Equador: Adversária de Daniel Noboa alega fraude e não reconhece derrota no segundo turno das eleiçõespresidenciais

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Equador: adversária de Noboa alega fraude e não admite derrota

Daniel Noboa tinha uma vantagem superior aos 10 pontos sobre a candidata Luisa
González. A adversária pediu a recontagem de votos

O jovem presidente de 37 anos, Daniel Noboa (foto em destaque), foi declarado
vencedor no segundo turno das eleições presidenciais no DE para um mandato de quatro anos, que começa no próximo dia 24 de maio. Com quase 95,9% dos votos apurados, Noboa alcançou 55,8%, enquanto Luisa González teve 44,2%. A diferença de mais de 11 pontos não foi indicada por nenhuma pesquisa de opinião. Por isso, a candidata derrotada denunciou fraude e pediu a abertura das urnas para a recontagem dos votos.

Quando a apuração dos votos chegou aos 90%, a presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint, anunciou que a tendência de vitória de Daniel Noboa era “irreversível” e deu os parabéns ao eleito, consagrando o resultado eleitoral.

Daniel Noboa tinha uma vantagem superior aos 10 pontos sobre a candidata Luisa
González, algo que nenhuma pesquisa de opinião indicou. As sondagens falavam de
um empate técnico, como no primeiro turno, quando Noboa ficou apenas 0,17% à
frente de González. “Nosso sincero parabéns àqueles merecedores da confiança do povo equatoriano”, concluiu Diana Atamaint, autoridade eleitoral.

Daniel Noboa e Luisa González já se enfrentaram nas eleições de 2023, quando o
empresário “millennial” ganhou para substituir o ex-presidente Guillermo Lasso,
que deixou o poder na metade do mandato. Com isso, pela segunda vez, Noboa venceu o chamado “Correísmo”, corrente política ligada ao ex-presidente Rafael Correa (2007-2017). Desde 2017, Correa vive exilado na Bélgica e não pode voltar ao DE sem ser preso porque foi condenado à revelia a oito anos de prisão por corrupção.

Porém, a candidata derrotada, Luisa González se negou a reconhecer a vitória do
oponente. “Não reconhecemos os resultados. Vamos pedir a recontagem dos votos e que abram as urnas. Estamos enfrentando a pior e mais grotesca fraude eleitoral da história do DE”, denunciou. A candidata não apresentou nenhuma prova de fraude eleitoral. Apenas se baseou
em 11 pesquisas de opinião que apontavam uma vitória dela e que do primeiro turno ao segundo, não conseguiu obter nenhum novo voto. “Como pode ser verossímil que não tenhamos crescido nem sequer um voto?”, questionou.

O presidente reeleito considerou que a vitória por mais de dez pontos foi histórica. No primeiro turno, Noboa só tinha conseguido pouco mais de 16 mil votos de diferença. Agora, esses 16 mil se tornaram mais de um milhão. Ele disse que “não resta nenhuma dúvida de que é o ganhador”. “Esta vitória foi histórica. Uma vitória por mais de dez pontos, uma vitória de mais de um milhão de votos, da qual não resta nenhuma dúvida de quem é o ganhador”, comemorou.

Daniel Noboa é um jovem empresário de 37 anos, que chegou ao poder em 2023, com
apenas 35 anos. A vitória dele foi muito mais pela rejeição dos equatorianos à
volta do “Correísmo” ao poder do que por mérito do então desconhecido estreante. Daniel é herdeiro de Álvaro Noboa, o homem mais rico do DE, que construiu sua fortuna a partir do comércio de bananas. O pai tentou cinco vezes ser eleito
presidente, mas fracassou. O filho conseguiu nas duas vezes que tentou. Noboa é um aliado do presidente norte-americano, Donald Trump, com quem esteve no final do mês passado.

O presidente reeleito quer reformar a Constituição do DE para tornar juridicamente constitucionais as medidas linha-dura de combate ao crime
organizado e para dar um viés liberal ao texto, aprovado durante a Presidência
de Rafael Correa, com forte peso do Estado. Quanto aos desafios, o principal é o combate à violência que, em apenas cinco anos, tornou o então pacífico DE no país mais violento da América Latina, com o maior número de homicídios per capita. Neste começo de 2025, a situação piorou: em média, um crime por hora. O presidente tem uma boa base parlamentar, mas não é maioria. Vai precisar negociar para aprovar leis e reformas que revertam a atual situação do país, assolado pelo crime, por uma crise energética e pela recessão.

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