Entenda por que algumas pessoas não contraem Covid-19

No dia 11 de março de 2020, há exatos dois anos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretava o inicio da pandemia de Covid-19. Hoje, após mais de 452 milhões de casos no mundo e 6 milhões de mortes, um mistério ainda intrigada a população.

Afinal, por que algumas pessoas pegam a doença e outras não? E por que isso ocorre mesmo quando estão igualmente expostas ao vírus? Para tentar entender o motivo do questionamento, o Diário do Estado entrevistou o médico infectologista, Marcelo Daher.

Segundo o especialista, ainda não há pesquisas que comprovem o motivo do indivíduo não contrair o vírus mesmo compartilhando o espaço com uma pessoa contaminada e sem proteção. Entretanto, o que tudo indica é que a pessoa foi contaminado, mas não apresentou sintomas. Ou seja, a pessoa que supostamente não contraiu o vírus, foi infectada, porém ficou assintomática.

“A gente precisa conhecer o mecanismo de transmissão da doença, que é por contato ou pelo ar. Porém, um contato direto nem sempre pode vir a transmitir a Covid-19. Isso porque existem alguns fatores que influenciam no contagio como a carga viral, resposta do hospedeiro e a replicação do vírus. Além disso, existem algumas pessoas que possuem dificuldades de se infectar. Há pessoas que acham que não contraíram o vírus e relutam em usar máscara. No entanto, em algum momento eles foram infectados”, explicou.

Alerta

Marcelo alerta que a população precisa tomar cuidado, pois todos estão sujeitos a contrair ou se reinfectar pelo vírus.

“Já vimos em outras doenças essa questão das pessoas acharem que são imunes ao vírus como no HIV. A gripe, por exemplo, muitas pessoas falam que quase não gripam. No entanto, ao contrair a gripe eles tem um quadro mais intenso. É verdade que algumas pessoas apresentam maior resistência a doença, mas a principio todos estão sujeitos a se contaminar pela Covid-19”, concluiu.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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