O fim dos efeitos da recessão só serão sentidos em 2019. Essa é a análise do economista Danilo Orsida, que concedeu entrevista ao Diário do Estado para tratar da economia brasileira. De acordo com o especialista, o cenário de depressão econômica começa tem começado a se dissipar, mas as melhorias só poderão ser sentidas daqui a dois anos. (confira a entrevista completa acima).
“Os indicadores dizem que o Brasil está galgando uma recuperação, mesmo que a passos lentos. Porém, o cenário político está muito atrelado a esse ambiente de incertezas, inclusive na economia. As análises de mercado, em especial o FMI (Fundo Monetário Internacional), destacam um cenário de recuperação neste ano. A saída total deste cenário seria em 2019, quando sairíamos dos números negativos e passaríamos para os positivos”, afirmou o economista.
Aumento dos tributos
Há duas semanas, o governo federal aumentou via decreto a incidência dos tributos de PIS e Cofins sobre os combustíveis. Em Goiânia, a gasolina, por exemplo, saltou de R$ 3,55 para R$ 4,29. O reajuste revoltou a população, que lida com um cenário de recessão e desemprego.
Danilo Orsida alertou que há outro fator não pesado pelo governo e, por isso, classificou o aumento dos impostos como inoportuno.
“O aumento da tributação PIS/Cofins foi inoportuno. Isso onera o consumo e é inoportuno porque é muito próximo da entressafra da cana de açúcar. Ou seja, temos uma menor produção de cana e o preço do etanol aumenta. O etanol compõe a gasolina e, por consequência, o valor da gasolina aumenta”, lembrou o economista.
O especialista reiterou a crítica à medida do governo, explicando o sistema tributário brasileiro. Orsida entende que o peso de impostos sobre o consumo, especialmente em períodos de depressão econômica, retalha o cresimento.
“Nós tributamos muito o consumo e pouco a renda e o patrimônio. A tributação no Brasil tem essa questão de onerar o consumo. Nós estamos num cenário de recessão econômica e a política que foi adotado é de onerar o consumo. O caminho nessas situações é diverso. É desonerar e estimular o consumo, para que se tenha maior produção e geração de empregos”, argumentou.