Última atualização 25/04/2022 | 17:21
Nas festas atuais, a presença de um DJ é praticamente indispensável. Em Goiânia, o mercado da música eletrônica ainda faz parte de um nicho, assim como o rock. Para destrinchar a rotina de um DJ na capital, o Diário do Estado conversou com duas pessoas que fazem parte do ramo, em diferentes níveis de experiência. Afinal de contas, dá para sobreviver dessa profissão na cidade?
Vivendo 100% da música
Aguinel Mesquita Neto, o Amno DJ, trabalha no ramo há sete anos. Desde 2005, ele cultiva o gosto pela música eletrônica, e então passou a desejar estar nos palcos levando alegria para as pessoas. Aos 33 anos, ele vive 100% da música.
“Dá tranquilamente para viver, se você realmente quiser isso! É muita disciplina, estudo e treino também. Ah, um bom networking te leva para outros patamares e é crucial para quem quer viver do trabalho de DJ”, descreve Amno.
Segundo ele, o mercado de DJs em Goiânia hoje está bem disputado, com vários artistas tocando diferentes estilos musicais e nos mais variados tipos de eventos. “É um meio bem concorrido e disputado, mas se você leva a sério, se sobressai”, afirma.
A trajetória de Amno precisou de muita insistência. Ele chegou a morar em São Paulo durante um tempo, mas, assim que retornou a Goiânia, em 2015, focou totalmente no plano de ser DJ. “Investi até o dinheiro que não tinha”, brinca, “mas com 3 meses de foco, já comecei a ter uma agenda semanal. Desde então, vivo disso”, conclui.
A agenda dos próximos dias do DJ Amno, inclusive, está bem cheia. Nesta quarta-feira (20), ele participará do Exquenta do Baile das Atléticas. Entre quinta (21) e domingo (24), estará em um local por dia: Quintal Paulistano, Quintal Lounge, Azzure Club e Talan Hookah, nesta ordem.
A comunidade goianiense de DJs
Enzo Queiroz, o DJ Pamperz, é mais jovem do que Amno. Porém, também possui experiência. Há quase quatro anos no ramo, é motivado pela paixão musical e anseia pelos holofotes. Aos 22 anos, sempre quis sentir o que um DJ sente quando as pessoas vibram com sua performance.
No cenário goianiense, Pamperz reforça a dificuldade de decolar na profissão, assim como em qualquer outra carreira, principalmente autônoma. “Eu atualmente sou apenas DJ e produtor, estou conseguindo me manter. Não vou falar que estou em minha melhor época, mas é um sonho e tenho persistência”, declara.
Para o artista, é essencial apostar em marketing digital, colaborações, produção musical e mídia. Ele também explica que existem diferentes tipos de DJ. O “Open Format”, que toca todo tipo de música, e aquele especializado no eletrônico. Ele faz parte desse último grupo.
“Para o cenário da música eletrônica, infelizmente o mercado de Goiânia precisa evoluir muito. Não só como contratantes, mas eventos, boates, porque o público de Goiânia não aceita muito a música eletrônica. Parece que não está integrado ainda na grande massa, são nichos específicos”, explica.
Por conta disso, é preciso ter versatilidade e leitura de pista para ganhar espaço. Contudo, ainda há um pequeno problema.
“Existe uma panela de DJs. Até que é normal, não é uma crítica, mas existe muito isso. Cria-se uma comunidade, com um grupo entre eles, cada um indica o outro. Não é uma crítica, mas acaba saturando um pouco porque ficam sempre os mesmos DJs rodando. Não colocam novas oportunidades, novas pessoas”.
Assim como Amno, Pamperz também possui compromissos para os próximos dias. Neste mês, ele participará de uma festa de aniversário e estará no Quintal Paulistano no sábado (23). No sábado seguinte (30), o artista marcará presença no Baile da TR e em outro aniversário.