Vídeo: desembargador Sebastião Coelho conta como foi detido no STF
Sebastião Coelho foi detido por desacato e liberado em seguida, nesta terça-feira (25/3), em julgamento de denúncia contra Bolsonaro no STF
Desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), o advogado Sebastião Coelho, detido após ser barrado na entrada da sala da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (25/3), afirmou que a prisão dele foi por ordem do ministro Alexandre de Moraes.
VEJA TRECHO DA ENTREVISTA:
A afirmação de Coelho foi feita durante a estreia do programa “Noblat Blá Blá”, com Guga e Ricardo Noblat, exibido nesta terça ao vivo, no canal do Metrópoles no YouTube.
“O segurança se interpôs na minha frente e disse: ‘Doutor Sebastião, o senhor está preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes, e já tomou o meu celular da minha mão. Mesmo que eu estivesse sendo preso, não podia pegar meu celular porque não existia ordem de busca e apreensão do meu celular”, afirmou o desembargador.
Em nota, o STF explicou a prisão. “O desembargador aposentado Sebastião Coelho foi detido pela Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF) em flagrante delito por desacato e ofensas ao tribunal. O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, determinou a lavratura de boletim de ocorrência por desacato e, em seguida, a liberação do advogado”, esclareceu a Corte.
O desembargador tentou entrar na sala da Primeira Turma do STF. Nesta terça, o colegiado iniciou o julgamento para decidir se aceita ou não a denúncia contra o ex-presidente da República Jair Bolsonaro e outras 7 pessoas que compõem o Núcleo 1 da suposta trama golpista.
Coelho é advogado de Felipe Martins, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro. O advogado não tinha o nome na lista e, por isto, não teve a entrada permitida no local. Assim como Bolsonaro, Martins também foi indiciado por participar da suposta trama golpista. No entanto, a apreciação do caso pela Primeira Turma do STF foi fatiada em núcleos, e o caso desta terça não inclui o cliente de Coelho.
Antes de ser detido, Coelho chegou a gritar na porta da sala da Primeira Turma do STF, no momento em que Moraes fazia a leitura de um relatório do caso. Aos jornalistas do “Noblat Blá Blá”, Coelho acrescentou que não teve a intenção de atrapalhar a audiência e afirmou ser resguardado a ele o direito de acompanhar a sessão. O defensor disse ainda que o direito é facultado a ele porque não há, no entendimento dele, uma divisão da denúncia.
OAB DIZ QUE VAI APURAR
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou uma nota sobre o julgamento na qual afirmou que acompanha os desdobramentos e vai apurar os fatos com responsabilidade.
“Todos os advogados com processos pautados tiveram garantido o pleno exercício da sustentação oral — uma prerrogativa basilar da advocacia e do devido processo legal. A OAB recebe a representação de colegas que relatam cerceamento de defesa e tratará do tema junto ao Supremo. Seguiremos atentos para que a relação entre advogados e magistrados seja sempre marcada por urbanidade e por respeito recíprocos.”
A sessão que aprecia a denúncia contra Bolsonaro e os aliados dele foi suspensa nesta terça e continua na manhã da quarta-feira (25/3).