Tiago Leifert e sua esposa, a jornalista Daiana Garbin, anunciaram nas redes sociais que sua filha, Lua, foi diagnosticada com um tipo de câncer raro: retinoblastoma. Lua tem um ano de idade e a doença é mais comum até em crianças de até seis anos. O diagnóstico precoce é essencial, já que a doença pode causar perda de visão e até a morte, nos casos mais grave e avançados.
O retinoblastoma é provocado pelo aumento excessivo no número de células da retina. Pode ter causa genética – adultos que tiveram a doença enquanto crianças precisam ficar atentos quando têm filhos, porque o câncer pode ser herdado. Ou ainda pode ter origem esporádica, que a medicina ainda não sabe explicar porque acontece. “Por isso é tão importante o exame preventivo, não tem algo que cause isso, quando a origem é esporádica”, explica a oftalmologista especialista em retina pediátrica, Alessandra Rassi.
O exame do olhinho, feito por pediatras, é recomendado pelo menos três vezes ao longo do primeiro ano de vida. Basicamente, o médico emite luz nos olhos da criança e percebe se o reflexo é vermelho. Se o reflexo for esbranquiçado, há sinal de problema, como catarata congênita, por exemplo. No entanto, este exame não dispensa a ida ao oftalmologista, ainda no primeiro ano de vida.
“O teste do olhinho pode identificar algumas formas de retinoblastoma, mas não todas. A gente recomenda o exame oftalmológico mesmo, em que dilata a pupila da criança para olhar diretamente a retina e ver se tem alguma lesão”, afirma a oftalmologista.
Sintomas e sequelas
Este tipo de câncer só costuma dar sinais quando a doença já está avançada, por isso é tão importante o exame preventivo, para diagnóstico precoce. Os sintomas são: criança ficar com os olhos tortos, tremor nos olhos, um olho crescer e ficar maior que o outro e reflexo esbranquiçado.
“Às vezes você vai tirar uma foto do seu filho com flash e, em vez de ficar com reflexo vermelho, o olho sai com reflexo branco na fotografia, ou um olho vermelho e outro branco. Isso é sinal de retinoblastoma ou outros problemas nos olhos”, explica a oftalmologista.
O retinoblastoma pode causar perda da visão, dependendo da localização dele na retina. A doença pode causar a morte, ao se espalhar para outras partes do corpo, como o sistema nervoso central. “Muitas vezes a gente consegue preservar a vida, mas com perda de visão e, às vezes, somos obrigados a retirar o globo ocular da criança”, explica a médica.
Tratamento do retinoblastoma
Existem diversas formas de tratar, dependendo de quão avançada a doença está no momento do diagnóstico. Há terapias a laser, quimioterapia, radioterapia e a quimioterapia intra-arterial, que leva o remédio diretamente ao olho, para diminuir efeitos colaterais.
O retinoblastoma, como qualquer outro câncer, precisa de acompanhamento de longa data. Quando a doença está em fase inicial, o paciente tende a ser “liberado” mais rápido. No entanto, em alguns casos, existe risco de a doença voltar na fase adulta.