Entregadores não serão mais obrigados a levar pedidos até apartamentos dos clientes, aponta PL

Entregadores não serão mais obrigados a levar pedidos até apartamentos dos clientes, aponta PL

Está em andamento na Câmara dos Deputados um projeto que restringe a exigência dos clientes aos entregadores de aplicativos para que adentrem áreas de uso comum em condomínios ou cheguem até a porta das unidades residenciais ou comerciais. Atualmente, o projeto está sendo analisado pela Comissão de Defesa do Consumidor.

De acordo com a proposta apresentada pelo deputado Tarcísio Motta (PSOL-RJ), em situações envolvendo idosos, pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, a entrega até a porta das respectivas unidades poderá ser previamente combinada, sem ônus adicional para o consumidor, mediante acordo com o entregador ou com a assistência dos funcionários do condomínio.

O principal objetivo do projeto é garantir a segurança e o bem-estar dos entregadores, que frequentemente realizam as atividades em circunstâncias de vulnerabilidade, respeitando sua dignidade e reconhecendo o valor social do trabalho que desempenham, aponta o deputado.

Vale ressaltar que no mês passado um entregador de 24 anos foi ferido por um tiro na coxa após se negar a subir até o apartamento de um policial militar para entregar um pedido, no Rio de Janeiro. Após a recusa, ocorreu uma discussão e o entregador decidiu retornar à loja. O policial seguiu o entregador até uma praça próxima e, armado, disparou contra ele, resultando em ferimentos que exigiram intervenção cirúrgica.

Ainda sobre a proposta, ela dispõe que as empresas devem:

  • Informar expressamente aos seus clientes que os entregadores não são obrigados a adentrar espaços de uso comum ou subir até a porta de sua unidade condominial;
  • Providenciar os meios para o acordo e aceite prévio de entregas especiais para idosos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida;
  • Estabelecer canais de atendimento e orientação aos seus entregadores vítimas de violência ou grave ameaça durante as entregas.

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BYD cancela contrato com empreiteira após polêmica por trabalho escravo

Na noite de segunda-feira, 23, a filial brasileira da montadora BYD anunciou a rescisão do contrato com a empresa terceirizada Jinjiang Construction Brazil Ltda., responsável pela construção da fábrica de carros elétricos em Camaçari, na Bahia. A decisão veio após o resgate de 163 operários chineses que trabalhavam em condições análogas à escravidão.

As obras, que incluem a construção da maior fábrica de carros elétricos da BYD fora da Ásia, foram parcialmente suspensas por determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT) da Bahia. Desde novembro, o MPT, juntamente com outras agências governamentais, realizou verificações que identificaram as graves irregularidades na empresa terceirizada Jinjiang.

Força-tarefa

Uma força-tarefa composta pelo MPT, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Defensoria Pública da União (DPU) e Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e Polícia Federal (PF), resgatou os 163 trabalhadores e interditou os trechos da obra sob responsabilidade da Jinjiang.

A BYD Auto do Brasil afirmou que “não tolera o desrespeito à dignidade humana” e transferiu os 163 trabalhadores para hotéis da região. A empresa reiterou seu compromisso com o cumprimento integral da legislação brasileira, especialmente no que se refere à proteção dos direitos dos trabalhadores.

Uma audiência foi marcada para esta quinta-feira, 26, para que a BYD e a Jinjiang apresentem as providências necessárias à garantia das condições mínimas de alojamento e negociem as condições para a regularização geral do que já foi detectado.

O Ministério das Relações Exteriores da China afirmou que sua embaixada e consulados no Brasil estão em contato com as autoridades brasileiras para verificar a situação e administrá-la da maneira adequada. A porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, em Pequim, destacou que o governo chinês sempre deu a maior importância à proteção dos direitos legítimos e aos interesses dos trabalhadores, pedindo às empresas chinesas que cumpram a lei e as normas.

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