Entenda os casos de intoxicação por metanol no DF: saiba o que falta saber e como agir com suspeitas.

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Metanol no DF: com alta de Hungria e 2º caso suspeito na UTI, entenda o que ainda falta saber

Rapper deixou hospital no domingo, após quatro dias internado; homem de 47 anos teve AVC e está na UTI do Hospital de Base. Exames devem sair nesta semana.

Sobe para 225 o número de casos suspeitos de intoxicação por metanol no Brasil

Passados cinco dias desde o primeiro registro, moradores do Distrito Federal ainda têm poucas certezas sobre os casos suspeitos de intoxicação por metanol na capital.

No domingo (5), o rapper Hungria, de 34 anos, recebeu alta médica após quatro dias internado na UTI do hospital DF Star.

Até esta segunda (6), no entanto, ainda não se sabe se o artista foi, ou não, intoxicado por metanol ao consumir bebidas adulteradas.

A perícia da Polícia Civil já descartou a presença de metanol nas garrafas que Hungria comprou no DF na quarta-feira (1º), horas antes do início dos sintomas.

Durante a internação, Hungria foi tratado como se tivesse, de fato, ingerido metanol – em razão dos sintomas relatados e para acelerar a desintoxicação. O rapper chegou a fazer hemodiálise e tomar etanol diluído em suco.

O metanol é um álcool usado industrialmente em solventes e outros produtos químicos. É altamente perigoso quando ingerido.

O etanol é um “antídoto” para a infecção por metanol porque se liga às mesmas estruturas químicas no corpo humano e, com isso, evita que o metanol continue sendo metabolizado.

Ainda falta saber, no entanto:
Os sintomas relatados por Hungria – dor de cabeça, náuseas, vômitos, visão turva e acidose metabólica – foram causados por metanol?
Se sim, onde Hungria consumiu essa bebida adulterada com metanol?
Se não, havi algum outro contaminante em comidas ou bebidas consumidas por Hungria?

Dois detalhes importantes:
as suspeitas em todo o país recaem apenas sobre bebidas alcoólicas destiladas, como vodca, gin e uísque;
até esta segunda, nenhuma garrafa contendo metanol havia sido identificada no DF, entre as bebidas submetidas ao teste.

SEGUNDO CASO: HOMEM DE 47 ANOS

O segundo caso em investigação no Distrito Federal é de um homem de 47 anos que deu entrada na UPA de Brazlândia na sexta-feira (3), também com sintomas de intoxicação.

Ele chegou à unidade de atendimento na madrugada, já em estado grave, e recebeu atendimento imediato. De tarde, foi transferido para a UTI do Hospital Regional de Santa Maria.

Lá, exames complementares detectaram que o paciente tinha sofrido um “acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico extenso” – condição que agravou ainda mais o quadro.

Em razão disso, no sábado, o homem foi transferido para a UTI do Hospital de Base, no centro de Brasília – unidade de referência em neurologia.

Neste domingo (5), a Secretaria de Saúde e o Iges-DF (instituto que gerencia o Hospital de Base) afirmaram que “não há evolução clínica do quadro do paciente, que segue internado”.

“Salientamos que todos os casos suspeitos de intoxicação por metanol serão notificados à Secretaria de Saúde, responsável pelo controle e monitoramento de ocorrências no Distrito Federal”, completaram os órgãos.

Ainda falta saber, no entanto:
Os sintomas relatados pelo paciente – incluindo o AVC identificado ao longo da internação – foram causados por metanol?
Se sim, onde essa bebida adulterada foi comprada?
Se não, havi algum outro contaminante na bebida? O que pode ter causado o quadro?

O QUE O GOVERNO VEM FAZENDO?

Em nota ao DE neste domingo, o governo do DF informou que tem “monitorado continuamente os casos suspeitos e realizado reuniões diárias para definição oportuna das ações de vigilância”.

“De imediato, foram intensificadas as ações de fiscalização em bares, restaurantes, quiosques, trailers e distribuidoras do Distrito Federal, que permanecem sendo realizadas pela vigilância sanitária”, diz a Secretaria de Saúde.

Na quinta, no sábado e no domingo, agentes do DF Legal (agência de fiscalização) e da Vigilância Sanitária e policiais fizeram inspeções em distribuidoras e bares espalhados pelo DF.

Centenas de litros de bebidas suspeitas foram apreendidas, e estabelecimentos com documentação vencida foram lacrados.

O QUE FAZER EM CASO DE SUSPEITA?

Além de procurar a unidade de saúde mais próxima de casa – seja um posto de saúde, uma UPA ou um hospital –, os moradores do DF com suspeita de intoxicação podem ligar para o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox).

Os números são: (61) 99288-9358 e 0800 644 6774.

O centro funciona de forma permanente e ajuda a esclarecer dúvidas sobre intoxicações de qualquer tipo – por produtos de limpeza, contato com animais nocivos, remédios tomados de forma incorreta ou acidentes domésticos, por exemplo.

Em caso de suspeita de ingestão de metanol, o Ciatox também pode ser acionado.

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