Ensinar meditação na escola traz beneficios para as crianças

Em entrevista ao jornal Diário do Estado, a idealizadora do Mindkids e especialista em meditação, Daniela Degani conversou sobre o ensinamento da bondade nas escolas. 

“A Mindkids nasceu desse desejo de levar práticas para escola que ajudam a cultivar algumas habilidades para a vida, como atenção, nesse mundo que estamos distraídos, as crianças têm estímulos para deixar mais atentos, assim como estímulos emocionais como empatia, compaixão, desde muito cedo. Nós fazíamos isso a partir de aulas de meditação para crianças e adolescentes. Damos aulas em escolas e também capacitamos educadores em meditação para a sala de aula.”, explica.

Em relação aos desafios na meditação para a criança ela explica que “ficar parado, até para nós adultos é muito difícil, é um processo. Quando eu comecei a compartilhar essas práticas, para os meus filhos, mudando a forma que eu me relaciono com o mundo, fiquei pensando que era tão difícil para mim, até porque estamos acostumados a estar sempre em movimento com a mente, e comecei a estudar como fazer isso para as crianças. Para elas as práticas são adaptáveis, precisa ser lúdico, através de jogos, atividades com histórias e contos. A criança precisa querer participar.”, destaca.

“Às vezes a gente pensa que a criança não tem compreensão, mas mesmo as crianças bem pequenas, elas gostam de saber o porquê estão fazendo aquela ação, antes das práticas curtas eu costumo explicar o que é meditação da seguinte maneira: ‘ medicação é algo que nos ajuda a prestar atenção, quando a gente quer prestar atenção no que prof tá falando, no que o papai e a mamãe está pedindo, num jogo, ajuda a acalmar, a pensar no que vai fazer, a ser feliz, e a gente pode fazer junto’. Quando a gente repete a prática, a criança já entende que é o momento de prestar atenção”, explica.

A especialista aponta que o ideal é o entorno da criança estar bem e equilibrado, porque ela naturalmente reflete isso. “Se nós treinarmos a meditação para nós, para sermos um apoio, para que a gente consiga, não sempre, mas em diversos momentos estar mais consciente e tranquilo, para a lidar com a nossa família. Nessa época de pandemia mesmo, lidamos com estresse altos, mas se treinarmos, podemos lidar de maneira mais leve e construtiva”, relata.

Ela acrescenta que estando mais equilibrados as pessoas podem ajudar melhor o outro. “As crianças se regulam por nós, o sistema nervoso delas ainda não está pronto, a nossa espécie é só após os 21/25 anos. Se em alguns instantes podermos termos essa presença amorosa com as crianças, os ajudamos a se regular melhor, eles se sentem mais tranquilos.”, explica.

Sobre como ensinar a bondade na escola, ela diz que: “quando a gente treinar algumas habilidades como atenção, quase como um pré-requisito da empatia, precisamos prestar atenção no mundo do outro para nos importamos. Empatia é o meio de caminho, se só sentir o que ele está sentindo, fica incompleto, precisamos chegar na compaixão, quando desejamos aliviar o sofrimento do outro. Diversos educadores apresentam que as crianças demonstram isso, porque nós nascemos com isso. Por isso treinamos, estando mais presente, conectando com o outro, trabalhando esse desejo de aliviar o sofrimento do outro, praticando atos de bondade, generosidade, amor, quanto mais cedo fizermos isso nas crianças, mais elas vão desenvolver ela e melhor saúde mental.”, destaca.

Durante o período de pandemia, ela apresentou que muitas escolas onde o Mind Kids trabalha, continuaram online, e o curso para formação de profissionais continua acontecendo em plataforma digital. “Nós estamos com nosso programa de ensino a distância, durante a pandemia, capacitamos 250 meditadores mais ou menos, no Brasil inteiro.”, aponta.

“Existe bastantes coisas que estão aparecendo na superfície agora, desculpa bullying não é o ok, vai fazer crianças sofrerem e se tornarem adultos agressivos, racismo não é ok. descriminação nenhuma é. Essas questões precisam ser olhadas, derrubamos o véu que encobria elas. Esse movimento provoca o movimento contrário de agressão, intolerância. Acredito que estamos em época de quebrar, até mesmo judicial, por meio de leis. Para no futuro termos uma sociedade mais igualitaria”, relata.

Ela apresenta como os principais benefícios da meditação para adultos são inúmeros físicos e mentais. “Como vocês se sentem, é apresentado redução de estresse, bem estar, lidar com situações de uma maneira mais saudável, benefícios físicos, reduz pressão arterial. Em escolas, mais minha área, trabalhamos com três benefícios físicos, alguns educadores chamam de ABC da educação. O A seria o benefício de atenção, B o bem estar, equilíbrio emocional, e o C compaixão, quanto isso está presente em professores e alunos isso facilita a aprendizagem.

 

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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