Erro administrativo em nomeações leva servidores da saúde a ressarcir Prefeitura de Uberlândia

Erro em nomeações força servidores da Saúde a ressarcir cofres da Prefeitura de Uberlândia

Sindicância constatou que três servidores de Uberlândia recebiam salário desproporcional às funções. Após denúncia no Ministério Público, foi constatado erro administrativo nas nomeações.

Três servidores municipais, lotados na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), terão que ressarcir os cofres públicos após receberem salários em desconformidade com as funções. A decisão administrativa foi divulgada nesta segunda-feira (6). 

A sindicância foi instaurada em abril do ano passado após denúncia recebida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), via ouvidoria. A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público de Uberlândia enviou ofício ao Município cobrando esclarecimentos, o que resultou na investigação administrativa. 

A denúncia ao órgão estadual levava em consideração 11 irregularidades, porém, de acordo com a Procuradoria-Geral do Município de Uberlândia, foram constatadas irregularidades no pagamento de apenas três servidores, que permaneciam em situação funcional irregular.

O próprio relatório com o resultado da sindicância, publicado no Diário Oficial do Município (DOM), esclarece que foi identificado erro administrativo quanto às nomeações dos servidores investigados, “evidenciando um descompasso entre o comando das chefias e a formalização dos atos administrativos. Tal falha viola o princípio da legalidade”, menciona a publicação.

Por esse motivo, a remuneração mais alta estaria sendo paga ilegalmente aos profissionais da Saúde. O relatório ainda informa que o erro operacional nas nomeações ocorreu em razão do elevado volume de demandas do setor, sendo corrigido com a publicação dos atos de exoneração. 

O G1 procurou o MPMG para saber se chegou a ser aberta alguma investigação pela Promotoria de Justiça de Uberlândia e aguarda retorno. A Prefeitura de Uberlândia também foi procurada para se manifestar sobre os valores pagos e o erro administrativo das nomeações. Porém, justificou que as informações que poderiam ser repassadas são apenas as que estão na publicação oficial.

O G1 apurou que entre os denunciados estão duas servidoras efetivas admitidas pela SMS em 2012 e 2013, respectivamente. O terceiro denunciado também é um servidor com cargo efetivo desde 1996. Os três atuam como agentes de combate a endemias.

Consta na decisão administrativa que os três tinham ciência da situação funcional irregular, uma vez que não desempenhavam as funções correspondentes às suas nomeações e tinham acesso aos contracheques, com os valores desproporcionais.

O procedimento concluiu, no entanto, que eles não teriam agido de má-fé ou com a intenção de cometer fraude contra a Administração Pública. Ainda assim, foi determinada a devolução dos valores recebidos indevidamente pelos servidores durante o período da nomeação para reparação ao erário. Não houve responsabilização de servidores em razão da falha das nomeações ou liberação de pagamentos.

A cópia da decisão foi encaminhada à Promotoria de Justiça e à Secretaria Municipal de Saúde (SMS), para outras eventuais investigações de competência dos órgãos.

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Morte por agrotóxico em churrasco de empresa: conclusão do inquérito em MG

Morte de funcionário após churrasco de empresa em MG foi causada por agrotóxico; cinco ficaram internados

Análises de alimentos e bebidas consumidos mostraram a presença de terbufós, organofosforado utilizado como pesticida; conclusão do inquérito ocorreu nesta sexta-feira (10) e caso foi registrado em janeiro de 2024 em Patrocínio.

Funcionários participavam de churrasco de empresa em Patrocínio — Foto: Redes sociais

A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu que Wagner Orlandelli Martin, de 37 anos, morreu de intoxicação alimentar provocada por uma substância utilizada como pesticida. O caso foi registrado em janeiro de 2024, em Patrocínio, durante um churrasco de confraternização da empresa 4 Folhas. Outras cinco pessoas chegaram a ficar hospitalizadas com sintomas graves.

A conclusão do inquérito ocorreu nesta sexta-feira (10). Segundo a polícia, foi identificada nas vítimas a presença da substância química terbufós, que é um organofosforado utilizado como pesticida.

Após o ocorrido, a perícia da Polícia Civil coletou amostras de bebidas e alimentos consumidos na confraternização, além de materiais biológicos das vítimas, que foram enviados para análise em Belo Horizonte.

Exames adicionais confirmaram o mesmo composto químico no sangue de outras vítimas. No entanto, as análises dos alimentos coletados não detectaram a presença de substâncias químicas tóxicas.

Ainda de acordo com a polícia, durante o inquérito, todas as pessoas que estavam na confraternização foram ouvidas e nenhum suspeito foi apontado.

Os autos foram encaminhados à Justiça e aguardam análise do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

Em janeiro de 2024, um laudo feito pela Fundação Ezequiel Dias (Funed), e divulgado pela Prefeitura de Patrocínio, já apontava que os funcionários haviam sido intoxicados por agrotóxicos organofosforados.

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