O médico clínico geral Dr. Marcelo Bechara esclarece que o sono é parte fundamental da vida. Para o especialista, a rotina corrida e a tecnologia podem ser o ponto principal para o mau sono. “O cotidiano influencia e, atualmente, o que mais interfere são as telas: celulares, televisões, tablets e outros. O excesso de luz durante a noite afeta o processo de criação de melatonina, hormônio do relaxamento”, relata Marcelo.
O especialista esclarece que o contexto e os hábitos contabilizam na hora do organismo se equilibrar. “É a totalidade, o ciclo circadiano acontece durante as 24 horas do dia. Praticar atividades físicas, boa dieta, meditar, ter pensamentos menos acelerados e uma rotina controlada ajudam muito. Essas ações auxiliam na diminuição do excesso de cortisol, o hormônio que nos desperta e também nos estressa”, afirma Marcelo.
“Quando dormimos, passamos por diversas fases, mas a REM (Movimento Rápido do Olho, do inglês Rapid Eye Movement) é o estágio mais profundo do sono. Estimulado pela luz, o organismo realiza suas funções ao longo de um dia, que deixa o ser humano em estado de vigília ”, explica Bechara. À noite, a falta de claridade nos olhos ativa o quiasma óptico, estrutura localizada no cérebro, que envia uma “mensagem” à glândula pineal para produzir melatonina e induzir sonolência.
Rolar na cama para tentar dormir, tomar um chá durante a madrugada para pegar no sono e despertar com cansaço. Apesar de parecerem atos simples, estas atitudes traduzem o que mais de 70 milhões de brasileiros passam com a insônia, de acordo com a Associação Brasileira de Sono (ABS). Os aparelhos eletrônicos já têm um lugar garantido nos quartos, sendo que 93% dos brasileiros mantêm o celular por perto e 66% checam seus smartphones antes de dormir, segundo levantamento divulgado em 2023 sobre a Saúde do Sono Brasileiro feito pela Hibou (empresa de pesquisa e análise de mercado, comportamento e consumo).