Pagamento suspeito de R$ 775,8 mil e balanço forjado: o que aponta comissão que apurou venda da SAF do Vasco
A divulgação do relatório da comissão que investigou a constituição da SAF do Vasco e a posterior venda das ações para a 777 Partners trouxe à tona fatos alarmantes. O documento, que indiciou 21 pessoas, aponta para um suposto esquema de falsificação e manipulação perpetrado pela gestão de Jorge Salgado. A comissão concluiu que houve uma orquestração de narrativas para iludir sócios e agilizar a transação com a empresa dos Estados Unidos.
Após quatro meses de trabalho, a comissão entregou o relatório preliminar com as conclusões das investigações. Entre as acusações mais graves está o pagamento de quase R$ 776 mil a uma empresa de Blumenau, sem que esta tenha prestado qualquer serviço ao clube. Além disso, o balanço patrimonial apresentado foi considerado forjado, com uma dívida dissimulada de mais de R$ 200 milhões sendo ocultada.
O relatório apontou a existência de um “Núcleo Central Decisório” formado por membros da diretoria, que teriam atuado em prejuízo do Vasco. Salgado, Osório, Duque, Carlos Fonseca, Adriano Mendes, Zeca Bulhões e Luiz Mello foram citados como participantes deste núcleo. Luiz Mello, no entanto, por não fazer parte do quadro societário do clube, não está sujeito à competência da comissão.
A comissão também levantou suspeitas sobre a venda da SAF à empresa 777 Carioca LLC, quando havia sido anunciado a negociação com a 777 Partners. Outro ponto destacado foi o envolvimento de Luiz Mello, que foi contratado como CEO da SAF logo após representar o clube nas negociações. O relatório apontou um possível conflito de interesses nessa nomeação.
Além disso, o relatório também apontou um contrato suspeito de “Acordo Preventivo de Litígio” no valor de R$ 775.833,34, pago a uma empresa sem serviços prestados. Também foi questionado o uso de parte do empréstimo concedido pela 777 Partners para pagar uma suposta dívida do clube com o ex-presidente Jorge Salgado. A falsificação de dados no balanço patrimonial também foi mencionada, com uma dívida de mais de R$ 200 milhões sendo ocultada.
Diante dessas revelações, os envolvidos foram procurados para se manifestar. Jorge Salgado, Carlos Roberto Osório e Roberto Duque Estrada afirmaram que estão avaliando as acusações, enquanto Carlos Fonseca preferiu não se manifestar. Adriano Mendes, Zeca Bulhões e Luiz Mello não responderam até a publicação da matéria. Esta grave situação pode levar à exclusão do quadro social do clube, trazendo danos irreparáveis à imagem e reputação do Vasco.




