Entregador baleado em Duque de Caxias terá braço amputado: Família denuncia falta de perícia da PM

Entregador baleado em ação da PM em Duque de Caxias terá que amputar o braço, diz pai

Cauã Alves da Cruz, de 19 anos, foi alvejado e está internado em estado gravíssimo. Família denuncia que Polícia Civil ainda não fez perícia no local do crime.

Cauã Francisco tem 19 anos e é entregador de farmácia. A família do entregador, que foi baleado enquanto trabalhava, na noite de terça-feira (21), em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, afirma que ele terá que amputar o braço esquerdo, que foi atingido por um tiro de fuzil. A cirurgia deverá acontecer nesta sexta-feira (24).

Cauã Francisco Alves da Cruz segue internado em estado gravíssimo no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, também em Caxias. Enquanto isso, os pais e amigos se mobilizam para doar sangue para o jovem. Nesta manhã, um ônibus levará os doadores até o Hospital Moacyr do Carmo para fazer a coleta.

A família de Cauã reclama da falta da perícia da Polícia Civil para saber de onde partiu o tiro que o atingiu. Testemunhas disseram à família que o disparo foi dado pela Polícia Militar. “Ele vai [ter que] amputar o braço. Meu filho perfeito, perfeito. Os caras tiraram o prazer do meu filho viver. Eles estão tentando de tudo para o meu filho sobreviver. O médico disse que vão amputar o braço do meu filho para ele tentar viver. Meu único filho homem. Isso não pode ficar impune”, disse Amilton Oliveira da Cruz, pai de Cauã.

“Ele não pode ser mais um que foi baleado e vai morrer. Pelo amor de Deus. Várias pessoas vão em um ônibus para doar sangue para o meu filho”. De acordo com as primeiras informações, Cauã seguia uma entrega em uma rua do bairro Cangulo. Quando passava pela Comunidade do Rasta, no mesmo bairro, foi alvejado.

Testemunhas contaram que os PMs chegaram na favela atirando. Ainda segundo essas pessoas, os militares tentaram colocar uma arma na mão de Cauã, mas desistiram ao perceberem a presença de moradores. Após ser baleado, o entregador foi socorrido por policiais militares, que o levaram até o Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, também em Duque de Caxias. O entregador passou por uma cirurgia.

A direção do hospital informou que Cauã foi entubado e, após passar por cirurgia, foi levado em estado gravíssimo para o Centro de Terapia Intensivo (CTI) da unidade. O hospital ainda não informou se o rapaz terá que amputar o braço esquerdo.

Amilton reclamou a demora da Polícia Civil em fazer uma perícia no local do incidente. O caso é investigado pela 60ª DP (Campos Elíseos). “Eles não fizeram a perícia da bala que entrou no meu filho. Vou à 60ª DP para cobrar a perícia no hospital e onde ele foi baleado. Eles não fizeram perícia nenhuma”, contou Amilton. A Polícia Militar disse que agentes do 15º BPM (Duque de Caxias) foram verificar a denúncia de que uma mulher seria executada por criminosos na Comunidade do Rasta. De acordo com os agentes, eles foram atacados a tiros por criminosos na Rua Tebas e houve confronto. Ainda segundo a PM, após a troca de tiros, os policiais encontraram um homem ferido no ombro esquerdo. As armas dos PMs foram apreendidas para uma perícia.

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