Entenda a ‘morte súbita abortada’: diagnóstico veloz para evitar sequelas

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Entenda o que é ‘morte súbita abortada’, condição que afetou jovem durante corrida no litoral de SP

Arthur precisou reaprender a falar, escrever e andar após ter a morte súbita abortada e ficar em coma em fevereiro de 2024. A médica cardiologista Fernanda Douradinho informou que o diagnóstico veloz é essencial para evitar sequelas.

Arthur Felipe Pinheiro de Barros, de 33 anos, recuperou parte motora com muitas terapias após ter morte súbita abortada — Foto: Arquivo Pessoal

A morte súbita abortada, condição que afetou o jovem Arthur Felipe Pinheiro de Barros enquanto ele corria na rua em Itanhaém, no litoral de São Paulo, nada mais é do que uma parada cardiorrespiratória que levaria à morte caso não fosse revertida rapidamente. A médica cardiologista Fernanda Douradinho informou que o diagnóstico veloz é essencial para evitar sequelas.

Arthur ficou um mês internado, sendo nove dias em coma, após ter a morte súbita abortada em fevereiro de 2024. Ele teve seis ciclos de paradas cardíacas e chegou a ser desenganado pelos médicos, mas contrariou os prognósticos e reaprendeu a falar, ler, escrever, andar e até correr.

Apesar disso, Arthur ainda vive com sequelas cognitivas causadas pela falta de oxigênio no cérebro, como a perda de memória recente. A médica Fernanda Douradinho explicou que o tempo que o paciente demora para voltar ao ritmo normal do coração influencia diretamente nas sequelas neurológicas, que podem ser irreversíveis.

De acordo com ela, a principal sequela de morte súbita abortada é justamente o estado de coma, do qual Arthur ficou por nove dias. No entanto, o período pode ser ainda maior. “O grau de cada um depende do tempo e da resposta da pessoa, mas ela pode nunca mais voltar ao normal. Pode ficar em coma e [depois] só abrir o olho, se tiver ficado muito tempo em parada. Depende muito de cada um”, explicou.

A médica explicou que, para reverter uma morte súbita, é necessário a desfibrilação. Por isso, locais públicos com grande movimentação de pessoas, como shoppings, costumam ter um desfibrilador automático.

Caso não haja um desfibrilador no local, como no caso de Arthur, o indicado é realizar massagem cardíaca e acionar um serviço de emergência o quanto antes. “Realizar as manobras de reanimação cardiopulmonar imediatamente para conseguir ter um desfibrilador”, disse.

Segundo Douradinho, a morte súbita abortada é causada, principalmente, por arritmias, que podem ter sido desencadeadas por vários fatores, entre eles, infarto ou alterações estruturais, como inflamação no coração. A atividade física pode ser um gatilho para a arritmia, não a causa.

Quando a morte súbita é abortada, o tratamento que o paciente recebe em seguida será para a condição que desencadeou a parada cardíaca. Por isso, ele varia de pessoa para pessoa. “Às vezes, é controlar os fatores de risco, abrir uma artéria que estiver entupida, às vezes é colocar um marca-passo, que a gente chama de desfibrilador implantável. Se for uma arritmia recorrente, esse próprio dispositivo aborta, impede que tenha novas arritmias e novas paradas cardíacas”, disse Douradinho.

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