Entenda o crime do caminhão com drogas e eletrônicos: o que se sabe e o que falta esclarecer no DF

O que se sabe e o que falta esclarecer sobre crime envolvendo caminhão que transportava eletrônicos e drogas

Uma pessoa morreu e outra ficou ferida após suspeitos alvejarem veículo, que estava parado em um posto de combustíveis no DF.

Criminosos que mataram vigilante tinham como alvo roubo de 400 quilos de droga.
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Criminosos que mataram vigilante tinham como alvo roubo de 400 quilos de droga.

Um vigilante morreu e outro ficou ferido, nesta terça-feira (10), após suspeitos alvejarem um caminhão que transportava televisões de Manaus (AM) para Serra (ES). O crime aconteceu em um posto de combustíveis na BR-070, no Distrito Federal.

Durante a investigação, a Polícia Civil do DF descobriu que, além dos 300 aparelhos eletrônicos, o caminhão estava carregado com 473 kg de “skank”, versão mais forte da maconha. O caso é investigado pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri) da Polícia Civil do DF.

Confira abaixo o que se sabe e o que falta esclarecer sobre o caso:

1. Como foi a dinâmica do crime?
2. Quantas pessoas ficaram feridas?
3. O motorista sabia que transportava drogas?
4. Alguém foi preso?
5. De quem era a droga dentro do caminhão?
6. A empresa de segurança está envolvida no crime?
7. Quais pontos faltam ser esclarecidos?

Vigilante Ronivan Lima Grolo morreu durante assalto — Foto: TV Globo/Reprodução

COMO FOI A DINÂMICA DO CRIME?

Aos policiais, o motorista do caminhão disse que parou no posto de combustível, na BR-070, em Taguatinga, no Distrito Federal para descansar. Em seguida, os suspeitos, armados com fuzis, apareceram e atiraram contra ele e os vigilantes.

QUANTAS PESSOAS FICARAM FERIDAS?

Os suspeitos atiraram nos dois vigilantes. Ronivon Lima Grolo morreu na hora e Paulo Neres de França foi atingido nas costas, mas sobreviveu. Ele foi levado para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). A Secretaria de Saúde do DF não divulga informações sobre o estado de saúde dele.

O MOTORISTA SABIA QUE TRANSPORTAVA DROGAS?

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de envolvimento do motorista do caminhão no transporte das drogas. No Tocantins, durante a viagem, ele registrou um boletim de ocorrência, dizendo que havia sido rendido por suspeitos, que o drogaram. O homem chegou a ser atendido em um hospital e foi ouvido pela polícia. Depois disso, uma empresa de vigilância foi contratada para fazer a segurança no restante da viagem. Segundo a PCDF, a denúncia feita pelo motorista à polícia do Tocantins pode ser falsa.

ALGUÉM FOI PRESO?

Quatro homens foram presos ainda na terça-feira (10). Nesta quarta (11), eles tiveram a prisão convertida em preventiva. São eles:
– Cleomar Marcos da Silva, motorista do caminhão;
– Francisco de Assis Bispo de Jesus;
– José Eraldo Dutra Bezerra;
– Sidney Cardosa Passos. A polícia procura um quinto suspeito, que teria sido baleado durante o crime desta terça-feira.

DE QUEM ERA A DROGA DENTRO DO CAMINHÃO?

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, os 473kg de “skank”, versão mais forte da maconha, são de uma facção criminosa. Os investigadores estimam que a carga vale em torno de R$ 3 milhões. Ainda de acordo com as investigações, três presos fazem parte de uma organização criminosa, e o motorista já trabalhou para outra organização criminosa.

A EMPRESA DE SEGURANÇA ESTÁ ENVOLVIDA NO CRIME?

A linha de investigação seguida pela Polícia Civil aponta que nem a empresa nem os vigilantes sabiam sobre o carregamento de drogas. Em nota, a empresa lamentou a morte de Ronivon Lima Grolo e prestou apoio à família dos envolvidos.

QUAIS PONTOS FALTAM SER ESCLARECIDOS?

– Há outras pessoas envolvidas no crime?
– A empresa de frete está envolvida no transporte das drogas?
– As drogas foram carregadas em Manaus (AM) ou em algum ponto da viagem?
– A denúncia do motorista do caminhão sobre a abordagem em Tocantins é verdadeira?

LEIA TAMBÉM:
– TOCANTINS: à polícia, motorista de caminhão que transportava eletrônicos e drogas diz que foi drogado por bandidos
– ENTENDA: criminosos que mataram vigilante de caminhão pretendiam roubar 400 kg de droga transportada junto com carga de televisores

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Chacina do DF: 2 anos após, acusados seguem sem condenação nos crimes em busca de terreno

Após 2 anos da maior chacina de DE, acusados seguem sem condenação

A chacina chocou o Brasil nas primeiras semanas de 2023. À época, 10 pessoas de uma mesma família foram mortas por causa de um terreno

Frieza, crueldade e ganância. O caso que chocou o Brasil nas primeiras semanas de 2023 – quando 10 pessoas de uma mesma família foram impiedosamente assassinadas – completa dois anos neste janeiro, sem previsão para condenação dos envolvidos nos crimes.

Conhecido como a maior chacina do Distrito Federal, o crime brutal, cometido com requintes de crueldade, foi praticado por pessoas próximas às vítimas, que tinham como objetivo a apropriação da casa onde vivia os integrantes da família.

Os acusados Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Carlomam dos Santos Nogueira e Carlos Henrique Alves da Silva foram pronunciados pela Justiça para ir a júri popular. Contudo, até o momento, não há data para o julgamento.

O termo “pronuncia” é utilizado para fazer referência à fase do processo em que o juiz decide se o caso configura ou não crime doloso – intencional – contra a vida. Caso o entendimento seja de que sim, o réu deve encarar o júri popular.

Um outro réu, identificado como Fabrício da Silva Canhedo, teve desmembramento do processo, ou seja, está em parte separada. Ele também aguarda julgamento. Todos os envolvidos tiveram a prisão preventiva revista e mantida recentemente.

Segundo as investigações, o crime, planejado por pelo menos dois meses, foi motivado pelo interesse em uma propriedade onde viviam algumas das vítimas. Avaliado em R$ 2 milhões, o terreno no Itapoã tem cachoeira privativa, ampla área de capim de gado e cerca de 5 hectares – equivalentes a 50 mil metros quadrados.

O plano era assassinar toda a família e tomar posse do imóvel, sem deixar qualquer herdeiro vivo. O terreno, entretanto, nem sequer pertencia à vítima, o patriarca da família, Marcos Antônio Lopes de Oliveira, o primeiro a ser brutalmente morto. A chácara era alvo de disputa judicial desde 2020, na qual os verdadeiros donos tentam recuperar o terreno.

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