Entrega do Título de Cidadão Goianiense à cantora Joelma gera críticas

“Enquanto o parlamento Europeu paralisa a sessão ordinária do dia para prestar homenagem e repudiar o assassinato da ativista, defensora das mulheres e vereadora Meirelle Franco, no Rio de Janeiro. Os deputados goianos aprovam título de cidadania à cantora paraense Joelma, refugiada em Goiânia. Isso é uma vergonha nacional”, desabafa a estudante de Direito Thaynara Ribeiro, em relação a proposta do deputado estadual Marlúcio Pereira (PSB), de entrega do Título de Cidadão Goianiense à cantora Joelma.

A matéria foi aprovada por unanimidade pelos integrantes da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), da Assembleia Legislativa, na tarde de ontem. De acordo com Marlúcio, a cantora é uma defensora das mulheres e escolheu Goiânia para levantar a bandeira de luta contra violência à mulher. “Joelma sofreu na pele a dor da violência doméstica porque presenciou inúmeras vezes o pai espancando a mãe. E ela escolheu nossa capital e nosso Estado para levantar essa bandeira”, justificou o parlamentar.

A propositura não foi bem vista por alguns deputados da Casa nem pela população. A honraria foi criada para reconhecer e prestigiar pessoas que contribuem de alguma forma para o bem-estar social, político, econômico ou educacional da sociedade goiana, ainda que não seja goiano. “O que ela fez por Goiânia ou pela nossa população? Nem show ela fez direito aqui. Tem que receber título paraense”, metralhou Charles Bento.

Marquinhos Palmerston também concorda com Charles. “Essa honraria é séria e tem que ser oferecida por merecimento. Tem que ter cuidado com isso. Acho que o Marlúcio está sendo influenciado pelo fato de ser empresário do meio artístico e acabou confundindo as coisas”. Ao ser questionado sobre a proposta do colega, Álvaro Guimarães (PR), que é presidente da CCJ, fez cara de reprovação, balançou a cabeça e disse: “Isso é uma vergonha nacional, com tanta coisa pra fazer”.

O assunto foi muito comentado e criticado por internautas nas redes sociais. “Tem tanta coisa importante pra fazer em defesa da população.Esses políticos deveriam ter vergonha de votar e aprovar isso”, publicou Lydiane Amorin. Moradores de Aparecida de Goiânia criticaram a iniciativa e cobram mais atenção com o município em direitos básicos como educação, saúde, segurança e infraestrutura. Rebatendo as críticas, Marlúcio diz que sua proposta foi colocada em votação por enquete no site do jornal O Popular, e que “lá, foram 87% dos votos favoráveis” a entrega do título. O projeto ainda deve passar por primeira e segunda votação em plenário.

Patrícia Santana

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Indiciado, Bolsonaro diz que Moraes “faz tudo o que não diz a lei”

Após ser indiciado pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro publicou em sua conta na rede social X, nesta quinta-feira (21), trechos de sua entrevista ao portal de notícias Metrópoles. Na reportagem, ele informa que irá esperar o seu advogado para avaliar o indiciamento. 

“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”, disse o ex-presidente.

Bolsonaro também criticou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no Supremo Tribunal Federal (STF). “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, criticou Bolsonaro.

Bolsonaro é um dos 37 indiciados no inquérito da Polícia Federal que apura a existência de uma organização criminosa acusada de atuar coordenadamente para evitar que o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo, em 2022, sucedendo ao então presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas últimas eleições presidenciais.

O relatório final da investigação já foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também foram indiciados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos; o ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin) Alexandre Ramagem; o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno; o tenente-coronel do Exército Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o presidente do PL, Valdemar Costa Neto; e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto.

Na última terça-feira (19), a PF realizou uma operação para prender integrantes de uma organização criminosa responsável por planejar os assassinatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente, Geraldo Alckmin, e do ministro Alexandre de Moraes.

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