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Entenda a confusão da vacina no Brasil

Muitas notícias estão circulando ao mesmo tempo sobre a vacinação no Brasil. Então, entenda o que está acontecendo: a farmacêutica Pfizer informou, nesta segunda-feira, 28, que não deve mais pedir aprovação emergencial de sua vacina no Brasil. Isso não significa que os brasileiros não receberão as doses da empresa: ela pedirá somente a aprovação definitiva, que é mais lenta.

Em nota, a Pfizer justificou a decisão pelas exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. a Anvisa, por sua vez, afirma que não fez exigência alguma, mas apenas orientações que não impedem que a vacina seja aprovada emergencialmente no país. Mesmo assim, a Anvisa certificou a empresa americana no último domingo, 28, por “Boas práticas de Fabricação”. Este certificado costuma anteceder as aprovações de vacina. De qualquer modo, nesta quarta-feira, dia 30, Anvisa e Pfizer tem reunião marcada para resolver os empasses.

Depois de uma outra reunião com a Anvisa no último dia 14, a multinacional disse que “outras agências regulatórias que possuem o processo de uso emergencial analisam os dados dos estudos em sua totalidade, sem pedir um recorte para avaliação de populações específicas”, diz a nota. A Anvisa teria pedido a análise dos resultados em 3 mil brasileiros antes da aprovação emergencial, o que “demandaria muito tempo”.

Segundo informações da CNN, integrantes do Ministério da Saúde também consideram a agência brasileira como lenta na aprovação. A Anvisa, por sua vez, tem se incomodado com a pressão do governo e o culpa de volta, argumentando que a pasta federal é quem desde o começo teria rejeitado a Pfizer, pelo fato de que o imunizante deve ser armazenado em temperaturas baixas e isso dificultaria a distribuição no Brasil.

Por outro lado, a Covonavac já está entregando e deve completar 10 milhões de doses trazidas ao país até o último dia do ano, antes de aprovações formais, e o Butantan garantiu que deve sim pedir aprovação emergencial junto à Anvisa para a fórmula chinesa. A Fiocruz, com a vacina de Oxford, também desistiu da aprovação emergencial, como a Pfizer, e deve entregar cerca de 210 milhões de doses após pedir aprovação definitiva, que pode levar até 60 dias para ser liberada.

Imagem: Rodrigo Maia/ Câmara dos Deputados