Espaço Cultural Arlindo Cruz: fragilidade da segurança compromete acervo e eventos no Rio de Janeiro

espaco-cultural-arlindo-cruz3A-fragilidade-da-seguranca-compromete-acervo-e-eventos-no-rio-de-janeiro

O Espaço Cultural Arlindo Cruz, localizado em Realengo, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, foi criado em 2014 com o objetivo de homenagear a cultura do samba e do subúrbio. No entanto, o local tem sido alvo constante de invasões e furtos, culminando em mais um episódio na madrugada de sexta-feira (6), quando foram levadas esquadrias de alumínio de duas janelas. A fragilidade da segurança do centro cultural levou a família do artista a retirar o acervo, composto por cerca de cem figurinos, do local.

De acordo com a ONG Subúrbio Carioca, responsável pela administração do espaço, as invasões são recorrentes e costumam acontecer durante a madrugada, pois o espaço faz divisa com uma linha férrea frequentada por usuários de drogas. Mesmo com medidas como a instalação de gradeamento, cerca, reforço das portas e alarmes, os furtos continuaram a ocorrer. Diante disso, a esposa de Arlindo Cruz, Babi Cruz, tomou a decisão de retirar o acervo do local visando a preservação das peças.

O Espaço Cultural Arlindo Cruz conta com um palco de 60 metros quadrados, dois camarins com banheiros e capacidade para 400 pessoas. Inaugurado em 2014 com a presença do próprio Arlindo Cruz, que atualmente se recupera de um AVC, o local oferecia programações especiais com o acervo do cantor e compositor em exposição. Atualmente, o centro cultural funciona apenas às terças e quintas, oferecendo aulas de zumba pela manhã e dança de salão à noite, além de sediar eventos ocasionais.

Após um ano de funcionamento com subsídio da prefeitura e atividades diárias, o espaço passou a ser utilizado para oficinas e eventos pontuais devido a limitações orçamentárias. Com recursos próprios, a ONG mantém o equipamento ativo, aberto para a comunidade e eventos específicos. O centro cultural recebeu o nome de Arlindo Cruz em homenagem ao artista, em substituição ao antigo Centro Cultural Jorge Ben Jor, demolido em 2011 para a construção de um viaduto.

Diante dos recentes episódios de violência e furtos, a ONG lamenta a situação e destaca os esforços para manter o espaço em funcionamento, proporcionando oportunidades para artistas locais e atendendo à comunidade dignamente. A Polícia Militar, por sua vez, afirma que não foi acionada para o furto ocorrido na sexta-feira, mas que mantém o combate a roubos e furtos na região com o emprego de viaturas e patrulhas. A insegurança destacada no caso do Espaço Cultural Arlindo Cruz é um reflexo não apenas do bairro, mas de toda a situação do estado.

🔔Receba as notícias do Diário do Estado no Telegram do Diário do Estado e no canal do Diário do Estado no WhatsApp