O Segredo do sucesso: Goiás é líder no IDEB 2024

Histórias que inspiram: como escolas goianas superaram desafios e conquistaram o IDEB

Em 2024, Goiás conquistou um lugar de destaque no cenário educacional brasileiro, alcançando resultados expressivos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). De acordo com Alessandra Oliveira, diretora pedagógica da Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc), a trajetória da Educação do Estado é marcada por um conjunto de estratégias consistentes, que unem investimento pedagógico e financeiro, além de iniciativas inovadoras de ensino e aprendizagem.

Um dos pilares do progresso goiano foi a luta contínua contra a cultura da reprovação. “A reprovação muitas vezes desmotiva o estudante, levando-o ao abandono escolar”, explica Alessandra. Para evitar essa realidade, a Seduc implementou ações para garantir que os alunos permanecessem na escola e recuperassem conteúdos fundamentais. Essa estratégia foi reforçada por diagnósticos frequentes e materiais específicos, como o “Revisa Goiás”, que oferece atividades para recomposição da aprendizagem em português e matemática.

“No passado, era comum que os alunos fossem avaliados ao longo dos bimestres e, ao final do ano, acumulassem médias ou notas insuficientes, o que frequentemente resultava em reprovação. Nossa principal luta nos últimos anos tem sido combater essa cultura da reprovação. Isso porque, em vez de servir como estímulo para que o aluno melhore no ano seguinte, a reprovação muitas vezes gera o efeito oposto. Ao ser reprovado, o estudante frequentemente se desmotiva, abandona a escola e, em muitos casos, acaba ingressando em empregos precários, com baixa remuneração, que dificultam o avanço em sua trajetória de vida. Esse ciclo, infelizmente, consolida desigualdades sociais, e raramente o aluno retorna à escola para buscar uma nova oportunidade. Por isso, ao enfrentar a reprovação escolar, compreendemos que ela é uma experiência traumática que dificulta o engajamento do estudante nos estudos e reforça a importância de estratégias voltadas para a permanência e a aprendizagem”, destacou a diretora.

Reforço de aprendizagem

A estratégia de recomposição da aprendizagem em Goiás tem início com uma avaliação diagnóstica externa aplicada pelo CAEd, parceiro especializado de Juiz de Fora. Essa avaliação, realizada periodicamente, identifica o desempenho dos estudantes em português e matemática, fornecendo dados detalhados que são publicados em uma plataforma acessível às escolas. A partir desses resultados, é possível identificar as lacunas de aprendizado, como habilidades específicas que não foram desenvolvidas pelos alunos. Com base nisso, uma equipe especializada elabora o material “Revisa Goiás”, que é direcionado para os estudantes do 8º, 9º anos, e das séries do ensino médio, com atividades organizadas por níveis de dificuldade, de modo a permitir uma progressão gradual no aprendizado.

Após a criação do material, é realizada uma formação com as escolas para garantir o uso eficaz dos recursos pedagógicos. Essa formação orienta sobre como e quando aplicar o material, integrando-o ao horário regular de aulas, o que assegura a participação de 100% dos alunos. A estratégia evita contraturnos e atividades extracurriculares, que poderiam excluir parte dos estudantes. Além disso, o foco é interromper temporariamente o ensino de habilidades atuais para revisitar conteúdos anteriores que os alunos não dominaram, promovendo uma recomposição efetiva da aprendizagem. Desde 2013, essa abordagem vem sendo utilizada como uma solução para reduzir defasagens e consolidar competências essenciais.

A estratégia de recomposição da aprendizagem em Goiás envolve várias equipes que atuam de forma integrada para garantir que o material pedagógico seja eficaz e atenda às necessidades dos alunos. Após a elaboração do material “Revisa Goiás”, uma equipe de formação realiza treinamentos com os professores, mostrando como utilizá-lo de maneira criativa e atraente para envolver os estudantes. Paralelamente, uma equipe de tutoria monitora a implementação desse material nas escolas. Eles visitam as unidades, conversam com diretores, coordenadores pedagógicos e professores, coletando feedback sobre a aplicabilidade e os desafios encontrados. Caso os tutores identifiquem dificuldades, como atividades muito fáceis ou complexas, essas informações são repassadas à equipe de elaboração, que ajusta o material conforme necessário, mantendo o processo dinâmico e em constante evolução.

Além disso, a abordagem valoriza a personalização da avaliação e a diversificação das metodologias, reconhecendo que cada estudante possui formas distintas de demonstrar aprendizado. Por exemplo, enquanto alguns alunos se destacam em debates e apresentações orais, outros preferem avaliações escritas ou precisam de processos diferenciados para progredir. Essa flexibilidade busca garantir que todos tenham oportunidade de superar suas dificuldades, desenvolvendo habilidades específicas que possam ter ficado comprometidas ao longo de seu percurso escolar. Apesar de ser um trabalho árduo, com envolvimento constante dos professores, a estratégia é sustentada por investimentos pedagógicos e financeiros que reforçam o compromisso com o sucesso educacional de cada estudante, promovendo um processo avaliativo mais inclusivo e eficaz.

Tecnologia a Serviço da Educação

Em regiões onde o acesso a professores é limitado, como Campos Belos e Formosa, Goiás adotou o programa GoiásTec. Esse modelo de ensino mediado por tecnologia leva aulas ao vivo para escolas por meio de estúdios especializados, garantindo que todos os estudantes tenham acesso a educadores qualificados. “O aluno assiste às aulas na escola, seguindo horários regulares, como em uma sala tradicional, mas com o apoio de tecnologia avançada”, destaca Alessandra.

No modelo de ensino mediado por tecnologia, os alunos devem seguir a mesma rotina das escolas presenciais, chegando pontualmente no horário regular, às 7h. Ao iniciar o dia, os estudantes são recebidos por um professor presencial, que organiza a turma e liga o equipamento necessário para as aulas transmitidas ao vivo. Durante o período letivo, as disciplinas como português, matemática e outras áreas do conhecimento são ministradas por professores especializados, que transmitem suas aulas diretamente de um estúdio. Cada aula tem a duração de 50 minutos, respeitando o tempo e a dinâmica de troca de disciplinas, assim como em uma escola convencional.

Esse formato permite universalizar o acesso à educação de qualidade, especialmente em regiões onde não há disponibilidade de professores qualificados para todas as áreas. Assim, os estudantes têm a oportunidade de aprender com profissionais especializados em suas respectivas disciplinas, evitando improvisações que comprometam a qualidade do ensino, como, por exemplo, alocar um professor de outra formação para lecionar matérias fora de sua área de expertise. Isso garante um padrão elevado de aprendizado, equiparando as condições de ensino em todo o estado.

Os resultados confirmam a eficácia do programa, com escolas do GoiásTec figurando entre as melhores nos indicadores do Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB).

Apoio Pedagógico e Formação Contínua

Outro diferencial apontado foi o engajamento dos professores. A Seduc promove formações regulares para orientar o corpo docente no uso de materiais pedagógicos e na aplicação de metodologias diferenciadas. Além disso, há um monitoramento contínuo por meio de tutores que visitam escolas, colhem feedback e ajustam as estratégias conforme as necessidades identificadas.

“Os professores querem saber os resultados das avaliações externas para corrigir rotas e melhorar a qualidade das aulas. Esse compromisso é um diferencial da nossa rede”, afirma a diretora.

Investimento Financeiro e Inclusão Social

A Seduc também investiu fortemente para criar condições mais igualitárias para os estudantes. Uniformes completos, incluindo tênis e mochilas, são distribuídos para garantir que os alunos frequentem as aulas sem constrangimentos financeiros. O Cartão Bolsa Estudo, que oferece R$ 111 mensais aos estudantes com bom desempenho, também é um incentivo importante.

Além disso, todos os alunos do ensino médio recebem notebooks para acessar as plataformas digitais e reforçar os estudos em casa.

Resultados e Reconhecimento

Os esforços de Goiás não passaram despercebidos. O estado foi procurado por outras secretarias de educação e organizações, como o Todos Pela Educação, para compartilhar suas estratégias de sucesso. “É um conjunto de ações focadas na valorização do trabalho do professor e na melhoria do aprendizado do estudante. Esse é o segredo”, conclui Alessandra.

O sucesso de Goiás no IDEB 2024 reforça que educação de qualidade é alcançada por meio de planejamento, investimento, inovação e, sobretudo, compromisso com o futuro de cada estudante.

Um dos pilares do progresso goiano foi a luta contínua contra a cultura da reprovação. “A reprovação muitas vezes desmotiva o estudante, levando-o ao abandono escolar”

Alessandra Oliveira

Melhor IDEB do Brasil

Essa estratégia foi reforçada por diagnósticos frequentes e materiais específicos, como o “Revisa Goiás”, que oferece atividades para recomposição da aprendizagem em português e matemática.

Alessandra Oliveira

“Revisa Goiás”, que é direcionado para os estudantes do 8º, 9º anos, e das séries do ensino médio, com atividades organizadas por níveis de dificuldade, de modo a permitir uma progressão gradual no aprendizado.

Alessandra Oliveira

Histórias que inspiram: como escolas goianas superaram desafios e conquistaram o IDEB

Uma das histórias mais inspiradoras dessa trajetória é a da Escola Estadual Professora Aurélice Borges da Fonseca, localizada no distrito de Santa Rosa, no município de Formosa. Apesar de ter apenas 47 alunos no Ensino Médio, a instituição tem se destacado como um exemplo de como a gestão eficiente e o trabalho conjunto podem transformar a realidade de uma comunidade

O estado de Goiás tem se destacado no cenário educacional brasileiro, alcançando resultados expressivos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Entre os protagonistas dessa transformação, o sistema Goiás Tec e suas escolas figuram como exemplos de excelência, inspirando gestores, professores e alunos a superarem desafios e alcançarem metas ousadas.

A coordenadora pedagógica Daniela Mesquita, uma das responsáveis por esses avanços, destaca como o trabalho contínuo e estratégias bem definidas têm sido essenciais para transformar a educação nas escolas goianas. Segundo ela, a melhoria é um processo diário. “Dentro do nosso planejamento pedagógico, as aulas precisam sempre melhorar. Isso não é apenas uma meta, mas uma prática constante, com os professores em evolução contínua”, explicou.

Uma das histórias mais inspiradoras dessa trajetória é a da Escola Estadual Professora Aurélice Borges da Fonseca, localizada no distrito de Santa Rosa, no município de Formosa. Apesar de ter apenas 47 alunos no Ensino Médio, a instituição tem se destacado como um exemplo de como a gestão eficiente e o trabalho conjunto podem transformar a realidade de uma comunidade.

“A Escola Aurélice alcançou a melhor proficiência de matemática do Brasil, o que nos enche de orgulho. É um resultado fruto de uma equipe comprometida, que desenvolve um planejamento pedagógico sólido e realiza atividades de reforço, como aulões e recomposição de aprendizagem no contraturno”, afirmou Daniela.

Além dos números impressionantes, como os 411 pontos em matemática e 322 em Língua Portuguesa nas avaliações externas, a escola também carrega um forte vínculo afetivo com a comunidade. O nome da instituição homenageia uma ex-professora local, reforçando a conexão histórica e emocional com os moradores.

“Esse vínculo é essencial para o sucesso. Os professores e alunos vivenciam a história da escola e estão comprometidos em transmitir esse legado para as futuras gerações”, acrescentou a coordenadora.

Essa união é essencial para a criação de um ambiente de aprendizado dinâmico e colaborativo.

“Eles têm a visão de que são eles, os professores, que têm o poder de transformar a realidade daquela comunidade. Eles sabem que, quando um estudante se destaca e cresce, ele pode voltar para a escola como professor e ajudar a melhorar ainda mais a educação naquela região”, complementa.

Uma educação que transforma vidas

O modelo de ensino do Goiás Tec tem como pilares a formação continuada de professores, a análise constante de dados educacionais e a definição de metas ambiciosas. Para Daniela, a integração entre os docentes e a comunidade escolar é fundamental. “Os professores trocam ideias, organizam atividades no contraturno e colaboram de maneira contínua. Isso fortalece o aprendizado dos estudantes e cria um ambiente de ensino dinâmico e colaborativo.”

A participação ativa dos alunos nas avaliações externas também é vista como um diferencial. “Os estudantes entendem que as avaliações não são apenas números. Elas representam uma mudança real em suas vidas. Esse entendimento é transmitido pelos professores, que acreditam na educação como ferramenta de transformação social”, explicou Daniela.

Metas ousadas e um futuro promissor

Com resultados que já são referência no Brasil, o Goiás Tec continua mirando alto. Em 2023, a meta era atingir uma nota de 7,4 no IDEB, um patamar elevado para os padrões nacionais. “Estamos muito perto de alcançar esse objetivo. Os números mostram que estamos no caminho certo, mas, mais do que isso, eles refletem o impacto positivo na vida dos alunos”, destacou a coordenadora.

“A gente faz isso o tempo todo. Estabelecemos metas ousadas para nossas escolas, porque sabemos que elas têm capacidade para alcançar o melhor ensino. O mais importante é que todos os envolvidos entendam que esse processo de melhoria deve ser constante, o tempo todo”, explica Daniela.

Para Daniela, a trajetória pessoal também é uma fonte de motivação. Com quase 28 anos de atuação na rede estadual de Goiás, ela compartilhou como sua própria experiência como aluna de uma escola pública a inspira a contribuir para a melhoria da educação. “Eu vivi a falta de professores e sei o impacto que um bom professor pode ter na vida de um aluno. Hoje, sinto que minha missão é criar condições para que todos tenham acesso a uma educação de qualidade”, afirmou, emocionada.

“Esse vínculo é essencial para o sucesso. Os professores e alunos vivenciam a história da escola e estão comprometidos em transmitir esse legado para as futuras gerações”, acrescentou a coordenadora.

O modelo de ensino do Goiás Tec tem demonstrado que é possível superar desafios e alcançar grandes resultados quando há união, comprometimento e um planejamento pedagógico bem estruturado. As escolas goianas que fazem parte do sistema Goiás Tec, como a Escola Aurélice, são exemplos claros de como é possível transformar a realidade de comunidades por meio da educação.

Com metas ousadas e uma visão clara de que a educação pode, de fato, mudar vidas, o Goiás Tec se posiciona como uma referência nacional. A trajetória de superação das escolas goianas e a inspiração que elas oferecem é um exemplo para todo o Brasil, mostrando que, quando professores, alunos e a comunidade escolar se unem com um propósito comum, os resultados podem ser extraordinários.

Goiás Tec

O início do ensino médio com tecnologia em Goiás, em 2020, se mostrou uma decisão estratégica crucial para a adaptação do sistema educacional durante a pandemia. Antes mesmo do decreto de isolamento social em março, o modelo de ensino mediado por tecnologia já estava sendo implementado, o que permitiu que as aulas não parassem durante o período crítico.

Com a pandemia, os professores e coordenadores precisaram se adaptar rapidamente, oferecendo suporte a outros educadores da rede que não estavam acostumados com o uso de tecnologias como microfones, PowerPoint e plataformas digitais para mediar o aprendizado. Com o investimento contínuo em formação pedagógica e infraestrutura, como a criação de centros de vídeo e a contratação de profissionais qualificados, o ensino estadual de Goiás conseguiu se manter robusto e eficiente, mesmo em tempos de grandes desafios.

Hoje, com 685 turmas e 10 mil alunos atendidos, o modelo combina a presença física dos professores com o apoio remoto de instrutores especializados, proporcionando uma educação de qualidade em diversas modalidades, incluindo o ensino noturno e vespertino.

A tecnologia, combinada com o trabalho do professor presencial, garante uma experiência de aprendizado mais rica e personalizada para os estudantes”, explicou Daniela.

Essa transformação não é apenas um reflexo de boas práticas pedagógicas, mas também do empenho e dedicação de toda a equipe educativa. Como afirmou a coordenadora pedagógica Daniela Mesquita, que tem 28 anos de experiência na rede estadual de Goiás, a paixão pela educação e a colaboração entre os profissionais são fundamentais para o sucesso do modelo. “O que temos de melhor são nossos professores, que entendem que, para o século 21, o ensino não deve ser apenas acadêmico, mas também emocional e transformador”, destacou Daniela.

A atuação desses educadores é evidente em escolas como o Colégio Estadual Professora Ivânia Maria Ferrazoli, no assentamento Santa Marta, em São Miguel do Araguaia. Apesar de ser uma escola relativamente nova, com menos de 10 anos, a instituição se destaca pela gestão focada no pedagógico e pelo ensino mediado, que conta com o apoio tanto do professor presencial quanto do instrutor de estúdio.

O modelo de ensino colaborativo, que envolve a participação ativa da comunidade escolar e a adaptação das aulas para as realidades locais, tem se mostrado eficaz, não só na educação formal dos alunos, mas também na transformação das suas realidades sociais e familiares.

“Dentro do nosso planejamento pedagógico, as aulas precisam sempre melhorar. Isso não é apenas uma meta, mas uma prática constante, com os professores em evolução contínua”

Daniela Mesquita

Transformando realidades

“Esse vínculo é essencial para o sucesso. Os professores e alunos vivenciam a história da escola e estão comprometidos em transmitir esse legado para as futuras gerações”,

Daniela Mesquita

“Os estudantes entendem que as avaliações não são apenas números. Elas representam uma mudança real em suas vidas. Esse entendimento é transmitido pelos professores, que acreditam na educação como ferramenta de transformação social”

Daniela Mesquita

Tecnologia e educação: O impacto das inovações no desempenho do Ideb em Goiás

Estrutura tecnológica das escolas estão transformando o processo de ensino-aprendizagem

Em Goiás, a inovação tecnológica tem se mostrado um dos pilares para a melhoria do desempenho educacional, refletindo diretamente nas avaliações do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Bruno Marques Correia, Superintendente de Tecnologia da Secretaria da Educação de Goiás (Seduc), compartilhou como as mudanças na estrutura tecnológica das escolas estão transformando o processo de ensino-aprendizagem.

Uma das principais inovações foi a migração de laboratórios fixos para móveis, com carrinhos equipados que permitem a utilização de tecnologias em diferentes espaços da escola, como a quadra de esportes. “Isso traz uma dinâmica maior e mais flexibilidade para o professor, além de dar aos alunos acesso a recursos tecnológicos em diferentes contextos de aprendizagem”, explicou Bruno. Ele também destacou o esforço contínuo para garantir conectividade nas escolas, um desafio presente no Brasil inteiro, mas que Goiás tem superado.

“Hoje, todas as nossas escolas têm internet, e estamos constantemente qualificando essa conectividade, com programas como o Conectados, que oferece dados móveis para alunos em áreas remotas”, afirmou.

No que diz respeito ao uso das tecnologias na sala de aula, Bruno ressaltou a importância da formação dos professores. “O professor é a peça fundamental desse processo. Não adianta ter as melhores ferramentas se o docente não está preparado para utilizá-las. Por isso, trabalhamos intensamente na formação contínua dos professores, para que eles saibam lidar com as novas metodologias, como o ensino híbrido e a sala de aula invertida”, afirmou. Para garantir a inclusão digital, a Seduc tem distribuído notebooks a todos os professores da rede estadual, além de 28 mil tablets para alunos em situação de vulnerabilidade.

As plataformas tecnológicas também desempenham um papel importante na personalização do ensino, com o uso de dados para identificar as dificuldades de aprendizagem e intervir de forma mais eficiente. “Utilizamos dados para mapear as dificuldades dos alunos e intervir de forma antecipada. A tecnologia nos permite monitorar o progresso e oferecer suporte antes mesmo da avaliação formal”, explicou o superintendente.

Bruno também comentou sobre as inovações mais recentes, como o Conhece Tech, um programa de ensino mediado por tecnologia. Por meio deste projeto, alunos de localidades distantes ou com poucas matrículas podem ter acesso a aulas ministradas por professores especializados, em tempo real, utilizando plataformas de comunicação digital. O uso de gamificação, inteligência artificial e a robótica também estão entre os próximos investimentos, com o objetivo de ampliar ainda mais as oportunidades de aprendizado, personalizando a experiência educacional para diferentes perfis de alunos.

“A tecnologia não só melhora a qualidade do ensino, mas também garante mais equidade no aprendizado. Alunos com diferentes formas de aprender podem se beneficiar das diversas ferramentas disponíveis. A tecnologia nos ajuda a atender essa diversidade, permitindo que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprender e evoluir”, afirmou Bruno.

O superintendente destacou que, embora ainda haja algum receio quanto ao impacto da inteligência artificial nas salas de aula, principalmente em relação à ética e ao uso adequado dessas ferramentas, ele acredita que, com a devida orientação, essas tecnologias podem enriquecer o processo educacional. “A inteligência artificial pode ser uma aliada do professor, não uma substituta. O mais importante é saber como utilizar essas ferramentas de maneira ética e consciente”, concluiu.

Com um olhar voltado para o futuro, a Seduc Goiás segue investindo na integração de novas tecnologias no cotidiano escolar, garantindo que tanto alunos quanto professores estejam preparados para os desafios e oportunidades que surgem com a evolução digital. O impacto positivo dessas inovações já é visível nos avanços do IDEB, e o compromisso com a educação de qualidade segue como prioridade para o estado.

“Hoje, todas as nossas escolas têm internet, e estamos constantemente qualificando essa conectividade, com programas como o Conectados, que oferece dados móveis para alunos em áreas remotas”, afirmou.

“Isso traz uma dinâmica maior e mais flexibilidade para o professor, além de dar aos alunos acesso a recursos tecnológicos em diferentes contextos de aprendizagem”

Bruno Marques

Educação e digital

“Hoje, todas as nossas escolas têm internet, e estamos constantemente qualificando essa conectividade, com programas como o Conectados, que oferece dados móveis para alunos em áreas remotas”

Bruno Marques

“A tecnologia não só melhora a qualidade do ensino, mas também garante mais equidade no aprendizado. Alunos com diferentes formas de aprender podem se beneficiar das diversas ferramentas disponíveis. A tecnologia nos ajuda a atender essa diversidade, permitindo que todos os alunos tenham as mesmas oportunidades de aprender e evoluir”

Bruno Marques

Formação de Professores: A Chave para o Avanço de Goiás no IDEB 2024

Estratégia que tem transformado a educação goiana está na formação contínua e personalizada dos educadores, com um modelo centrado no trabalho em pares

A formação de professores tem se destacado como o pilar central para os avanços na educação em Goiás, refletidos nos índices de desempenho escolar, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Segundo Nayra Claudinne Guedes Menezes, Superintendente de Apoio ao Desenvolvimento Curricular da Secretaria Estadual de Educação, a estratégia que tem transformado a educação goiana está na formação contínua e personalizada dos educadores, com um modelo centrado no trabalho em pares.

“Aqui em Goiás, entendemos que o sucesso do estudante passa pela formação contínua do professor, mas de uma formação que conhece a realidade local. Nosso modelo se baseia na formação entre pares: o professor que atua em sala de aula também forma seus colegas, trabalhando na mesma escola ou regional”, explica Nayra.

O professor em Goiás compreendeu seu papel dentro da sociedade e do estado, reconhecendo a diferença que pode fazer. Essa conscientização é um processo de sensibilização que reflete o amor e o comprometimento das pessoas pelo que fazem. Em cada regional que visito, percebo como a recepção é cada vez melhor, seja na organização, na hospitalidade ou nos pequenos detalhes, como oferecer o melhor café e preparar o ambiente com cuidado. Essa dedicação vai além do simples ato de executar tarefas; é sobre o verdadeiro desejo de fazer a diferença, algo que se reflete diretamente nos resultados alcançados.

“Os professores olham para os estudantes com verdadeiro carinho. Temos um governador que, mesmo sem ter vivido aqui, entende a importância de cuidar dos detalhes que fazem diferença na vida escolar: o estudante com seu tênis, sua caneta, seu material, ou até mesmo seu celular. É algo muito bonito de se ver. Eu, que sou do Norte, da região Amazônica, fiquei profundamente impressionada. Não se trata de o estado ser rico ou pobre, mas de saber aproveitar os recursos disponíveis e fazer o melhor com eles.”

Essa abordagem alia o conhecimento prático à territorialidade, garantindo que as especificidades regionais sejam respeitadas. “Não trazemos ninguém de fora para formar a nossa rede. É fundamental que quem forma os professores compreenda a realidade local, as particularidades culturais e educacionais de Goiás. Esse modelo fortalece a rede, criando um ambiente de aprendizado mais próximo e eficiente”, destaca a superintendente. Para potencializar essa estratégia, o Estado implementou a concessão de bolsas aos professores-formadores, que são selecionados com base em seus resultados pedagógicos e experiências bem-sucedidas em sala de aula.

Metodologias Ativas e Inovação

A formação continuada em Goiás também prepara os professores para o uso de metodologias ativas, com foco em personalização e inovação. A superintendente ressalta a importância de ensinar diferentes caminhos pedagógicos que atendam às particularidades dos alunos. “Não adianta entregar um material ao professor se ele não sabe como utilizá-lo. Nosso papel é mostrar como adaptar metodologias às diferentes formas de aprendizado dos estudantes, sejam tarefas práticas, construção de objetos ou debates”, explica Nayra. Além disso, a formação é ampliada com temas inovadores, como inteligência artificial e robótica, preparando os docentes para desafios contemporâneos da educação.

A estruturação de materiais como o Revisa Goiás, voltado para a recomposição de aprendizagens específicas, também reforça o trabalho pedagógico. Esses materiais são elaborados com base nos resultados de avaliações diagnósticas e fornecem conteúdos adaptados ao nível de aprendizado de cada grupo. A formação garante que os professores saibam como aplicar o material de maneira eficaz e estratégica.

O reconhecimento da individualidade de cada aluno é fundamental, e os professores são preparados para lidar com essa diversidade em sala de aula. Um exemplo disso é o programa “Vire a Colher”, que busca integrar as formações pedagógicas com o respeito às particularidades de cada estudante. Sem essa abordagem, os resultados alcançados são mínimos.

Além disso, é essencial preservar a territorialidade na formação docente: “não devemos trazer profissionais de fora para formar a nossa rede, pois apenas quem conhece as particularidades do estado compreende suas necessidades. É como valorizar o que temos de único e autêntico. Por que abrir mão do pequi e do baru, que representam Goiás, em favor de algo genérico como a castanha ou a azeitona? As riquezas do nosso estado — suas raízes e especificidades — devem ser o ponto de partida. Embora eu não seja natural de Goiás, ao vir para cá, abracei sua cultura e identidade, pois é isso que enriquece a formação. Sempre digo que o professor precisa olhar para o lugar onde vive e trabalhar em sintonia com ele”, declarou Nayra.

Reconhecimento e Resultados

O impacto desse modelo já é visível, mas os desafios permanecem. Nayra reforça que a formação docente é um processo contínuo. “A profissão de professor é tão complexa quanto a de um médico. Assim como queremos médicos que se atualizam constantemente, precisamos de professores que se formem ao longo de toda a carreira. Não é apenas sobre resultados imediatos, mas sobre a evolução constante”, afirma.

Além do investimento pedagógico, o governo estadual tem buscado criar uma rede de apoio para professores, com foco em saúde mental, valorização profissional e infraestrutura adequada. “A formação de professores não é apenas técnica, mas humana. Os professores de Goiás têm um amor incrível pelo que fazem, e isso faz toda a diferença. É o querer fazer com os recursos disponíveis, o que demonstra a força da nossa rede”, conclui Nayra.

Com essa combinação de dedicação, inovação e territorialidade, Goiás se posiciona como um exemplo nacional de como a formação de professores pode transformar o ensino público e impulsionar os resultados educacionais. O desafio agora é manter o ritmo e continuar evoluindo para consolidar os avanços no IDEB 2024.

“Aqui em Goiás, entendemos que o sucesso do estudante passa pela formação contínua do professor, mas de uma formação que conhece a realidade local. Nosso modelo se baseia na formação entre pares: o professor que atua em sala de aula também forma seus colegas, trabalhando na mesma escola ou regional”, explica Nayra.

Nayara Claudine

Formação continua

“Os professores olham para os estudantes com verdadeiro carinho. Temos um governador que, mesmo sem ter vivido aqui, entende a importância de cuidar dos detalhes que fazem diferença na vida escolar: o estudante com seu tênis, sua caneta, seu material, ou até mesmo seu celular. É algo muito bonito de se ver.”

Nayara Claudine

“Não trazemos ninguém de fora para formar a nossa rede. É fundamental que quem forma os professores compreenda a realidade local, as particularidades culturais e educacionais de Goiás. Esse modelo fortalece a rede, criando um ambiente de aprendizado mais próximo e eficiente”

Nayara Claudine

Educação inclusiva como motor de crescimento no Ideb em Goiás

Ações voltadas para a inclusão de alunos com deficiências têm impulsionado resultados expressivos no estado, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio

Em Goiás, a Educação Especial tem se consolidado como um pilar fundamental no avanço dos índices educacionais, especialmente no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Weberson de Oliveira Morais, gerente de Educação Especial da Secretaria Estadual de Educação de Goiás (Seduc), contou que as ações voltadas para a inclusão de alunos com deficiências têm impulsionado resultados expressivos no estado, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio.

Morais destacou a importância de entender o público da Educação Especial, que vai muito além dos alunos que realizam as provas do IDEB. “O estudante com múltiplas deficiências, por exemplo, muitas vezes não tem condições de participar das avaliações externas, e para esses, nosso trabalho se volta para atividades de vida diária, socialização e integração no contexto social”, explicou. No entanto, o grande foco da Seduc está nos estudantes que, embora apresentem algum comprometimento cognitivo, são plenamente capazes de participar das atividades pedagógicas. “São alunos que, com um trabalho pedagógico intensivo, conseguem desenvolver leitura, escrita e até realizar as provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) com o suporte necessário”, afirmou Morais.

Os números de Goiás refletem o esforço para integrar todos os alunos no processo educacional. Morais comentou sobre o impacto desses esforços no IDEB. “Mesmo com um pequeno percentual de estudantes com deficiência, eles influenciam diretamente na pontuação do IDEB. Cada centésimo a mais que conquistamos é um reflexo do trabalho da Educação Especial”, afirmou.

Uma das iniciativas que se destacam na Seduc é o atendimento a estudantes em situações de saúde que não podem frequentar a escola, mas que ainda recebem o apoio pedagógico. “Em 2024, já atendemos mais de 300 estudantes em situação de covalescência, seja em casa ou no hospital. Este é um atendimento que é muito importante para que o estudante não fique afastado do processo educativo”, disse Morais.

Além disso, o Núcleo de Altas Habilidades tem sido fundamental para identificar e dar suporte a estudantes com superdotação. “Esse trabalho envolve acompanhamento intensivo, com testes e atividades, até que possamos diagnosticar e oferecer um ensino adequado a esses alunos”, explicou o gerente.

O uso da tecnologia também tem sido um diferencial. “Temos recursos como o Orkan, que ajuda alunos com deficiências intelectuais, permitindo que eles leiam e compreendam melhor o conteúdo. Isso é essencial, pois cada aluno tem um ritmo e uma forma de aprendizagem específica”, ressaltou Morais.

Outro avanço importante está na presença de intérpretes de Libras nas escolas. “Atualmente, temos 435 intérpretes que atuam diretamente nas salas de aula, proporcionando um aprendizado mais eficaz para os estudantes surdos”, informou.

Weberson também abordou o papel essencial da gestão e dos profissionais especializados na inclusão educacional. “Quando falamos de inclusão, não estamos apenas falando de adequações físicas e pedagógicas, mas também das barreiras atitudinais, que são as mais difíceis de superar. O trabalho da nossa equipe é identificar essas barreiras e promover a mudança de atitude entre todos os envolvidos no processo educacional”, afirmou.

Para ele, a Educação Especial não se resume a um serviço de apoio, mas sim a um atendimento educacional especializado que vai além das expectativas. “O carro-chefe da Educação Especial é o Atendimento Educacional Especializado (AEE), realizado nas salas de recursos multifuncionais, onde o estudante recebe um atendimento diferenciado e individualizado, com apoio pedagógico especializado e uso de tecnologia assistiva”, destacou.

A evolução do conceito de Educação Especial, que deixou de ser um processo de integração para ser, efetivamente, um modelo de inclusão, também foi mencionada por Morais. “A Resolução 4 do Conselho Nacional de Educação e a Política Nacional de Educação Especial, de 2008, transformaram a forma como vemos a inclusão. Hoje, entendemos a Educação Especial como uma modalidade que está presente em todas as outras modalidades educacionais, sem separação, mas com o objetivo de garantir o direito de todos os estudantes”, concluiu.

Weberson ainda ressaltou que, embora os resultados do IDEB reflitam um trabalho conjunto e a seriedade do sistema educacional, a verdadeira conquista está em garantir que todos os alunos, independentemente de suas deficiências, tenham acesso à educação de qualidade e possam contribuir ativamente para o crescimento do estado.

“O estudante com múltiplas deficiências, por exemplo, muitas vezes não tem condições de participar das avaliações externas, e para esses, nosso trabalho se volta para atividades de vida diária, socialização e integração no contexto social”

Weberson de Oliveira

Inclusão na educação

“Em 2024, já atendemos mais de 300 estudantes em situação de covalescência, seja em casa ou no hospital. Este é um atendimento que é muito importante para que o estudante não fique afastado do processo educativo”

Weberson de Oliveira

“Temos recursos como o Orkan, que ajuda alunos com deficiências intelectuais, permitindo que eles leiam e compreendam melhor o conteúdo. Isso é essencial, pois cada aluno tem um ritmo e uma forma de aprendizagem específica”

Weberson de Oliveira

Expediente

Editores executivos

Paulo Moreira e Ana Melo

Textos
Maria Cabral

Joana Versailles

Emerson Prado 

Imagens

Arquivo Seduc

Alois Feichtenberger – Goiânia – GO. Acervo MIS|GO

Yosikazu Maeda

Rosimar Silva

André Santos

Design

Breno Fortuna

Audio Visual

Isac Rodson 

Reportagens especiais publicadas em novembro de  2024