais “é essencial para o planejamento de empreendimentos e desenvolvimento sustentável”. As publicações também respaldaram o inquérito sobre o caso, conforme a polícia.

“Essas análises permitem identificar características do solo, vegetação, recursos hídricos e áreas de preservação, garantindo que os projetos sejam desenvolvidos de forma responsável e em conformidade com a legislação ambiental vigente, protegendo Áreas de Preservação Permanente (APP), de Preservação Ambiental (APA), Reserva Legal, por meio da elaboração de projetos técnicos compatíveis com a realidade local e aptos ao deferimento em processos de licenciamento ambiental”, escreveu Elisa em 17 de setembro.

Elisa foi presa em operação deflagrada pela Polícia Civil (PC-PR), em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba.

De acordo com a investigação, o esquema funcionava há pelo menos cinco anos. Nele, a engenheira liberava a construção de condomínios de luxo e empreendimentos em áreas de proteção ambiental e até em reservas hídricas, pondo em risco nascentes responsáveis pelo abastecimento da região de Curitiba.

No dia 18 de junho deste ano, Elisa publicou que o licenciamento ambiental é obrigatório para empreendimentos imobiliários no Paraná.

A polícia cumpriu também sete mandados de busca e apreensão pelos crimes de falsificação de documento público, inserção de dados falsos em sistema de informação, desmatamento da Mata Atlântica e fraude em licenciamento ambiental.

A advogada de Elisa, Darcieli Bachmann Duro, disse à RPC, afiliada da TV Globo no Paraná, que vai pedir revogação da prisão.

“A Elisa é uma engenheira já há bastante tempo, muito conceituada no mercado, atuante e responsável. Essa informação pegou a todos de surpresa. Acreditamos na inocência dela, em razão de todo o histórico que ela tem na sua carreira.”

Segundo o delegado Guilherme Dias, a suspeita faturou mais de R$ 2 milhões com os licenciamentos fraudulentos. A polícia trabalha para identificar mais envolvidos no esquema.

“Falsificavam para construir decks, condomínios de luxo, para que utilizassem lanchas e jet-ski. Diversos tipos de fraudes foram praticados por esses responsáveis técnicos como biólogos e engenheiros ambientais”, explicou.

A polícia afirmou que Elisa inseria informações e documentos falsos no sistema, chegando a usar nomes de pessoas falecidas para liberar obras.

Em alguns casos, ainda segundo o delegado, ela declarava falsamente que áreas passariam apenas por “roçada” para obter dispensas de licenciamento.

As fraudes resultaram também no desmatamento de mais de 300 mil metros quadrados de mata nativa e em descarte irregular de lixo. A polícia não divulgou os locais onde estão os empreendimentos que tiveram liberação para construção com documentos fornecidos por Elisa.

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