Entenda principais pontos da Reforma Tributária, que deve ser votada no Senado

Prestes a ser debatida e votada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, a proposta da Reforma Tributária (PEC 45/2019) apresenta mudanças significativas na tributação de produtos essenciais e em suas alíquotas. O presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre, prevê que a discussão ocorra nesta terça-feira, dia 7 de novembro, no único órgão onde a proposta seguirá tramitando antes de ir para o Plenário.

O relator da PEC, senador Eduardo Braga, apresentou sua versão alternativa (substitutivo) da proposta em 25 de outubro. No entanto, ele destaca que o texto ainda poderá passar por alterações devido às 700 emendas apresentadas. “Não dá para dizer que tem um acordo. Ainda vai haver muita discussão. É uma matéria que tem muitos interesses. É uma votação que esperamos obter êxito, mas ainda está em um processo de construção,” explicou Braga.

O senador Izalci Lucas, por sua vez, acredita que o texto enfrentará desafios para ser aprovado na CCJ em 7 de novembro, citando preocupações sobre um possível aumento na carga tributária para o setor de serviços.

Na leitura do relatório na CCJ, Davi concedeu vista coletiva para que os membros do colegiado possam analisar o conteúdo antes da discussão marcada para as 9h do dia 7. Ele espera que a proposta seja votada no Plenário nos dias 8 e 9 de novembro e devolvida à Câmara dos Deputados até o dia 10 do mesmo mês.

Para ser aprovada, a PEC requer o apoio de 3/5 da composição de cada Casa, em dois turnos de votação em cada Plenário. No Senado, são necessários pelo menos 49 votos a favor. O texto só é aprovado se houver completa concordância entre a Câmara dos Deputados e o Senado. Como Braga apresentou um substitutivo, o texto passará por nova análise dos deputados.

O senador Randolfe Rodrigues, líder do governo no Congresso Nacional, ressalta a importância da reforma tributária, desejada desde a redemocratização do país. Ele destaca que o Brasil é o único país da OCDE que não possui o Imposto sobre Valor Agregado (IVA) e enfatiza que a introdução desse imposto trará mudanças significativas e simplificará o sistema tributário brasileiro.

A votação na CCJ será um passo crucial no processo de reforma tributária, com potenciais implicações para a economia e os cidadãos brasileiros. Confira abaixo algumas das mudanças que podem acontecer:

Cesta Básica Nacional de Alimentos:

– Considera a diversidade regional e cultural da alimentação do país.

– Garante a alimentação saudável e nutricionalmente adequada.

– Terá um número menor de itens que a cesta atual.

– Os produtos serão definidos por Lei Complementar.

– O CBS e o IBS serão “zerados” para a cesta menor.

Cesta Básica Estendida:

– Incluirá outros alimentos.

– Terá 60% de CBS e IBS.

– Pessoas de baixa renda terão cashback (ressarcimento) desse imposto pago.

CBS e IBS: “Gêmeos-Siameses”

– São dois impostos que se assemelham, aplicados de forma igual.

– Possuem os mesmos contribuintes, fatos geradores, bases de cálculo, hipóteses de não incidência, imunidades, regimes específicos, regras de não cumulatividade e regras de creditamento.

– Serão regulamentados por Lei Complementar.

– Incidirão sobre importações e não sobre exportações.

– Haverá apenas uma alíquota por unidade federada, objetivando acabar com a “guerra fiscal.”

Exceções à Regra:

– Entes federativos e União não poderão conceder benefícios ou incentivos fiscais, exceto os já listados na proposta.

Regimes Específicos:

– Cinco regimes especiais ou específicos com regras diferentes.

– Não têm como objetivo reduzir o ônus fiscal, mas sim adaptar as regras tributárias a setores específicos.

Tratamento Favorecido:

– Regimes diferenciados com o objetivo de reduzir a carga tributária.

– Vedado cobrar Imposto Seletivo.

– Avaliação quinquenal de custo-benefício.

– Redução de 60% do CBS e IBS em diversos setores.

Redução de IPI para Empresas Automobilísticas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste:

– Benefícios mantidos até 2025, reduzidos gradualmente até 2032.

– Vale somente para projetos em plantas fabris já existentes ou novos projetos que aproveitem plantas já existentes.

– Só receberão o benefício os veículos dotados de tecnologia descarbonizante.

Zona Franca de Manaus:

– Manterá os privilégios.

– Produtos arcarão com contribuição sobre intervenção no domínio econômico (Cide) se prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Cashback e Concessão de Crédito:

– O ressarcimento (cashback) será obrigatório nas operações de fornecimento de energia elétrica ao consumidor de baixa renda.

– A devolução pode ser concedida na conta de energia, conforme determinação em lei complementar.

– Cashback também será obrigatório na Cesta Básica estendida.

– Outras situações de cashback serão definidas em lei complementar.

– Permissão para a apropriação de créditos tanto pela empresa do Simples Nacional quanto por seus clientes, quando vendas gerarem crédito aos clientes e for feita a opção de recolhimento de IBS e CBS pelo regime geral.

Redução de Impostos para Diversos Setores:

– Produtores rurais podem optar por reduzir em 60% as alíquotas de CBS e IBS.

– Serviços de transportadores autônomos de carga que não sejam contribuintes do imposto, de acordo com a lei complementar.

– Resíduos e materiais destinados à reciclagem, reutilização ou logística reversa, de pessoas físicas, cooperativas ou outras organizações populares.

– Alíquotas de intermediação financeira, desde que não elevem o custo do crédito no país.

– Manutenção do tratamento tributário favorecido para pequenas e microempresas.

Regime Especial na Zona Franca de Manaus:

– Manutenção dos privilégios existentes.

– Produtos poderão arcar com contribuição sobre intervenção no domínio econômico (Cide) se forem prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente.

Trava de Aumento da CBS e IBS:

– Em 2030, a CBS será reduzida se a receita com CBS e Imposto Seletivo for maior que a média da arrecadação do PIS/PASEP, COFINS e IPI de 2012 a 2021, na proporção do PIB.

– Em 2035, a CBS e o IBS serão reduzidos se a receita com CBS, IBS e Imposto Seletivo for menor que a média da arrecadação com PIS/PASEP, COFINS, IPI, ISS e ICMS de 2012 a 2021, na proporção do PIB.

Imposto Seletivo (IS):

– Incide sobre bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente em sua produção, extração, comercialização ou importação.

– Incide uma única vez sobre o bem ou serviço.

– Não integra sua própria base de cálculo (não cumulativo).

– Objetiva desestimular o consumo e a produção desses bens.

– A finalidade não é aumentar a arrecadação do governo.

Comitê Gestor:

– Novo nome do “Conselho Federativo.”

– Entidade pública sob regime especial, com independência técnica, administrativa, orçamentária e financeira.

– Membros representando paritariamente os entes federativos.

– Funções normativas e administrativas, incluindo a edição de regulamento único do IBS e a uniformização da interpretação da legislação.

– Controle externo realizado por órgão colegiado composto pelos tribunais de contas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Outros Tributos:

– Imposto sobre Transmissão “Causa Mortis” e Doação (ITCMD) será de competência do estado de domicílio do falecido ou do doador, com alíquotas maiores para grandes valores.

– Isenção das doações e transmissões a instituições sem fins lucrativos.

– Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) considerará valor e impacto ambiental, incidindo sobre veículos terrestres, aquáticos e aéreos, com exceções específicas.

– O Imposto Seletivo poderá ser cobrado sobre armas e munições, na extração, independentemente da destinação, com alíquota máxima de 1% do valor de mercado do produto a partir de 2027, com extinção do IPI. (**Com informações da  Agência Senado)

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Hugo destaca avanço em cirurgias endoscópicas com melhorias e investimentos

O Hospital de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz (Hugo), unidade do governo do Estado gerida pelo Hospital Israelita Albert Einstein desde junho deste ano, realizou no final de novembro sua primeira cirurgia endoscópica da coluna vertebral. Essa técnica, agora prioritariamente utilizada nos atendimentos de urgência e emergência, é minimamente invasiva e representa um avanço significativo no tratamento de doenças da coluna vertebral, proporcionando uma recuperação mais rápida e menores riscos de complicações pós-cirúrgicas.

Segundo o coordenador da ortopedia do Hugo, Henrique do Carmo, a realização dessa técnica cirúrgica, frequentemente indicada para casos de hérnia de disco aguda, envolve o uso de um endoscópio. Este equipamento, um tubo fino equipado com uma câmera de alta definição e luz LED, transmite imagens em tempo real para um monitor, iluminando a área cirúrgica para melhor visualização. O tubo guia o endoscópio até a área-alvo, permitindo uma visão clara e detalhada das estruturas da coluna, como discos intervertebrais, ligamentos e nervos.

“Quando iniciamos a gestão da unidade, uma das preocupações da equipe de ortopedia, que é uma especialidade estratégica para nós, foi mapear e viabilizar procedimentos eficazes já realizados em outras unidades geridas pelo Einstein, para garantir um cuidado mais seguro e efetivo dos pacientes”, destaca a diretora médica do hospital, Fabiana Rolla. Essa adoção da técnica endoscópica é um exemplo desse esforço contínuo.

Seis meses de Gestão Einstein

Neste mês, o Hugo completa seis meses sob a gestão do Hospital Israelita Albert Einstein. Nesse período, a unidade passou por importantes adaptações que visam um atendimento mais seguro e de qualidade para os pacientes. Foram realizados 6,3 mil atendimentos no pronto-socorro, mais de 6 mil internações, mais de 2,5 mil procedimentos cirúrgicos e mais de 900 atendimentos a pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC).

A unidade passou por adequações de infraestrutura, incluindo a reforma do centro cirúrgico com adaptações para mitigar o risco de contaminações, aquisição de novas macas, implantação de novos fluxos para um atendimento mais ágil na emergência, e a reforma da Central de Material e Esterilização (CME) para aprimorar o processo de limpeza dos materiais médico-hospitalares.

Hoje, o Hugo também oferece um cuidado mais humanizado, tanto aos pacientes como aos seus familiares. A unidade implementou um núcleo de experiência do paciente, com uma equipe que circula nos leitos para entender necessidades, esclarecer dúvidas, entre outras atividades. Além disso, houve mudança no fluxo de visitas, que agora podem ocorrer diariamente, com duração de 1 hora, em vez de a cada três dias com duração de 30 minutos.

Outra iniciativa realizada em prol dos pacientes foi a organização de mutirões de cirurgias, visando reduzir a fila represada de pessoas internadas que aguardavam por determinados procedimentos. Essa ação viabilizou a realização de mais de 32 cirurgias ortopédicas de alta complexidade em um período de dois dias, além de 8 cirurgias de fêmur em pacientes idosos. Todos os pacientes beneficiados pelos mutirões já tiveram alta hospitalar.

Plano de investimentos para 2025

Para o próximo ano, além do que está previsto no plano de investimentos de R$ 100 milhões anunciado pelo Governo de Goiás, serão implantadas outras melhorias de fluxos e processos dentro das atividades assistenciais. Isso inclui processos preventivos de formação de lesões por pressão, otimização de planos terapêuticos, cirurgias de emergência mais resolutivas, e outras ações que visam aprimorar o cuidado dos pacientes.

O hospital também receberá novos equipamentos, como o tomógrafo doado pelo Einstein para melhorar o fluxo de pacientes vítimas de trauma e AVC, e um robô de navegação cirúrgica.

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