Entidades sindicais pedem ações do TSE para coibir violência nas eleições

Os casos de violência por motivação política serão tema de uma reunião entre entidades sindicais e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF, atualmente presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, na tarde desta terça-feria, 27. No encontro, os líderes de sindicatos pedirão a aplicação de medidas para garantir a segurança de eleitores e trabalhadores do pleito, como mesários, no próximo domingo, em 02 de outubro..

Um documento com as sugestões deve ser entregue ao ministro. Eles pedem a suspensão do porte de trânsito de armas para todos os civis que não participem do sistema de segurança das eleições, suspender as atividades dos Clubes de Tiro no mínimo três dias antes e três após o primeiro e segundo turnos das eleições.

Outra demanda é a criação de um disque denúncia de violência política já que existe um exclusivo para contra violência política de gênero. A solicitação foi endossada por representantes do PT, PV, PCdoB, PSOL, Rede, PSB, Avante, Agir e Pros. Alexandre antecipou que está tomando todas as medidas necessárias com as forças policiais militares e civis dos estados e com as Forças Armadas, que já teve o envio de tropas para 588 municípios  de onze estados autorizados pelo TSE.

A reunião terá participação do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, do presidente da Força Sindical, Miguel Torres, do presidente da União Geral de Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, do presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB),Adilson Araújo, do presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores, Oswaldo Augusto e do do Secretário Geral da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB),da Álvaro Egea.

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Restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos faz descoberta de cemitério de africanos escravizados

A restauração da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Jaraguá, culminou em uma importante descoberta arqueológica: um cemitério com mais de 200 anos. Durante as escavações para a implantação de um sistema de drenagem, os arqueólogos encontraram ossadas que, segundo especialistas, são possivelmente de africanos escravizados e negros libertos.

A obra, iniciada em abril deste ano, é realizada pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), com um investimento de R$ 3,5 milhões. A conclusão está prevista para 2025. A descoberta das ossadas aconteceu em novembro, quando 35 ossadas foram exumadas sob o calçamento externo, e centenas de outros túmulos foram identificados.

Importância Histórica e Cultural

“É uma descoberta importantíssima para a história de Jaraguá e do estado de Goiás, pois nos permite resgatar a memória histórica de um período significativo para a formação cultural”, ressalta a secretária de Estado da Cultura, Yara Nunes. Este achado reforça a importância da preservação do patrimônio material e imaterial, conectando-nos com as raízes de nossa história.

Além das ossadas, os trabalhos também revelaram, com a remoção do piso de madeira, 56 campas funerárias numeradas dentro da igreja. Segundo os arqueólogos, há cerca de 150 sepultamentos nas laterais, no fundo e no pátio frontal da igreja. “Tem um sepultamento atravessado embaixo da escada da igreja, então quer dizer que aquela escada não é tão antiga, não é a original da construção. Em alguns locais a gente encontrou sobreposição de esqueleto, ou seja, existia o uso contínuo dessas covas”, conta o arqueólogo Wagner Magalhães.

A equipe agora enfrenta o desafio de extrair o máximo de informações possíveis sobre os esqueletos, que estão em péssimas condições de preservação devido ao solo úmido do local. As ossadas retiradas serão estudadas em laboratório para obter informações sobre sexo e faixa etária. Posteriormente, será feito um levantamento histórico com base nos registros de batismo e morte.

“Foi um trabalho surpreendente não só porque é inédito, mas é uma coisa que está mexendo com a memória. Quem eram essas pessoas? Apesar de não ter a história completa, a gente tem uma ideia do que aconteceu ali”, ressalta a arqueóloga Elaine Alencastro.

Educação patrimonial

Após o trabalho de curadoria da equipe arqueológica, a Secult, em parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) Goiás, vai oferecer uma ação de educação patrimonial na igreja. “Todas as nossas obras já possuem tapumes educativos que contam a história do edifício, mas, com essa descoberta, vamos montar uma estrutura na igreja para que todos possam conhecer mais sobre essa história que ficou escondida durante tantos anos”, adianta a superintendente de Patrimônio Histórico e Artístico da Secult, Bruna Arruda.

A Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos foi construída em 1776 pela irmandade de negros de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito. Nessa época, era comum a construção de igrejas específicas para a população negra. “Essa igreja foi dedicada aos pretos e foi construída por eles, e a população africana teve um papel importantíssimo até para a formação da cidade de Jaraguá. Então o que a gente tem aqui é um pouquinho da nossa história e traz também um pouco da história do início das minas de ouro, desses povos que trabalharam lá”, explica Wagner Magalhães.

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