Entrevista: militares convocam ato na porta da Assembleia Legislativa de Goiás para reivindicar ajuste salarial

“Tapinha nas costas não motiva e não enche a barriga de ninguém”. Foi assim que Cabo Senna começou a explicar, em entrevista concedida do Diário do Estado, quais foram os motivos que levaram os militares de Goiás a convocar, para o próximo dia 16, quarta-feira, um ato na frente da Assembleia Legislativa de Goiás, a partir das 14h30 da tarde.

“A convocação é para fazer o governo (de Goiás) cumprir a lei, só isso. Como ele não cumpriu, ele promoveu os policiais ano passado, não pagou… ficou um ano e um mês sem pagar as promoções”, acusou o militar. Segundo o Cabo, o salário dos agentes está sem ajuste, e esse é um dos motivos da revolta da classe.

Embora as ações da polícia estejam à todo vapor, e segundo Senna, a criminalidade em Goiás esteja caindo, “os policiais estão desmotivados”. “Por isso nós estamos convocando uma assembleia geral: para que pague os atrasados do ano passado, e a data base”, justificou.

Durante a entrevista, o profissional de segurança também chamou atenção para o fato de que neste momento de crise, o preço de produtos mais básicos, como o arroz, estão mais altos que o comum, e garante que sem o reajuste salarial, o “nosso poder de compra caiu e muito”, relatou, se referindo à classe policial.

“A promoção dos oficias da Polícia Militar não foi cumprida”, afirmou o Cabo, e nem teriam sido também outras ‘promessas’, como a promoção da Praça e dos oficias dos Bombeiros. Senna, durante a entrevista, culpou o governo de Ronaldo Caiado pelo que chama de “descumprimento da lei”.

“O governo mesmo fez um decreto para que todos pudessem obedecer a questão da pandemia, e está com a força policial cobrando para o cumprimento do decreto”, disse, para lembrar do trabalho intensivo que está sendo feito nos períodos da pandemia.

“Não, os militares não aceitam”, declarou, ao repórter Breno Magalhães. O Diário do Estado entrou em contato com o Governo Estadual para comentar as acusações, mas até agora não obtivemos resposta.

Veja a entrevista completa aqui:

 

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Vídeo: Circulação de fake news fez Goiás cair índice a cobertura vacinal infantil

Devido às baixas procuras por vacinas, em função da pandemia de Covid-19 e circulação de fake news, Goiás deu início nesta segunda-feira, 8, à Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e de Multivacinação para Atualização da Caderneta de Crianças e Adolescentes. O objetivo é reduzir o risco de transmissão de doenças imunopreveníveis, como a paralisia infantil, sarampo, catapora e caxumba. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%, ou seja, longe do ideal que 95%.

De acordo com a gerente do Plano de Nacional de Imunização (PNI) da Secretaria de Estado de Goiás, Clarice Carvalho, durante o período crítico da pandemia da Covid-1, no estado, muitos pais deixaram de levar as crianças até uma unidade de saúde para atualizar o cartão de vacinação. O medo, em parte, estava relacionado à doença, porém, a circulação de informações falsas contribuíram com o quadro.

“Muitas pessoas tinham receio de ir até uma unidade de saúde para se vacinar, mesmo estas unidades estando preparadas para acolher as pessoas. Ainda houve um receio, mas devido a circulação de fake news, informações incorretas, informações falsas, abordando a segurança da vacina”, explicou Clarice.

Para esse público, que ficou sem vacinar durante os últimos dois anos, os profissionais das Unidades Básicas de Saúde (UBS’s) vão elaborar um plano para que o esquema vacinal fique completo.

Além disso, de acordo com a gerente do PNI, em Goiás, diversos municípios já atuaram ativamente para buscar as crianças que precisam de algum imunizante.

“Os municípios têm trabalhado sim nesta busca ativa, indo nas casas, principalmente, para vacinar as crianças de acordo com as doses programadas para a sua idade”, explicou Clarice.

*Entrevista completa ao final do texto*

Multivacinação Infantil

A Campanha de Multivacinação está aberta em todos os 246 municípios goianos, com objetivo de sensibilizar pais e responsáveis a levarem as crianças e adolescentes aos postos de saúde para completarem o cartão vacinal.

Dados da Secretaria Estadual de Saúde (SES) mostram que, nos últimos anos, as coberturas vacinais de todas as vacinas estão bem abaixo de 95%, meta preconizada pelo Ministério da Saúde (MS) para garantir a proteção coletiva de toda a população infantil. Este ano, a média da cobertura vacinal em Goiás está pouco acima dos 50%.

Risco

O Brasil já convive com a reintrodução de doenças que já haviam sido erradicadas. Dois anos depois da concessão do Certificado de País Livre do Sarampo, com a circulação do vírus dessa doença e a transmissão por mais de 12 meses consecutivos, o país perdeu essa certificação. De 2019 a 2020, foram 20 casos notificados em Goiás.

Também a difteria, que havia sido controlada, deixando de ser uma preocupação dos gestores de saúde, voltou a apresentar casos isolados. O último caso da doença havia sido notificado em 1998. Neste ano, foi registrado um caso da enfermidade, em Santa Helena de Goiás.

Com o vírus da poliomielite, também conhecida como paralisia infantil, circulando em países da África e diante das baixas coberturas registradas nas crianças brasileiras, existe o risco do retorno dessa doença, prevenida com apenas duas gotinhas da vacina Sabin.

O Brasil não cumpre, desde 2015, a meta de imunizar 95% do público-alvo vacinado contra a poliomielite, patamar necessário para que a população seja considerada protegida contra a doença.

Sarampo, tétano, difteria, poliomielite, tuberculose, coqueluche, meningites e várias outras doenças são prevenidas com vacinas seguras, testadas e usadas há mais de 30 anos com sucesso no Brasil.

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