Escândalo no Programa de Transplantes do RJ: laboratório acusado de transplantes com órgãos infectados com HIV

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A crise no Programa de Transplantes do Rio de Janeiro em outubro de 2024 chocou o país ao revelar que seis pacientes foram transplantados com órgãos infectados com HIV. O laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu e com parentesco com o ex-secretário estadual de Saúde e deputado federal Dr. Luizinho (PP), foi apontado como o centro do escândalo. A situação levou à prisão de seis pessoas, acusadas de erro nos exames que permitiram as cirurgias.

No entanto, em dezembro, os acusados receberam habeas corpus e agora respondem ao processo em liberdade. As investigações apontaram que os problemas ocorreram devido a uma falta de controle de qualidade por parte dos sócios do laboratório, que teriam buscado economizar nos procedimentos. Apesar das acusações, o PCS sempre negou as alegações, inicialmente colocando a culpa nos funcionários.

Os donos da empresa, posteriormente, mudaram a versão dos acontecimentos, sugerindo que os erros nos exames poderiam ter ocorrido devido à “janela imunológica” da infecção nos doadores. Eles afirmaram que apenas dois exames falhos em 300 realizados para a Central de Transplantes em um ano estavam dentro do limite aceitável. O caso continua sob investigação do Ministério Público, da Secretaria de Saúde e do Ministério da Saúde, que apuram possíveis irregularidades e favorecimentos na contratação do laboratório.

A crise sem precedentes no Programa de Transplantes do Rio de Janeiro trouxe à tona a necessidade de garantir a segurança e qualidade dos procedimentos médicos realizados. O episódio levantou questões sobre a fiscalização e regulação dos laboratórios envolvidos em transplantes, assim como a responsabilidade dos profissionais de saúde em assegurar a integridade dos pacientes.

A repercussão do escândalo abalou a confiança da população no sistema de saúde e pôs em destaque a importância da transparência e ética nas práticas médicas. Mais do que nunca, a sociedade exige medidas rigorosas para garantir a segurança dos pacientes e a qualidade dos serviços prestados. É fundamental que as autoridades competentes continuem a investigar o caso e a responsabilizar os envolvidos, assegurando que episódios como esse não voltem a ocorrer.

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Fiocruz cercada por comunidades de facções: invasão de traficantes em fuga

A Fundação Oswaldo Cruz, invadida por traficantes em fuga, é cercada de comunidades dominadas por facções rivais. Em Manguinhos, praticamente colado à DE, o domínio é do Comando Vermelho. Já na Vila do João, separada da fundação pelas pistas da Avenida Brasil, o domínio é de uma facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP). Em 2011, cinco traficantes foram presos após tentarem usar a DE como rota de fuga.

A Fiocruz fica entre comunidades de diferentes facções. A Fundação Oswaldo Cruz, invadida por traficantes em fuga durante operação da Polícia Civil na quarta-feira, tem diversas comunidades próximas à instituição com presença de traficantes. Em Manguinhos, praticamente colado à DE, o domínio é do Comando Vermelho. Já na Vila do João, separada da fundação pelas pistas da Avenida Brasil, o domínio é de uma facção rival, o Terceiro Comando Puro (TCP).

O Campus Manguinhos-Maré, como passou a ser chamada a sede da fundação no Rio de Janeiro, abriga mais de 200 edificações da Fiocruz. Do lado da Maré, estão o Biobanco Covid-19, o próprio Centro de Pesquisa, o Prédio-Sede (antigo Prédio da Expansão), que abriga setores de várias unidades, como a Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp), a Casa de Oswaldo Cruz (COC) e a Presidência; e a sede da Fundação de Apoio à Fiocruz (Fiotec).

Em Manguinhos, estão o Castelo Mourisco; o Museu da Vida, gerido pela COC; a Biblioteca de Manguinhos, coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict); o Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF), da Ensp; o Complexo Tecnológico de Vacinas (CTV) do Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Bio-Manguinhos); os pavilhões do Instituto Oswaldo Cruz (IOC), entre outras unidades.

Nesta quarta, pelo menos quatro suspeitos foram baleados, e uma funcionária foi ferida por estilhaços em Manguinhos. Imagens de drones mostraram os traficantes fugindo da fundação. Com a troca de tiros, as avenidas Leopoldo Bulhões e Dom Hélder Câmara, vias importantes da Zona Norte da Cidade, chegaram a ser interditadas, e alguns disparos atingiram a Cidade da Polícia, que também fica próxima. Por volta das 14h40, as duas vias já tinham sido liberadas.

Dez linhas de ônibus municipais tiveram seus itinerários desviados e um ônibus da linha 711 (Rio Comprido x Rocha Miranda) foi apedrejado, segundo a Rio Ônibus. “Devido a uma operação policial em Manguinhos, 10 linhas de ônibus municipais estão com seus itinerários desviados e um ônibus da linha 711 (Rio Comprido x Rocha Miranda) foi apedrejado. Mais uma vez reiteramos o apelo às autoridades de segurança pública, ressaltando a necessidade urgente de se tomar providências para devolver o direito de viver em paz da população carioca.”

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