Enquete online: 52% acreditam que Bolsonaro não deve ser preso

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Os atos antidemocráticos não devem levar Jair Bolsonaro para a prisão. Essa é a opinião de 52% dos entrevistados em uma enquete online do Diário do Estado (DE) realizada entre ontem, terça-feira, 17, e hoje, quarta-feira, 18. Somente 48% defende que o ex-presidente perca a liberdade por ter incitado direta ou indiretamente a invasão dos prédios sede dos Três Poderes em Brasília em 08 de janeiro.

 

O andamento das investigações sobre os atos antidemocráticos tem fechado o cerco para uma chance de prisão de Bolsonaro. Ele foi incluído no inquérito que apura financiadores para o movimento golpista a pedido da Procuradoria Geral da União (PGR) com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Na semana passada, uma pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha apontou que 93% dos brasileiros são contra as ações dos bolsonaristas que destruíram o Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto. Além de usarem camisas remetendo à bandeira do Brasil ou mesmo estampadas com o rosto de Jair, alguns dos golpistas não se constrangeram em mostrar o rosto enquanto vandalizaram a região da Esplanada dos Ministérios.

 

Um rascunho de decreto presidencial de intervenção federal no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foi encontrado pela Polícia Federal (PF) na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. Ele teve a prisão decretada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, e foi detido no aeroporto de Brasília ao retornar das férias nos Estados Unidos no último sábado, 14.

 

A demora do governo do Distrito Federal em agir durante a invasão resultou na intervenção federal e na exoneração do então secretário de segurança local, Anderson Torres. A atuação da União foi oficializada por Lula em um discurso na noite deste domingo, 08, devido ao risco de mais conflitos. Na prática,  a segurança pública da capital federal passa temporariamente a ser responsabilidade da União.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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