Temor com dívida dos EUA pode impactar plano de corte de impostos de Trump
Projeto em andamento no congresso norte-americano pode piorar quadro fiscal do
país, segundo especialistas ouvidos pela CNN
Depois que os Estados Unidos perderam sua última classificação de crédito pela
Moody’s na sexta-feira (16), republicanos e democratas responderam se enfrentando entre si.
A Moody’s Ratings disse que os níveis de dívida dos Estados Unidos
superam a receita do governo. Agora, cabe aos legisladores de ambos os lados
tomar medidas para melhorar a situação fiscal do país, ou outro rebaixamento
pode vir em breve.
O rebaixamento acontece dias depois que os republicanos da Câmara no Comitê de
Orçamento votaram para avançar uma agenda legislativa abrangente,
que pode piorar o quadro fiscal do país.
Segundo estimativas do Comitê para um Orçamento Federal Responsável, o projeto
pode adicionar mais de US$ 1 trilhão aos déficits anuais até 2034 em comparação
com 2024.
No entanto, vale ressaltar, o projeto enfrenta uma série de obstáculos em ambas
as câmaras do Congresso para ser aprovado, apesar de os republicanos terem
maioria.
Até mesmo funcionários do governo Trump sugeriram que o projeto deve ser
modificado até sua versão final ser aprovada.
Mas alguns funcionários do governo Trump insistem que a agenda, que pede
trilhões de dólares em cortes de impostos, não aumentará o déficit orçamentário
do país. Ou seja, a diferença entre o que o governo arrecada em receita e quanto
gasta.
Essa diferença é financiada por empréstimos de pessoas que investem em títulos
do Tesouro dos EUA, que pagam uma quantia variável de juros, também conhecida como rendimento.
O presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, Stephen Miran,
disse em uma entrevista à CNBC na segunda-feira (19) que os esforços incluídos
no projeto de lei são para “reduzir o desperdício, a fraude e o abuso acabarão
reduzindo o déficit em quase meio ponto do PIB, ou talvez até um pouco mais do
que isso”.
No início do dia, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt,
disse a repórteres: “Este projeto de lei não aumenta o déficit”.
Se a Moody’s não tivesse rebaixado a dívida dos EUA dois dias antes, os legisladores republicanos em particular poderiam estar mais
dispostos a aceitar esses comentários. Mas, agora, com a situação fiscal de
volta aos holofotes, mais diligência pode ser justificada.