Última atualização 16/07/2022 | 12:12
A higiene pessoal, principalmente envolvendo as partes íntimas, é de extrema importância. Para se ter uma ideia, no Brasil, o número de amputações de pênis cresceu 1.604% em 14 anos, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), devido a falta de cuidado com o corpo.
No período, foram realizados 7.213 procedimentos, uma média de 515 por ano. Em Goiás, apenas no ano passado foram realizados oito procedimentos, enquanto que esse ano duas pessoas precisaram ir às salas de cirurgia para amputar o membro.
A amputação é uma das consequências do câncer de pênis, provocado, sobretudo, pela falta de higiene, que registrou 1.791 casos com idas ao médico no Brasil em 2021, de acordo com o DataSUS. Os números da doença vêm em queda desde 2019, quando foram registrados 2.197 casos, cerca de 102 registros a mais do que em 2020. Porém, a SBU afirma que a pandemia fez com que a procura por ajuda médica e o consequente diagnóstico aumentassem.
“No Brasil, o câncer de pênis pode representar 17% de todas as neoplasias malignas em certas regiões. A incidência aumenta com a idade, atingindo o pico entre 50 e 70 anos. O país é um dos campeões mundiais na incidência de câncer de pênis, o qual é facilmente evitável com a higiene íntima e tratamento da fimose”, disse, em nota, o coordenador do departamento de uro-oncologia da SBU, Ubirajara Ferreira.
Infelizmente, continua o profissional, “a desinformação e a dificuldade de acesso à saúde fazem com que muitos homens tenham o órgão genital amputado e morram pelo tumor”.
Há prevenção?
Esse tipo de tumor está relacionado principalmente à má higiene na região. Por isso, a recomendação é realizar boa limpeza, afastando o prepúcio (pele que recobre a cabeça do pênis) ao lavá-la. Também podem ser fatores de risco: Excesso de prepúcio, fimose (quando a pele que recobre o pênis não deixa a glande ser exposta), contaminação pelo HPV e tabagismo.
Consequências
O procedimento, segundo a psicóloga Gabriela Carvalho, pode gerar diversas reações físicas e mentais nos indivíduos. Ela afirma que ao ser submetido a esse procedimento, o individuo passa por um processo de luto, que pode envolver: negação, isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. Cada individuo possui uma forma de reagir singular, podendo transitar em todos esses estágios até a aceitação.
“A imagem corporal do indivíduo está interligada às suas fragilidades e potencialidades. Quando ocorre a amputação de um membro, não ocorre apenas a retirada dele, mas, sim toda função e sensação direcionada a ele. Mediante esse contexto, o procedimento pode gerar diversas reações nos indivíduos, dentre elas: físicas e emocionais”, diz Gabriela.
“Sendo que, situações direcionadas a elevados níveis de estresse, genética, nutrição, infecções perinatais e exposição a perigos ambientes são fatores que contribuem para os transtornos mentais, não sendo apenas a causa exclusiva, pois eles podem ser formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais”, conclui a psicóloga.